48- Vale a Pena

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TONI Point of View

(Duas semanas depois)

"Tem a possibilidade de você virar híbrida em alguns quesitos", e não é que Helen tinha razão? Hoje mesmo, enquanto eu passeava com Melissa na rua, eu acabei rosnando para uma pessoa. Não importa exatamente a situação, mas rosnar com certeza não é coisa de vampiro. Também teve um dia que meus dentes ficaram iguais os de lobo, e outro dias meus olhos brilharam amarelos igual de um beta.

Cheryl estava constantemente na forma de lobo, ficava deitada no chão bem ao lado do berço, parecia dormir tranquilamente, mas estava sempre atenta. Ou seja, tem duas semanas que sequer falo com minha esposa! Quando que isso vai passar? Estou sentindo falta de conversar, abraçar e beijar minha ruiva!

A porta abriu, me tirando dos pensamentos. Cheryl entra no quarto e vem até a cama. Ela estava parcialmente transformada, com presas e garras a mostra, olhos brilhando vermelho e suas orelhas estavam de lobo. A ruiva deitou ao meu lado e se encostou em mim, se aninhando no meu corpo. Tentei mexer para me ajeitar um pouco, para isso me afastei quase nada dela e ouvi um rosnado de reprovação, e logo voltei para perto.

- Posso sentir pelo imprinting que me quer mais por perto, T.T.- foi sua explicação para o rosnado.- Geralmente isso dura um mês, aguente só mais um pouco.

- Prometa que não vai passar 24 horas na forma de lobo. Eu também me preocupo com ela, mas não posso ficar mais 15 dias sem falar com você.

- Prometo.- Então ficamos em silêncio. Agora que Cheryl está aqui comigo, meus instintos maternos de vampiro que apitavam alto. Os sentidos dos vampiros ficam ainda mais aguçados nesse primeiro mês do bebê. Fiquei atenta para qualquer som estranho, porque qualquer coisa eu iria usar a supervelocidade para chegar até Melissa em segundos.

Cheryl estava de olhos fechados, provavelmente ainda prestando atenção na nossa filha. Passei a mão em seu cabelo, fazendo cafuné, e depois passei as mãos em suas orelhas. Foram raras as vezes que a vi deixar as orelhas assim quando ficava na metade da transformação, normalmente era só as garras e olhos vermelhos que ela mostrava. As orelhas de lobo eram tão macias como seus cabelos, o que só me fez querer mexer mais nelas. Soltei uma risada baixa, parecia até coisa de desenho.

A ruiva soltou um suspiro pesado e colocou a mão sobre a minha, me fazendo parar. Seus olhos vermelhos encontram os meus, foi tudo que precisou para que eu entendesse que era para parar. Talvez seja algo desconfortável, eu deveria ter perguntado antes.

- Desculpa. Incomoda?

- Tocar as orelhas dos lobisomens é a mesma coisa que tocar as asas dos anjos ou os crifres de um demônio.

- Ah...- levei um tempo para realmente entender o que ela explicou.- Ah! Não foi essa a intenção. Os grupos de vocês são estranho, eu ein. Mas é tipo, vocês sentem o que exatamente?- Cheryl solta uma risada.

- Você realmente está perguntando isso?- ela solta outra risada.- Vamos dizer que é como.... alguém tocando seus seios para te excitar mais. Não sei bem explicar, é bom e é excitante, só isso.

- Eu acho que não deveria ter perguntado.- já tinha mais de meses que não fazíamos sexo, porque Cheryl estava com a gravidez muito avançada e tínhamos medo de que algum esforço fizesse mal ao bebê. E depois tem essas duas semanas que ela não sai de perto da Melissa. Já dá para entender onde quero chegar.

- Você que não deveria ter tocado minhas orelhas.- Cheryl sobe em cima de mim, com um sorriso travesso. Vejo suas orelhas e garras de lobo sumirem, mas seus olhos continuam vermelhos.- O que vai fazer para se desculpar, sanguessuga?

- Não vamos transar. Não com nossa filha de apenas 15 dias no quarto ao lado.

- Eu me contento com só um beijo.- apertei os braços em volta da sua cintura e juntei nossas bocas. Cheryl não foi paciente, deslizou a língua por meus lábios e aprofundou o beijo. Não pude conter o suspiro. Já faziam 15 dias que a beijei, senti muita falta disso.

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