Corte dos Sonhos e Pesadelos

Batalha final

A cada segundo, Azriel sentia o latejar em sua perna, a cada esforço que dava o veneno se expandia em seu corpo, diminuindo rapidamente suas forças e os movimentos. Mas apesar disso, ele lutou, ao lado de pessoas desconhecidas, que nunca tinha ouvido falar antes, feéricos com poderes sobrenaturais diversificados, era uma honra para o mestre-espião estar ao lado deles.

A ruiva de olhos dourados, chamada Bryce, parecia uma arma ambulante, seu corpo era sua própria espada, e quando Azriel a viu disparando uma flecha sem nem sequer olhar para o murat atrás de si, ganhara seu respeito imediatamente.

A Reveladora da Verdade estava escorrendo sangue pútrido, mechas negras estavam grudadas em sua testa devido o suor da batalha. Trincando os dentes enfiou a ponta da espada no crânio de um murat, sangue espirrou em seu rosto e ele teve que se esforçar ao máximo para não colocar as tripas para fora ao sentir o cheiro e o gosto em sua boca.

-Bryce, precisamos fechar o portal. -Azriel ouviu Hunt gritar por cima do ombro para a semifeérica.

Bryce o olhou com compreensão e acenou com a cabeça, respondendo a conversa silenciosa entre os dois.

O encantador de sombras a observou correr em direção ao portal negro depois do lago, mas não deixou sua atenção se desviar das bestas vindo ao seu redor.

-O que ela vai fazer? -Rhys esmagou o crânio de um murat se aproximando de Azriel.

-Não faço ideia, mas seja lá o que for, espero que funcione porque não vamos aguentar mais muito tempo Rhys. -O brilhou sombrio no olhar de seu irmão confirmou o medo que ele estava sentindo.

Cassian xingou do lado esquerdo deles, seu olhar na semifeérica que agora brilhava, uma luz branca saía de seu interior, se expandindo até que ficasse difícil de enxergar. Os murat gritaram em resposta, foi a chance de eles atacarem, Rhys unindo seu poder com Feyre e queimando cada corpo ossudo, assim como Rowan e Aelin que uniam suas mãos ensanguentadas e arrancavam o ar de seus pulmões.

Por um mísero segundo Azriel queria que Gwyn estivesse lá, com aquela coragem, aquela bravura e perseverança lutando ao seu lado, ele podia imaginar exatamente como ela seria ali. Os cabelos de fogo se soltando da trança conforme ela golpeava por todos os lados, as expressões não mais suaves e brincalhonas, mas sim sérias e atentas para qualquer ameaça.

Então o peito de Azriel se encheria de orgulho por sua parceira, pela fêmea que ela era sempre disposta para tudo, com aquela personalidade pertencente a somente ela, única e dele. somente dele.

Bryce explodiu então, o tirando de seus sonhos, quando o portal começou a se fechar, como se ela queimasse cada fibra e célula que fazia com que ele permanecesse aberto. Então a magia toda se foi, a maioria dos murat estavam em cinzas espalhados pelo campo. Os que permaneceram foram em direção a Bryce, tentando escapar de volta para seu inferno, mas Hunt não permitiu que nenhum sequer se aproximasse dela, eletrocutando um por um. Mas o encantador de sombras viu pelo canto do olho, um grupo de murat voando em direção a cidade.

Azriel soltou o folego que estava preso em seu peito, engasgando com o próprio sangue, então sentiu suas pernas fraquejarem, caiu de joelhos no chão lamacento e coberto de sangue, a bile subindo em sua garganta quando o veneno chegou ao seu coração, quando a Morte veio busca-lo.

~

Gwyn tremia como nunca ao sentir aquele sufoco no peito, algo tinha acontecido com Azriel, ela sentiu em cada parte de seu corpo.

As três fêmeas na sala murmuraram baixo quando uma horda de bestas se aproximou da Casa no Rio. Ela não pensou em nada, só sentiu o fogo crescendo dentro de si, pode sentir seus filhos se remexerem dentro de sua barriga em resposta.

Yrene e Elide estavam postas de frente á porta, com espadas nas mãos, mas não foi preciso, pois quando Gwyn caiu de joelhos no chão e firmou suas mãos no carpete da sala, o mundo explodiu em chamas.

Seus órgãos estavam super aquecidos, queimando ao fogo crepitando dentro dela, mas tudo o que ela sentia era aquele fino laço de ouro em sua alma, quase se quebrando quando sua visão ficou preta e seu corpo desligou.