Capítulo 47

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De pouco a pouco subia o cheiro de fumaça e a correria alimentava. As pessoas gritavam transformando aquilo em uma verdadeira cena de terror.

- Billie, a gente tem que sair daqui. - Elisa falou tossindo.

- Mas não tem como.

- Cadê meu pai, Billie? Eu quero meu pai. - Elisa falou já chorando.

Elisa e eu éramos empurrados por a multidão que se formou. Eu não tava conseguindo ao menos entender que aquilo realmente estava acontecendo.

Elisa me puxou e começou a praticamente me arrastar para a parte de cima.

- A gente tem que fugir. - A gente subiu rápido pra o andar de cima e foi batendo em todas as janelas e eu comecei a fazer o mesmo.

- Porra, quem conseguiu fechar as janelas assim?

- Elas são automáticas... Quem tem a planta daqui tem os controles das janelas. - Elisa falou devagar pela tosse.

- Mas quem tem a planta daqui?

- Não sei Billie eles não falam quem fica responsável por o local onde o evento acontece.

Foi ouvido uma segunda explosão e agora eu e Elisa já tinhamos checados quase todas as janelas.

Nós descemos e o cheiro de fumaça embaixo já estava insuportável. Já tinha pessoas desmaiadas e outras machucadas.

- Billie, cadê meu pai? - Elisa perguntou chorosa e passou por cima de alguém.

Corri passando por várias pessoas e peguei uma daquelas máscaras respiratórias. Que as pessoas usavam no tempo de pandemia.

- Princesa, usa isso. - Eu já tava vendo ela ficando fraca e incosciente. De alguma forma isso ajuda a ter menos contato com a fumaça.

Vi o pai de Elisa passando com uma feição desesperada pelos escombros que já começavam a cair.

- Não sai daqui, não faz esforço. - Corri até ele e vi sua mulher deitada na porta do banheiro com a mão na barriga e uma cara de dor.

- Ela não...

- Sim, a bolsa dela estourou. - Botei a mão na cabeça. Fudeu, fudeu tudo.

- Mas ainda não faltava semanas pra nascer?

- Foi no susto. Ela já tava encaixada, mas ela vai nascer prematura. -

A cada segundo eu me desesperava mais e os segundos pareciam anos. Elisa correu até mim e quando viu Mariana jogada no chão chorando, ela se desesperou.

- Ela não pode perder essa criança. - Disse chorando.

- Não tem como ser diferente Elisa.

Minha cabeça começou a girar e eu sentei no chão sentindo minha barriga revirar e minha cabeça doer muito. Como se tivesse recebendo marteladas.

Elisa se abaixou próximo a mim e colocou a mão no meu rosto.

- Amor, por favor, aguenta. - Ela me abraçou.

Ouvimos os gritos desesperados de Mariana e Elisa mudou o foco pra ela. Ela se aproximou e tirou sua roupa.

- Se a gente não fazer nada a criança vai morrer. - Elisa se abaixou em frente a Mariana.

Ela pegou um pano e colocou no rosto.

Ricardo se abaixou junto a filha.

- Examina a dilatação dela, Elisa. - Elisa olhou com os olhos meio semicerrados.

I need your forgiveness...| | second seasonOnde histórias criam vida. Descubra agora