O Nosso Fio Vermelho

Inesperado

Eren tinha a cara fechada ainda olhando o antigo amigo e ex de Armin parado ali na porta com um olhar de quem caiu da mudança. Ao lembrar de tudo que Jean havia feito com o loiro o deixava emputecido em níveis extraordinários. Armin não merecia passar nunca por aquilo e para Eren não tinha desculpa plausível para isso – principalmente pelo fato dos dois estarem usando alianças no momento em que Jean colocava a língua na boca de Marco na foto tirada por Mikasa.

─ O que faz aqui? – Eren questionou. O instinto protetor de irmão mais velho e melhor amigo gritando alto e sua voz em um tom grosseiro.

─ Vim falar com o Armin – Jean retrucou firme, olhando de Eren para o ex-namorado.

─ Deixa ele entrar, Eren – o moreno ouviu a voz do loiro e olhou incrédulo.

─ Armin, esse desgraçado nem sequer merecia estar aqui, quanto mais falar com você – cuspiu as palavras em fúria, deixando Jean com um olhar incrédulo. Desde quando Eren daquele jeito?

O castanho viu Armin fazer um sinal com as mãos e revirou os olhos, ainda sem acreditar bem no que estava acontecendo. Saiu da frente da porta, indo se sentar no sofá.

─ Entra – Armin fez um sinal com a cabeça para Jean que parecia hipnotizado ao ver o novo corte de cabelo do loiro.

Logo, os três encontravam-se sentados na sala em um clima não muito agradável; pesado, por assim dizer. Eren tinha a perna cruzada, com o tornozelo direito em cima do joelho esquerdo em um ar de irmão mais velho conhecendo o namorado do irmãozinho a primeira vez. Armin estava ao lado de Eren com as mãos nos joelhos, olhando para o amigo e para o ex. Jean estava sentado no sofá ao lado, encarando os dois e tomando coragem para falar algo.

─ Vai ficar olhando com essa cara e não vai dizer nada? – Eren quem quebrou o silêncio. Estava para voar em Jean a qualquer momento com aquela cara de cavalo abandonado na chuva.

─ Vocês dois estão ficando? – foi a primeira coisa que Jean perguntou e, bem, não era a coisa mais sensata de se dizer. Mas vê-los tão próximos e juntos ultimamente – acompanhava as redes sociais de Eren – fazia uma pulga brotar atrás de sua orelha.

Os dois olharam para o castanho, indignados. Ele havia feito aquela pergunta mesmo? Jean sabia bem da amizade e irmandade que Armin e Eren tinham, o amor de irmãos sempre foi recorrente ali e nunca mudou nem floresceu para algo além daquilo.

─ Jean – a voz de Armin soou firme pela primeira vez. – O que você veio fazer aqui? Apenas perguntar se eu e Eren estamos ficando, é sério? – olhou incrédulo para o ex.

─ Estão ou não?

─ Não – Eren disse. – Vá se foder, seu merda. O que quer com Armin? – cuspiu as palavras.

─ Se continuar me xingando, eu vou para cima – Jean ameaçou, estava se sentindo intimidado por Eren de alguma forma.

─ Então vem, vai ser um prazer encher essa cara cínica sua com vários socos.

─ Parem, ninguém vai brigar aqui – Armin interviu. – Não, Jean. Não estamos ficando, somos quase irmãos. Você sabe disso – suspirou. – O que quer?

─ Queria pedir perdão... Você sabe... Por tudo – disse meio pausadamente, fazendo os dois o olharem surpresos.

Um silêncio se instalou na sala. Um silêncio ensurdecedor. Eren não iria falar mais um A, uma vez que agora quem deveria tomar controle da situação seria Armin. Óbvio, sabia o quanto o amigo havia sofrido com o término repentino e a traição descarada e aquilo o deixava incrivelmente nervoso com Jean, pois o loiro havia confiado seu corpo e alma a ele e o castanho simplesmente jogou tudo pelo ralo para ficar com um romance incerto.