O Nosso Fio Vermelho

Buquê

Eren e Levi chegaram ao pequeno sítio onde aconteceria o casamento de Erwin e Hange. Ao irem até o local onde aconteceria a cerimônia ao ar livre, avistaram Carla colocando algumas flores que faltavam no grande arco floral que havia ai.

─ Eren, querido – Carla acenou. – Levi! Como vão? Eu amei as roupas – deu uma olhadinha rápida e viu que ambos trajavam uma caça bege, camisa branca, suspensórios marrons e uma gravata borboleta vinho, cores predominantes em toda a decoração folk do casamento. – São próprias para os padrinhos?

─ Boa tarde, Carla – Levi cumprimentou. – Sim, são.

─ Oi, mãe – Eren deu um beijo na testa de Carla e a abraçou em seguida. – Isso aqui tá maravilhoso! Pessoalmente é mil vezes mais bonito do que por fotos – disse observando todo o local.

Havia diversos bancos de madeira no local da cerimônia, diversos tapetes espalhados marcando o caminho da noiva – o que era, no mínimo, diferente e Eren somente pensou que aquilo com certeza havia sido uma ideia de Hange –, arranjos de flores no chão e um arco de flores em tons marsala, terrosos e verdes e uma mesa que seria onde ficariam os noivos e o celebrante, havia um pequeno arranjo ali também.

─ Obrigada, querido – Carla sorriu orgulhosa. – Fizemos com muito amor. A decoração da festa está ainda mais bonita, tem uma baita pista de dança e um bar enorme – cochichou, dando uma piscadinha e o casal sorriu.

─ Com certeza tem – Levi disse. Hange e Erwin eram festeiros e dois cachaceiros de marca maior, seria no mínimo estranho demais não ter uma balada regada a música alta e muita bebida em um dia tão especial. – Se me der licença, Carla, vou verificar o piano – disse e viu a morena sorrir e assentir com a cabeça.

─ Vai lá – Carla disse animada e virou-se para Eren ao ver o baixinho longe o suficiente. – As roupas não fazem o estilo dele, não é?

O moreno apenas gargalhou gostoso, até mesmo Carla havia percebido. – Nenhum pouco, mas todos os padrinhos e madrinhas tiveram um padrão. Os padrinhos vestem essas roupas e as madrinhas, que eu me lembre, eram vestidos em uma cor que é muito parecida com terracota.

─ Entendi, é tudo padronizado. Fica um charme nas fotos – ela sorriu animada. – Ah, isso me lembra de uma coisa. Me espera aqui?

─ Claro.

Eren viu Carla sair, indo rumo à parte fechada onde ocorreria a festa posteriormente. Viu algumas pessoas indo embora, provavelmente pelo trabalho ter sido finalizado ali já e ouviu o barulho do piano tomar conta do local aberto e olhou para onde saía o som, vendo Levi testar o instrumento e ajustá-lo conforme achava bom. Atentou-se e viu que era a música que ele estava ensaiando há dias atrás em seu apartamento, era incrivelmente linda e relaxante de alguma forma. Se algum dia havia ficado enjoado de observá-lo, com certeza não se lembrava. O Ackerman ficava lindo concentrado, ou fazendo qualquer coisa que fosse. Sua mente voltou ao tempo em que o baixinho lecionava na sua sala da faculdade e se lembrou de como ele ficava bonito falando de um determinado assunto com tanta propriedade, ou então como ficava elegante escrevendo na lousa a matéria com sua letra perfeita de forma. Faltava babar toda vez.

Agora vê-lo tocar piano era um novo hobbie que não se importaria de adquirir, pois o som que o Ackerman fazia era simplesmente perfeito aos seus ouvidos e cada nota ecoava como a mais bela das melodias.

Como era possível um homem ter tantas qualidades, sendo tão pequeno?

Deu um risinho pensando nisso, apertando a pasta com as partituras em seus dedos e somente então se deu conta que ainda a carregava, uma vez que Levi havia pedido para que ele a pegasse logo que saíram do carro. Quando pensou em levar até o namorado, sua mãe havia voltado.