capitulo 19

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Boa leitura

[...] 

Estacionamento do bar do Bob.

20:45 pm

Estar em total conexão com o universo deve ser muito louco. Imagina você se sentir ligado eterna e infinitamente com algo tão surreal e meticulosamente diferente a cada parede invisível.

As vezes eu acho que posso estar eternamente ligado a isso. Quando a luz branca meio cinza começa brilhar no céu escuro minha primeira reação é fechar os olhos e me deixar ser consumido.

Quis sentir a poeira lunar em mim, mas isso séria cientificamente impossível. E esse é o momento que eu corto a ligação, essa total conexão vai embora.

O gosto do cigarro na minha boca é amargo, consigo sentir a fumaça densa descer pelo meu sistema respiratório, a sensação é tão fria e vazia que desce queimando. Quando solto o ar e líbero a fumaça cinza, bem no final um gosto de menta invade as minhas papilas gustativas. O meu corpo reage instantaneamente ao efeito do cigarro, meus olhos queimam e minha garganta fecha.

Nem a música alta, as vozes, as brigas que rolam de cinco em cinco minutos, vão tirar a minha paciência hoje. Diferentes das outra vezes, a movimentação estava densa, mas "organizada" do que em dias normais. Não vi a garota ou o namorado dela, e graças a deus nenhum dos caras que me seguiram de moto também.

Eu cheguei aqui não tem muito tempo mas já fui apresentado a pessoas demais, inclusive a uns caras legais mas a minha cota social já acabou. Só quero correr e ir pra casa.

- Jk, tá vendo aquela mulher ali? - Yeonjun me cutuca e aponta com a cabeça para a mulher de roupas brancas e jaqueta preta. - Ela só aposta pra vencer, dessa vez você tem que ir com tudo. - Ele bate a mão uma na outra e sorri para mim.

Ela estava do outro lado da pista, de cabelos pretos cortados nos ombros e batom muito demarcado. Com uma das mãos dentro do bolço, e a outra segurava um cigarro. Apoiada em um Genesis GV80, que provavelmente, é o carro dela. Não sei como é o motor, mas não é um carro para corrida. Não consigo ver todos os traços dela daqui, então sem retrado falado. 

- Vou pegar uma bebida. - Aviso e desencosto do carro, azul - óbvio -  em que o Yeonjun vai apostar hoje.

A rua estava bem iluminada o farol dos carros estavam todos ligados, e o letreiro neon iluminavam a frente do estacionamento.

Mas em contra partida, a luz dentro do bar era tão fraca, que eu quase não enxergava nada. Sento no banco e espero o Bob me atender. O homem velho de avental, pano nos ombros e o rosto brilhoso de tanta oleosidade, revira os olhos e bufa quando me vê.

Ele coloca o copo quadrado com gelo em cima do balcão de madeira, com certa força, e antes que eu possa pedir ele coloca o líquido marrom do Whisky no copo.

- Não deveria vir mais aqui. - Ele põe a garrafa ao lado do meu copo e abaixa o corpo para pegar algo embaixo do balcão.

- Porque não? - Pego meu copo e dou um belo gole. Não sou fã de Whisky. A sensação é gostosa, mas o sabor é péssimo. - você não devia me tratar melhor por ser cliente?- pergunto sorrindo. 

- O bar é meu garoto, o que vão fazer? me despedir? - 

Gostei do velho.

O bob se vira de costas e atende um cara do outro lado do bar. Ainda com o copo na mão, apoio o cotovelo no balcão e o sininho da porta balança, o barulho alto e agudo avisa que, mais alguém entrou.

O som de cada passo é alto e pelo barulho eu julgo ser um salto, mas o último passo para bem atrás de mim, sem me preocupar em olhar para trás. A sombra de uma mulher, aparece no reflexo do copo nas minhas mãos. A mesma mulher que estava na frente do carro preto. Que agora, está sentada ao meu lado.

M O O N D U S T - Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora