capitulo 34

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— Não! Pare, você sabe que não se mexe com os espíritos. — A mulher urge. Ainda que esteja presa com magia na parede.

Elas sempre são um saco, ano após ano, século após século nunca desistem de protege-los. São uma pedra no meu sapato.

— Fique tranquila libélula, não a matarei hoje, você ainda vai me... — Ela me interrompe.

— Não sou ela. Diz cuspindo sangue em mim. Por pouco não bate em minhas roupas.

— Como não? Deveria ser você! — Me viro para andar em sua direção e a mulher levanta o queixo me encarando com ódio.

— Mas não sou vossa majestade, parece que errou mais uma vez. — Ela sorri antes de contorcer o rosto em dor. — Pode me matar, vim a esse mundo com um proposito, morrei por ele.

Antes que eu a matasse, a mulher me empurra com os pés e se solta da parede, correndo até o lago e se agachando até estar com as mãos na água. Me levanto apressado, não perderei novamente. Seguro seus ombros e a viro para mim, ela está com os olhos brilhando, seus cabelos voam com a energia que seu corpo expulsa pelos poros.

O ar fica pesado e a cada segundo sinto menos a gravidade.

Meu pulmão parece diminuir, quase caio de joelhos mas me ergo com confiança.

— Não irei perder! — Grito

— Você já perdeu, e sempre ira perder. — Ela desfalece em meus braços. A jogo no chão e corro para olhar o lago.

— DESGRAÇADA!!!! — Começo a bater nas águas a procura dos corpos dos espíritos mas só sobra isso. Carne. — AAAH — Não! Não de novo! Não por mais um século! Não dessa vez! -- Me mostra! Mostre o rosto do próximo, me mostre o espirito da lua. — Grito com as águas.

Elas ficam muito turvas, parece uma tempestade embaixo da água do pequeno lago. Me concentro nas imagens que vão passando, são fragmentos de memórias do próximo espirito da lua.

Elas param, me mostrando um pequeno garotinho, cabelos negros, bochechas fartas, ele se olhava no espelho, estava contando quantas pintinhas tinha e sorriu grande quando reparou em uma bem abaixo de seus lábios.

— Ah pequeno anjinho... É de meu maior interesse mata-lo. — Revelo a pequena criança que vejo no reflexo d' água.

Anos de banimento... Rastejando, inundado até o pescoço... Aquela desgraçada ainda vai me pagar. Eu vou matar o espirito da lua, e vou fazer aquela estrela explodir de tristeza. Vou acabar com o que chamam de equilíbrio.

Quando o véu rasgar, o tecido cair, a luz do dia morrer e a escuridão de alastrar, eu vencerei.

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[Momentos atuais...]

[Jimin.]

Eu me encontro estático enfrente ao espelho a cinco minutos.

É sério, não consigo me mover. Porque agora caiu a maldita ficha.

De tudo, do meu envolvimento com ele até a confusão em que a vida me meteu.

A bagunça que a minha mente se tornou, minha falta de controle sobre minhas ações, estou sendo incoerente e eu nunca fui assim. Meu sucesso é a prova disso, eu me esforcei e trabalhei duro para ter a minha independência. Meus pais são ricos mas nunca dependeram dos meus avós - não depois da maioridade é claro. - Meu pai se recusou a continuar com a empresa da família e construiu a própia, uma que ele mesmo fundou, com o esforço de anos e com a ajuda da minha mãe.

M O O N D U S T - Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora