Queda das Estrelas

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-Puta merda eles nasceram. -Cassian disse sorrindo e os olhos de Nestha estavam brilhando.

-Como assim nasceram? São dois? -Aelin perguntou e Rhys somente deu um sorriso em resposta.

O choro baixo dos dois bebês ecoava desde o quarto até o andar de baixo. Azriel só conseguiu ter tempo de olhar para cada rosto na sala.

As diversas colorações de olhos fixos nele. Os azuis safira do rei, dourados da bruxa. Os olhos turquesa de Aelin e seu primo. E os tão conhecidos olhos violeta de seu irmão estavam brilhando, quando ele fez um mínimo gesto com a cabeça, tirando Azriel de seu estupor e correr para o andar de cima.

Seu coração ameaçava a parar, ele ignorou o leve puxão em sua cicatriz na perna e não parou, não até estar diante da porta onde Gwyn estava, com seus filhos.

Antes que pudesse sequer tocar na maçaneta, a porta de abriu revelando o rosto delicado e satisfeito de Yrene.

-Como ela está? -Az perguntou com a voz rouca.

-Eu estou perfeitamente bem. Entre logo. -A voz brincalhona e divertida de sua parceira entrou em seus ouvidos.

Azriel quase caiu na gargalhada ao ver Gwyn ainda brigando com ele apesar de ter acabado de dar à luz a duas crianças. O aperto em seu peito se foi ao ver sua parceira deitada na cama, os cabelos ruivos amarrados em um coque e os dois pacotinhos dormindo um em cada braço.

-Nunca vi ninguém dar à luz e ficar tão... normal desse jeito. Parece que não aconteceu nada. -Yrene disse sorrindo.

-Essa é minha garota. -Azriel murmurou baixo e seguiu para dentro do quarto.

Aquele cheiro doce dos dois bebês exalava em todo o ambiente. Apesar de suada e toda desarrumada, Azriel se viu sem ar diante da beleza de Gwyn.

Suas sombras formaram uma grande bolha em volta dos quatro na cama, protegendo-os.

-Meu amor... graças aos deuses você está bem. -Azriel se sentou ao lado dela na cama, sem tirar os olhos dos bebês em seu braço.

Os traços de cada um eram totalmente diferentes, apesar de gêmeos não tinham nada de igual. O pouco de cabelo que tinham na cabeça era o suficiente para saber que Adeena era ruiva, assim como Gwyn e Connor tinha os cabelos negros iguais aos de Azriel.

-Quer segurar ? -Gwyn perguntou baixo e Azriel assentiu.

Suas mãos tremendo e suadas se estenderam para pegar Adeena. O mestre-espião não lutou contra a explosão de sentimentos que o tomou, nem contra as lágrimas que ardiam em seus olhos. A única sensação que tinha era de ter aquela pequena princesa em seus braços.

Sua joia mais preciosa, mais valiosa que todo espólio de guerra, que nenhum dinheiro poderia comprar.

Nada poderia substituir aquele sentimento de pertencer a alguém, de segurar o fruto de seu amor e de Gwyn.

Azriel segurou sua filha com o maior cuidado e a aninhou em seus braços.

As bochechas ainda estavam rosadas e os olhinhos continuavam fechados num sono profundo.

-Oi minha princesa... -Azriel  sussurrou e não se retraiu nem recuou a mão ao segurar a mão de sua filha.

Adeena envolveu seu dedo com sua mão pequenininha, e agarrou com força surpreendente.

Erguendo os olhos para Gwyn viu as lágrimas rolarem por aquele rosto perfeito, o sorriso nunca saindo de seus lábios conforme ela sacudia de leve Connor.

-Eu sabia que ele ia se parecer com você. -Gwyn olhou para seu parceiro.

Azriel só pode bufar uma risada em resposta e depois se inclinou para frente e depositou um beijo na testa de Connor.

Corte dos Sonhos e PesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora