Don't Blame Me

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Boa leitura.

O nome do cap é uma música, ela é de suma importância para o capítulo 🙃
Prestem atenção ao tempo, não é apenas uma lembrança é a estória.

Votem e comentem.

Jimin.


Você já sentiu como se nada que faz seja bom? Como se fosse apenas um peso para todos a sua volta?

Me senti assim trinta por cento do tempo em que lembro de estar vivo.

Vivo.

Nem sei se realmente posso dizer que estou vivo. Passei tanto tempo vivendo como um boneco programado que não posso dizer que vivi muito.

Desde que posso lembrar, minha rotina é resumida em trabalhos, sorrisos falsos e fotos. Para uma criança de cinco anos que tinha apenas um amigo, não parecia o fim do mundo.

Aonde eu ia pessoas me elogiavam, me davam doces, presentes, e a melhor parte era chegar em casa e poder brincar com tudo aquilo, junto do tete e Rose, nunca liguei para fotos e roupas que ganhava nas sessões, assim como qualquer as crianças eu só queria meus brinquedos.

Lalisa era pequena demais nessa época e acabava por dormir antes que eu chegasse.

Com os anos se passando, o que era divertido foi ficando cansativo e desgastado. Eu comecei a entender o que falavam de mim pelas costas, via o quanto meu sucesso, que só aumentava todos os anos, afetava as pessoas próximas a mim. Todos começaram a me rejeitar.

Amigos, ficantes, parceiros... Ninguém fica muito tempo por perto.

É horrível quando você começa a ter a liberdade de criança pra adolescente com uma expectativa de vida "adulta e responsável" de filmes e só cai na realidade banal da vida.

Não estou dizendo apenas de pagar contas, estou falando de diversas responsabilidades.

Entre meus anos e anos em psicólogos, todos sempre disseram que eu era forte, lutando contra uma depressão severa, mas eu não entendia, eu era feliz não era?

Não, eu não era.

Hoje eu sei o que é felicidade, e aquilo não chegava nem perto de ser feliz. 

A fantasia espetacular de modelo milionário, era usada por mim mais do que o ideal. Enfrente as câmeras, é mais do que natural exibir essa "outra persona", mas quando percebi que isso atrapalhava minhas relações próximas, já era tarde.

O momento mais crítico da minha vida foi aos doze anos de idade.

Vocês podem imaginar o quão fodido é isso? Uma criança! Eu era uma criança de doze anos aprendendo que não era porque meu pai tinha poder e influência que ninguém se atreveria a mexer comigo. Meu super herói imbatível morreu cedo demais.

Minha desilusão de vida perfeita morreu aos doze anos, verdades e mentiras jogadas na minha cara sem dó ou piedade.

Tudo veio como uma bomba.

Crises de T.A estavam tão frequentes que passei meses internado, não saia da cama para nada, ouvia ao longe motos, carros, ônibus, vários passos pesados e vozes de pessoas ao fundo do onde eu tava. E só o que passava na minha mente era:

– Todos lutam para sobreviver até o final do mês, e eu tô aqui, deitado, esperando meu tempo se esgotar.

Uma sensação de impotência, insuficiência, desgosto comigo mesmo vivia presa na minha garganta.

M O O N D U S T - Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora