Remédio

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Levi entrou em seu apartamento, deparando com os olhares curiosos de Erwin e Hange, como se perguntassem o que rolou lá.

─ Provavelmente ele irá – disse, sentando-se na mesa.

Ouviu Hange dar um gritinho e sentiu a mão de Erwin em seu ombro. – Eren é um bom rapaz, não vá magoá-lo. A ferida do passado cicatrizou?

Levi encarou Erwin, que pergunta absurda era aquela? ─ Claro – disse, tomando um pouco da bebida.

Mas Erwin sabia que não e sabia que Levi não se dava conta disso, ainda. Ficou preocupado. Com seu amigo e com seu aluno.

O domingo dos três foi regado a bebidas e comentários indecentes por parte de Hange que estava bêbada, perguntando a Levi como havia sido a transa e se havia tirado a virgindade de Eren. Levi jurou que se Hange não fosse mulher já teria voado e lhe dado uns cascudos. Erwin observava tudo rindo e também provocava Levi.

No final, eram bons amigos.

Hange e Erwin foram embora e deixaram Levi em seu apartamento sozinho. Resolveu que descansaria um pouco antes de preparar suas aulas e provas para quem não quis participar do festival.

Entrou no seu quarto e sentiu o cheiro de Eren incendiando o local. Deitou em sua cama, planejava não dormir, apenas deitar e tentar descansar a mente antes de começar a trabalhar. Sua vida era movida a trabalho, aulas e só. Não tinha outros motivos para que vivesse de forma diferente. Não saía. Não freqüentava a festas e nem bares – eram imundos em sua opinião. Tinha apenas dois amigos: Hange e Erwin. Erwin ficou do seu lado em um dos momentos mais difíceis da sua vida, lhe emprestando seu ombro e o fazendo se reerguer. Eren estava trazendo novas emoções e sensações para si e pensou que talvez, só talvez, não fosse tão ruim se aproximar de alguém novamente.

Levi viu que em sua cama estava as duas jaquetas de Eren, uma jeans e outra xadrez. Pegou uma delas, levando até o nariz, inalando o cheiro que estava ali. Lembrou-se na hora do garoto de olhos esmeralda. Que cheiro bom. Viciante.

   Suspirou. Teria uma desculpa para se encontrar com ele no dia seguinte.

   E pensando nisso, acabou adormecendo sem querer, agarrado a jaqueta de Eren.

___

O dia seguinte havia chego e com ele uma chuva imensa caía lá fora, estranhando a todos. Levi deixou as jaquetas de Eren em seu carro e estava decidido a encontrá-lo na escola e dizer para ir buscar – assim poderia tirar algum proveito do mais novo.

Porém, passou o dia e não viu o garoto pelos corredores e nem em sua roda de amigos. Em um dos intervalos, passou em frente a sala do garoto e não o encontrou por lá. Estranhou, pois Eren não era de faltar.

Esperou que as aulas acabassem e entrou na sala, Erwin estava lecionando a ultima aula.

─ Levi, quanto tempo – disse irônico. – Se está procurando por Eren, o mesmo não veio hoje – sorriu para o amigo.

Armin e Jean passavam pelos dois e o loiro lembrou-se de dar o recado, já ouvindo a conversa dos dois professores.

─ Com licença, professor Erwin – disse, chamando a atenção de ambos. – A mãe de Eren me ligou, dizendo que ele não viria a aula hoje pois parece que pegou uma gripe muito forte de ontem para hoje e está ardendo de febre desde a noite. Se puder me entregar as atividades dele, eu entrego a ele – sorriu para o professor, vendo-o olhar preocupado.

─ Por que o professor Levi não leva até ele? – disse Jean, jogando a bomba na roda e levando uma cotovelada de Armin. – Vamos, Armin? Vamos aproveitar que a chuva deu uma amenizada... – e ambos saíram.

O Nosso Fio VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora