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Algumas semanas após Eren ter aceitado a amizade colorida de Reiner, a relação que ambos tinham subiu de nível. Não era um relacionamento sério, óbvio, mas o loiro não deixava de dizer que gostava do amigo – como se falar aquilo diversas vezes fosse fazer sentimentos brotarem dentro de Eren.

Apesar de Eren não negar os beijos que o amigo dava – e esses estavam ficando cada vez mais quentes –, estava pensando que, talvez, tivesse entrado em uma situação um pouco delicada para esquecer Levi e aquilo o deixava perdido. Gostava de Reiner, mas sentia que estava dando falsas esperanças de um futuro relacionamento, por mais que tivesse dito com todas as palavras que não queria nada sério, os toques e carinhos poderiam fazer Reiner entender mal.

Ainda pensava em Levi e mentiria se dissesse que não. As aulas que tinha com o mais velho eram incrivelmente dolorosas. Ouvir a voz grave e encará-lo era uma tarefa difícil, principalmente depois de perceber o quão abatido o baixinho estava. As olheiras grandes, as camisas sociais um pouco mais largas que o costume, as bochechas mais magras. Será que ele estava doente? O que estava acontecendo? Essas perguntas martelavam na cabeça de Eren sempre que o professor demônio ranzinza aparecia em sua sala e inevitavelmente se lembrava da última conversa que teve com Hange, onde a morena disse que Levi não comia e não dormia mais. Não trocavam mais um olhar sequer e Eren notou isso, pois estava sempre encarando o Ackerman e este nunca mais olhou para si. Queria perguntar como ele estava, mas essa distância entre os dois o sufocava e se perguntou se Levi queria algum tipo de aproximação.

As aulas de Levi eram sempre as últimas, então era um jogo cruel: ou esperava o Ackerman sair da sala, ou saía primeiro e tentava – em vão – não encará-lo. Pensava nisso enquanto encarava a voz grave do menor ecoar pela sala, explicando como seria as provas e sobre a última aula que lecionaria.

Eren suspirou frustrado. Estava tão cansado de tudo. Sentia-se vazio de todas as formas possíveis e por mais que ficasse com outras pessoas – Floch e Reiner, por exemplo –, esse vazio não era preenchido e a sensação de estar incompleto era constante.

Perdido em pensamentos, nem percebeu que a aula havia acabado e Levi saiu da sala, apressado, pegando seus pertences em cima da mesa. Se espreguiçou em sua bancada, chamando a atenção de Reiner.

─ O que foi? – viu o loiro arquear as sobrancelhas.

─ Nada, só estou cansado – deu uma desculpa qualquer.

─ Que tal almoçarmos juntos? – sugeriu Reiner, sorrindo.

Mas Eren já tinha um compromisso com Floch, havia combinado com o ruivo de almoçarem juntos há alguns dias atrás e este tinha dito que tinha algumas coisas legais para dizer a ele.

─ Não vai rolar hoje, tenho um compromisso já – Eren disse, enquanto pegava seus materiais e colocava na bolsa.

─ Com quem? – Reiner sentiu uma pitada de ciúmes. Eren ainda saía com outras pessoas?

─ Acho que já conversamos sobre isso e não foi uma e nem duas vezes – Eren arqueou as sobrancelhas, repreendendo Reiner pela pergunta. Havia notado o amigo meio ciumento ultimamente e isso o preocupava. – Estou indo, até amanhã.

Reiner suspirou. Já tiveram aquele diálogo várias vezes durante a semana, mas simplesmente não conseguia se controlar quando o assunto era ciúmes. Por mais que não tivessem nada, estava levando Eren a sério – por mais que soubesse que o amigo ficava com outras pessoas e, mais ainda, sabia que essa pessoa era Floch, alguns anos mais velho que Eren e se perguntou se ele gostava de pessoas mais velhas que ele.

Viu Eren sair da sala e suspirou. Será que algum dia seus sentimentos chegariam até ele?

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O Nosso Fio VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora