Levi e Erwin arregalaram os olhos quase que imediatamente ao ouvirem tudo aquilo. Não poderia ser verdade, poderia? Porém, os olhos vermelhos de lágrimas anunciavam que não era uma brincadeira qualquer e aquilo de fato havia acontecido.Levi olhou para Erwin e o amigo encarava Hange com um olhar desolado e não era pra menos, aquela notícia era muito dolorosa; mais ainda para os amigos que estavam super empolgados com toda aquela novidade. Suspirou, colocando a mão no ombro da morena.
─ O que houve? A obstetra disse o motivo? – questionou, calmo.
Hange apenas assentiu com a cabeça. – Pelo que entendi, eu tenho útero infantil e o neném não conseguiu se desenvolver. Hoje eu acordei com um sangramento e achei que fosse sangramentos normais de escape, mas ao fazer os exames vi que foi um aborto espontâneo – dizendo isso, as lágrimas caíam sobre o rosto.
Haviam feito tantos planos. Havia tantos sonhos envolvendo aquela criança que nem sequer tinha nascido, mas já era muito amada. A tristeza que carregava era imensa. Que dor e culpa eram aquelas?
─ A culpa não é sua. Sabemos o quanto você queria a criança – Levi disse, totalmente empático e compreensível ao ver o sofrimento da amiga. Olhou Erwin, que agora o encarava, fazendo um sinal com a cabeça; sabia que o loiro estava em choque, mas Hange precisava dele naquele momento mais do que ninguém.
─ Venha, vamos para o quarto – Erwin sussurrou, pegando na mão da morena que o encarou. – Você precisa descansar.
─ Conversem melhor vocês dois, estou de saída. Tenho um compromisso agora – lembrou-se que em meia hora teria uma consulta com Pixis e levantou-se, indo rumo à porta, sendo seguido por Erwin.
Levi parou na porta, encarando o amigo. – Erwin, ela mais do que ninguém precisa do seu apoio e do seu companheirismo. Isso não é algo fácil de se superar, nem imagino como vocês estão, eu mesmo estou acabado por dentro – mordeu o lábio inferior, mostrando compaixão pelos amigos.
Erwin o encarou; realmente, Levi estava diferente de alguma forma. O amigo sempre fora maduro, mas agora estava mais. Mais seguro de si, dando mais opiniões e conversando abertamente, coisas simples que o mesmo sequer fazia antes.
Sentiu o nó na garganta se formar e em um impulso abraçou Levi. O Ackerman apenas retribuiu o abraço do amigo, sem saber muito o que fazer e falar. Sabia que aquele momento merecia apenas um apoio silencioso e nem as melhores palavra fariam o casal se sentir melhor.
Soltou Erwin, dando tapinhas nas costas largas do loiro. – Contem comigo.
─ Obrigado – Erwin sorriu e Levi apenas acenou com a cabeça, saindo da casa do amigo.
Levi estava mesmo diferente.
____
Levi dirigiu rumo ao consultório de Pixis. Estava um tanto quanto ansioso. Aquela seria uma sessão antes de apresentar-se oficialmente como Rivaille para o público novamente e o psicólogo sabia disso; sabia que o careca falaria alguma coisa relevante, como sempre estava fazendo.
Esperou sua vez de ser chamado, perdido em pensamentos. Será que havia mesmo mudado, mesmo que um pouco, igual Erwin havia dito? Olhou para a palma da mão e inevitavelmente lembrou-se de Eren.
Havia se passado um mês desde que se viram a última vez e parecia que aquela noite marcou Levi profundamente, junto com a carta deixada pelo menino e, graças a ele, tomou coragem para aceitar um dos maiores desafios de sua vida.
Eren havia mudado ele e continuava mudando-o, mesmo de longe. Como isso era possível? Sorriu minimamente, fechando a palma da mão e suspirando. Ele havia marcado não somente seu coração, como toda sua vida.
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O Nosso Fio Vermelho
أدب الهواة"Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se... Independentemente do tempo, lugar ou circunstância... O fio pode esticar ou emaranhar-se, mas nunca irá partir." Com uma vida carregada de traumas e um passado turbulento, Levi não t...