12- Presa

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Boa leitura!

TONI Point of View

No dia seguinte e nos dois que se seguiram, tivemos que agir como se não tivéssemos nada a ver com a invasão do laboratório. Isso incluía falar para todo mundo da escola que não tínhamos ideia do que Hope fez e ir trabalhar normalmente no Centro de Artes.

Nesse exato momento eu estava sendo atacada por uma matilha... de lobinhos sapecas que conseguiram me derrubar e agora pulavam em cima de mim e me lambiam. A partir dos 7 anos, as turmas são sepadas por grupos e acabei vindo ajudar com a dos lobisomens. Os 10 danadinhos não me davam folga e minha única esperança era quando a aula começasse. Eu poderia muito bem tirá-los de cima de mim, mas teria risco de machucá-los e não teria graça.

Cheryl entrou na sala e viu a cena, não consegui ler o que estava em seu olhar, não só porque não compreendia como os pequenos não permitiram. Enquanto eles ainda brincavam comigo, a ruiva foi preparando para começar a aula. As vezes eu sentia seu olhar sobre nós, mas sem dizer uma palavra.

- Ok, pequenos, está na hora da aula.- falei.- Brincamos mais depois.- aos poucos eles foram saindo da forma de lobo e sentando nas mesas para prestar atenção em Cheryl.

Quando eu ajudo nessas aulas de pintura, é mais para pegar materiais ou limpar algum derramamento de tinta, fora isso era só observar em silêncio e as vezes interegir com eles. Hoje eu não estava prestando muita atenção, pois estou muito preocupada com Hope. Tinha duas opções: ou ela ia sofrer entre os presos, ou ela ia sair dali sendo a dona do local. Eu espero que seja a segunda opção.

Sinto alguém cutucando minha coxa, olho para baixo e vejo um dos pequenos olhando para mim. Seu nome é Adam, um ômega muito fofo e carinhoso. Ele estende o desenho para mim, uma casa com uma paisagem de floresta. Peguei o papel e analisei como se fosse a maior obra de arte de todos os tempos.

- Temos o próximo Picasso.- o garotinho sorriso grande.- Por que você não me ensina como se pinta?- o pego e coloco em meu colo, ele puxa uma folha em branco e me dá um pincel.

- Você faz assim.- ele coloca a mãozinha por cima da minha e me guia.- Aí assim e assim.- logo todos os outros quiseram vir me ensinar, o que acabou atrapalhando a aula de Cheryl. Mas ela não pareceu irritada, na verdade ela sorria. Uma hora nossos olhares se conectaram e a vi corar bastante e disfarçar que nos observava.

Quando o tempo de aula acabou, os pais vieram buscar as crianças até que só sobrasse eu e Cheryl. Ela fecha a porta e tranca, depois coloca seis cartolinas dobradas sobre a mesa e as abre, revelando seis pinturas.

- Eu não sei bem o que Hope pretendia fazer, mas fez uma cópia dos quadros que achamos. Você a entende melhor que eu, o que acha que ela queria?

- Eu não sei nada sobre pinturas e tenho certeza que não sei exatamente o que passa na cabeça daquela doida. Aliás, como está Helen?

- Ontem eu tive que arrastá-la para fora da biblioteca pelas asas. Passei um tempão tendo que verificar se não tinham penas na minha boca.- a imagem de um lobo arrastando Helen pelas asas pareceu um pouco cômica.- A lista que vocês pegaram daquela biblioteca tinha um total de 92 livros, não sei como, ela em três dias já leu metade.

- Ela está focando a raiva para não fazer besteira. Ela gosta da Hope e pelo modo que agiu no dia da invasão, ela iria explodir a delegacia se fosse preciso para tirar a loira doida de lá. Não posso culpá-la, eu também faria isso por- corto minha fala.

- Por?- ela provavelmente não quer ouvir a resposta, não vai ajudar no clima estranho entre nós, mas respondi honestamente.

- Por você. Mesmo com seu jeito um pouco desagradável, egoísta e malvado, eu aprendi a gostar de você.- ela ficou em silêncio poruns segundos. Eu não tenho ideia do que ela rstava pensando.

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