Juízo

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O sábado de Eren estava tranquilo. Ajudou sua mãe na floricultura, conseguiu ajuda-la a limpar a casa e fez o almoço.

─ Eren, querido, sua jaqueta está aqui – disse sua mãe, entregando a peça de roupa que seu filho pediu para consertar.

─ Obrigado – disse Eren, com os olhos brilhando, depositando um beijo no topo da cabeça de sua mãe. – Você conseguirá ir me ver hoje?

─ Mas é claro – piscou sua mãe. – Não perderia por nada – acariciou o rosto de seu filho. – Agora vá se arrumar, sim? – e sorriu.

Eren acenou a cabeça, indo para seu quarto. Tomou seu banho e colocou sua roupa. Havia combinado com os meninos de irem com roupas parecidas dos anos 90. Colocou uma calça preta, com uma camiseta branca por baixo. Por cima, camisa xadrez e a jeans por cima de tudo. Nos pés, um all-star preto. Deu uma bagunçada em seu cabelo e se olhou no espelho. Estava ótimo. E nervoso com a apresentação.

Saiu, indo para a escola. Esta por sua vez, estava toda decorada com tendas e barracas e um palco no centro, para que os alunos se apresentassem.

Encontrou-se com Armin e Jean, que estavam de mãos dadas. Ao que tudo indicava, iriam se assumir de vez.

─ Já estava na hora, hein? – disse Eren, dando um tapinha nas costas dos amigos. Era o primeiro que sabia de tudo, desde o começo, agora vê-los em uma relação mais séria o deixava de coração quentinho. – Cuide bem do Armin, cara de cavalo – disse mostrando a língua para Jean, que lhe mostrou o dedo.

─ E quando você e o professor Levi irão se assumir? – disse Jean, pegando no ponto fraco de Eren, que sentiu um aperto no peito. Armin deu uma cotovelada no namorado, que entendeu o recado.

─ Vocês já tem a lista dizendo qual a ordem que cada aluno irá se apresentar? – perguntou, com um sorriso no rosto. Sorriso esse que Armin conhecia. Sorriso sem vida e de tristeza.

____

Não demorou muito para a escola lotar e o resto de sua turma aparecer, lhes desejando sorte. O céu havia escurecido, com belas estrelas e uma lua gigante iluminando toda a escola.

Havia mais duas pessoas antes de Eren e seus amigos se apresentarem. Resolveu ir ao banheiro, jogar uma água no rosto para espantar o nervosismo. No caminho de volta, acabou trombando com Levi. A última pessoa que queria encontrar naquele momento. Levi o deixava mais nervoso do que o costume e encontra-lo, de fato, não seria uma boa opção.

Pelo menos, era o que Eren achava.

O professor, por sua vez, o puxou para dentro de uma sala.

─ Por favor, Levi... – sussurrou Eren. – Eu preciso ir... – comentou, trêmulo.

Porém, sentiu as mãos de Levi envolverem sua cintura. Abraçando-o e selando rapidamente seus lábios. Eren se assustou com aquilo. Definitivamente, não era do feitio de Levi fazer algo parecido com aquilo.

─ Shhh – disse o menor, colocando o dedo indicador nos lábios de Eren – Queria te desejar uma boa sorte. Se você se esforçar, vou te deixar escolher o que quiser – sussurrou no ouvido do garoto, que corou. Dizendo isso, Levi saiu da sala.

Levi não aguentava mais esperar, queria Eren para si e o faria aquela noite, se tudo ocorresse conforme havia planejado. Sorriu ao lembrar em quão lindo seu garoto de olhos verdes estava. Queria vê-lo cantar mais uma vez.

Eren por sua vez ficou confiante. Porém, seu coração estava acelerado. Foi até seus amigos, que o esperavam para irem até o local para, assim, subirem no palco. A vez deles era a próxima.

O Nosso Fio VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora