capítulo 32

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Boa leitura.

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Os raios de sol eram tão gostosos, o vento fazia as madeixas dos meus cabelos esconderem parte dos meus olhos deixando a visão das três coisas que eu mais amei na minha vida um pouco escura.

O sol estava se pondo, e as folhas das árvores se mexiam com força balançando de um lado pro outro avisando que viria uma chuva daquelas.

A noona corria de um lado pro outro para pegar as roupas no varal antes que viesse a grande chuva. Eu estava na janela, com minhas pequenas mãos apoiando o queixo.

Eu queria ajudar? Sim.

Ela deixou? Não.

Ao invés disso colocou os cachorros pra ajudar, e eu posso apostar que o Yang não gostou nadinha. Ele até deu uma rosnadinha na hora de levantar, mas eu fiz carinho nele então está tudo bem, sem perigos dele sair correndo.

Por que sair correndo? Bom... Ele odeia chuva.

Tipo, muito.

Ele é um cachorro estranho, não gosta de chuva ou de tomar banho, mas ama piscina, Rio, lago... Tsc, birutinha.

- YANG!! Pega aquela toalha rápido! -

A minha avó grita, apontando pro pano branco recém lavado. Vejo que antes de correr para pegar o pano o meu neném revira os olhos.

Como um cachorro pode ser abusado nesse nível?

O céu já está começando a ficar mais escuro, o vento mais forte e as pequenas gotas de água já estão caindo. Ferrou, ele vai correr pra longe.

- Maldita chuva! Vamos, corram para a casa.- A noona dita para os animais a sua frente que não hesitam em fazer o que ela manda.

Saio da janela para ir até a cozinha ajudar pelo menos a segurar a pilha de roupas.

Quase caio nos enormes tapetes da sala, essas merdas deslizam no chão da Madeira. A noona tem que ver essas coisas, são perigosíssimas. Solto suspiro de alívio e tanto acalmar o meu coração que pula como se estivesse no meio do carnaval.

Eu ainda vou conhecer o Brasil e aprender a sambar.

- Caramba... Essa foi quase. - Limpo o suor da testa. - Pode dar para mim noona. - Estendo meus braços antes mesmo de chegar perto da senhorinha de cabelos brancos e cacheados. - Eu quero te ajudar. -

- O meu neto, obrigada por isso... Quer um leitinho de banana? - Ela sorri mas logo some da minha frente porque a pilha de roupas me cobriu inteiro.

- Chelo zim noona. - Minha voz sai toda estranha pelas roupas que tampavam a minha boca.

- Ótimo! Coloque essas roupas lá no quartinho. - A escuto bater palminhas e sinto dos dois lados das minhas pernas os pelos macios do corpo de yin e yang. - Fozes vão me ajudar?- Óbvio que eles não responderam com palavras, a minha confirmação veio quando eles começaram a andar junto comigo, não me deixando tombar pros lados.

Subir as escadas foi difícil, eu quase cai pra trás mas o yin foi mais rápido do que a gravidade e não me deixou bater com as costas no chão.

- Valeu yin.-Digo jogando as roupas encima da cama do quarto de visitas. A noona deixa lá pra quando ela criar coragem dobrar a montanha de roupas que ela acumula.

Giro os pés no chão deslizando por causa das minhas meias e saio do quarto, vou dançando porque consigo escutar - mesmo do outro lado da casa - a música que vem da cozinha.

M O O N D U S T - Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora