O Nosso Fio Vermelho

Sinestesia

Eren sentiu os lábios de Levi tocarem os seus e fechou os olhos em puro impulso. Não conseguiu resistir ao mais velho, pelo menos não aquela noite. Estava tudo tão confuso dentro de si que sequer conseguia raciocinar direito. Talvez, só talvez, aquilo tenha sido uma desculpa qualquer criada em sua mente, pois sabia que não conseguia resistir a toda aquela atmosfera presente ali.

Levou a mão na nuca de Levi, puxando-o para mais perto e intensificando aquele beijo que tanto sentiu falta. As borboletas dançavam em seu estômago e o coração acelerado entregavam como aquilo era bom e único e lembrou-se do motivo de achar que nenhum dos beijos dos seus atuais ficantes se equiparavam aos de Levi quando sentiu a língua quente do maior adentrar sua boca de forma calma, acompanhando o ritmo daquele beijo diferente que davam.

Estava diferente, sim. Era como se o amor e o cuidado ali fossem palpáveis de alguma forma e Eren não podia dizer que não estava gostando, pelo contrário, estava muito bom.

Levi terminou o beijo com leves selares nos lábios de Eren, afastando-se um pouco para encará-lo. Como havia sentido falta do beijo do mais novo, do seu toque, da presença dele. Continuou a acariciar seu rosto com a mão, vendo as bochechas com um tom ruborizado lindo e um brilho familiar vindo das duas esmeraldas brilhantes que tanto amava olhar.

Não precisava ser dito nada ali, apenas a troca de olhares dizia por si só. Levi voltou a beijar Eren, agora colocando uma de suas mãos na cintura do mais novo, puxando-o para mais perto. Eren passou as pernas ao redor da cintura de Levi a fim de ter mais contato com o corpo do mais velho. Como sentiu falta daquilo, daquele toque, daquelas mãos.

Levi começou a dar leves mordidas no lábio inferior de Eren em meio aos beijos, intercalando com chupadas em seu lábio superior, para depois colocar sua língua novamente dentro da boca do moreno. A outra mão saiu da nuca indo de encontro aos cabelos castanhos um pouco maiores desde a última vez que havia pegado, adentrando entre estes e pegando-os de forma suave e leve, sem força alguma – apenas um hábito que havia pegado quando beijava Eren e não podia dizer que não gostava.

Eren segurava os ombros de Levi e suas mãos escorregaram para seus braços, tocando-os, para logo depois subir novamente na nuca e nos cabelos negros, como se quisesse ter certeza de que estava beijando Levi e não era mais um de seus sonhos.

Levi terminou mais um beijo, puxando o lábio de Eren entre seus dentes e descendo rumo ao pescoço do garoto e inalando ali aquele perfume que tanto gostava e tanto sentiu falta. Deu leves beijos ali, para depois passar a língua por toda extensão lateral, sentindo Eren estremecer com o toque naquela região sensível.

Não o marcaria aquela noite, claro que não, pois sabia que já havia marcado o coração do garoto e era isso que queria; mas se Eren havia pedido para ser dele por mais uma noite, desejava que aquilo fosse diferente de alguma forma.

Continuou ali e ajeitou seu corpo, virando-o para a direção de Eren, para que o mesmo sentasse em seu colo enquanto continuava com as carícias. A colcha já jogada no chão e o som dos beijos e carícias compunham o ambiente levemente iluminado, junto com o barulho de uma tempestade que caía lá fora.

Toda essa atmosfera fazia a sinestesia de ambos fluir de uma forma inexplicável. Os sons, cheiros, carícias, tudo contribuía de forma a acrescentar algo extremamente positivo aquele momento único e íntimo que estavam tendo.

Levi levou a mão até a barra da camiseta que Eren usava, mas antes de subi-la encarou o garoto nos olhos. – Eu posso? – questionou e Eren assentiu meio envergonhado, enquanto se perdia novamente nos olhos de Levi.

Eren pensou e achou engraçado o fato de que parecia que ambos estavam se entregando a primeira vez um para o outro, como se nunca tivessem feito aquilo uma vez sequer. O cuidado e a delicadeza eram palpáveis, quase visíveis a olho nú. Seu coração batendo rápido e as borboletas em seu estômago evidenciavam ainda mais isso, pois não se sentia assim com Floch e nem Reiner – apenas com Levi, como se fosse único e exclusivamente dele.