07 - "Foda-se Cole, foda-se"

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Acordo por volta das sete e meia da noite ainda cansado e cheio de preguiça. Passar a tarde toda no sol não é tão bom quanto eu me lembro, isso me deixa quase que, doente.

Não faço ideia de qual momento eu resolvi vir para casa, só lembro de ter que usar minha mão para desfazer a ereção que apertava dentro da roupa, após Lili me deixar completamente duro na porra daquele vestuário e em consequência beber feito uma maluco para aliviar minha frustração.

Pego meu celular e encontro algumas mensagens, entre elas uma de um número desconhecido.

"Espero que aquela maluca não tenha feito você esquecer de mim ou tenha feito você mudar de ideia em me convidar para sair. Espero seu retorno.
Beijos, Emma."

Como ela conseguiu meu número?


Não respondo, apenas bloqueio o celular e desço até a cozinha para tomar algum remédio para dor de cabeça, mas infelizmente, não ficarei sozinho no andar de baixo.

- Por favor, eu quero ir vê-la pela última vez, mãe... - Lili diz sentada em uma das banquetas. - ...Não importa, um dia não vai fazer diferença.

Ela não nota minha presença e continua conversando com quem eu acabei decifrando ser sua mãe.

Pelo que eu entendi, ela quer ir para casa ver a avó pela última vez.

Ela perdeu a avó, o que me faz lembrar do meu avô que eu perdi a alguns anos atrás. Ele era uma das únicas pessoas que eu amava de verdade e ele se foi, assim como a minha mãe.

- Tudo bem, você tem razão. - Ela funga. - Eu te amo mãe, fica bem.

Ela desliga a chamada e solta o celular com certa força sobre a bancada e apoia o rosto entre as mãos, chorando.

- Porra vó, justo agora? Eu queria você me vendo se formar. - Sua voz vacila. - Eu te amo, muito.

Sem mais conseguir me segurar quieto, eu limpo a garganta atrás dela que pula no acento. Ela limpa as lágrimas rapidamente e faz o máximo para não me olhar.

- Sinto muito pela sua avó. - Digo me aproximando. - Sei como é difícil perder alguém que se ama.

- Estava ouvindo minha conversa?

- Não pude deixar de ouvir, desculpa.

- Não, não desculpo. - Ela funga. - Espero que não use isso aqui para zoar da minha cara.

- Claro que não. Eu perdi meu avô e eu era muito apegado a ele, eu chorei feito uma mulherzi... - Ela aperta os olhos. - criança idiota.

- Ela era minha única avó com vida. Meus avôs também já foram dessa para melhor.

- Os meus também. - Nossos olhares se encontram. Ela desvia.

- Tem sobra de macarronada na geladeira, caso esteja com fome.

- Não estou, só quero um remédio para dor de cabeça.

𝐒𝐇𝐔𝐓 𝐔𝐏, 𝐅𝐔𝐂𝐊 𝐌𝐄.Onde histórias criam vida. Descubra agora