Oportunidade

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Levi olhou para baixo no mesmo instante, vendo Eren com a cabeça abaixada e fazendo um trabalho ótimo em seu pescoço e soltava suspiros pesados. Eren sabia exatamente onde e como tocar, fazendo com que se arrepiasse por inteiro ao sentir as mãos percorrerem a lateral do corpo magro, subindo a camiseta branca que usava até a altura onde revelasse o peitoral e abdômen definidos, enquanto um joelho se encaixava no meio das suas pernas, apertando ali de forma gostosa.

─ Eren... – chamou baixinho, dedos longos e finos se perdendo nos fios castanhos compridos e não houve resposta alguma.

O mais novo continuou o trabalho no pescoço alheio, bem devagar e no próprio ritmo – ritmo esse que Levi estava para enlouquecer. As mãos percorreram o abdômen e peitoral, parando em um mamilo e apertando ali de forma um pouco forte, fazendo com que o Ackerman se contorcesse abaixo de si e soltasse gemidos baixinhos com os toques repentinos.

Levi sentia os beijos irem se tornando cada vez mais lentos e achou até mesmo que aquilo fosse uma intenção de Eren para provocá-lo mais ainda; no entanto, sentiu o corpo alto soltar o peso sobre o seu e os beijos se cessarem no mesmo instante.

Levi estranhou aquilo, não entendendo o que estava acontecendo. Foi quando sentiu a respiração do mais novo em seu pescoço totalmente sincronizada e revirou os olhos pensando no que eventualmente poderia ter acontecido. – Eren? – chamou.

Nenhuma resposta.

Foi quando teve a coragem de olhar para o rosto do namorado, vendo-o dormir tranquilamente como se nada tivesse acontecido há segundos atrás. Mais uma coisa que anotaria: não se iludir em ter uma noite daquelas com Eren podre de bêbado, pois ele provavelmente dormiria no meio do bem bom.

Deu uma resmungada, empurrando o corpo pesado para o seu lado na cama e cobrindo-o logo após. Observou Eren, que dormia com uma expressão de paz gigante no rosto, como se nunca tivesse o atiçado. Deu um risinho, aquilo era simplesmente a cara dele e não estava surpreso, uma vez que ele havia bebido todas – talvez devesse deixá-lo na mão por algumas semanas para que ele provasse do próprio veneno uma vez; porém tinha dúvidas se conseguiria fazê-lo, afinal, quatro anos sem fazer absolutamente nada com ninguém havia se tornado um pequeno grande problema, pois o motivo da sua perdição estava bem ali do seu lado e, bem... Não era fácil resistir aos encantos de Eren, principalmente quando ele havia se tornado mais gostoso do que já era.

O sono havia sido perdido com toda aquela movimentação e um volume no meio de suas pernas o incomodava. Suspirou pesado e se levantou, indo até a cozinha e pegando um copo de água, sentindo Tsuki se enroscar no meio de suas pernas e acabou pegando o bichento enquanto se sentava na banqueta. Se pegou pensando que havia sido o passivo apenas uma vez com Eren, mas quando foi havia gostado e talvez devesse provar mais algumas vezes.

Enquanto bebia água e acariciava o gato, abriu seu notebook que estava ali e o ligou, apenas para conferir alguns e-mails. Pegou seu celular, olhando a última conversa que teve com Hannes e viu que já havia se passado uma semana desde a última vez que falaram a respeito do seu futuro com a atual orquestra. Teriam apenas mais um último ensaio antes do concerto oficial e esse seria repassado com Armin, Historia e Eren, já que eles cantariam a última música para encerrar todo o repertório – no caso, o medley.

Porém, ao ir lendo e-mail por e-mail viu que havia um no lixo eletrônico e resolveu lê-lo. Apertou ali; no entanto, estranhou o fato de que o endereço de e-mail estar em branco. O título era apenas "Leia, é importante" e passou os olhos no que estava escrito, sentindo o coração apertar.

"Rivaille ou Levi, como preferir.

Você conhece o número dez? Bom, agora eu o conheço de cabo a rabo. Não é muito grande e nem muito pequeno, mas é perfeito. Dentro dele cabem a diversão, a esperança e o zelo; tem amarelo que me lembra o sol também. Entendeu o que eu quis dizer? É uma pequena metáfora, espero que seja inteligente o suficiente para descobrir e que não seja tarde demais. Aliás, o que pastilhas te fazem lembrar?

O Nosso Fio VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora