68 - "Nós vamos nos divertir, muito"

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Quando eu finalmente consigo me aproximar dos corpos ao chão, sinto todo meu corpo, e ousaria dizer, minha alma, relaxar quando encaro o rosto de Cole assustado encarando o teto, consciente. Quando seus olhos encontram os meus, ele parece sair de um pensamento distante e só então consegue se mover e sair de baixo do corpo do pai, que geme com os movimentos dele.

  - Cole, você está bem? Me diz que estar bem, por favor. - Digo segurando seu rosto de forma desesperada ao ver o sangue em sua roupa.

  - Eu... E-eu estou bem, mas ele... - Cole encara o corpo do pai, que se encontra encharcado de sangue. - Eu não fiz isso, eu não...

  - Cole, não. Você não fez nada, amor. - Seguro seu rosto mais firme para que ele me encare. - Olha pra mim, você não fez isso, ele está vivo.

  - Ele estar sangrando, ele precisa de ajuda, precisa de uma ambulância.

  - Calma. - O abraço.

  - Cole, vem irmão. - Jordan diz se aproximando. - Você não teve culpa disso, estamos todos muito bem cientes do que aconteceu aqui.

Cole levanta, sem tirar os olhos do corpo do pai nenhum segundo se quer. Jordan o guia até uma poltrona, e nesse instante, dois homens entram no apartamento e se chocam ao ver o corpo do homem ensanguentado no chão.

  - Chame uma ambulância, Tay. Agora. - Um senhor de cabelos grisalhos diz para um mais jovem que logo sai correndo.

  - Ele vai morrer se continuar sangrando assim - Cole diz preocupado, o que me deixa surpresa.

  - Não vamos mexer nele até que ambulância chegue - O homem rebate. - O que houve aqui? Eu ouvi um tiro. Senhor Jordan, o que o seu pai aprontou dessa vez?

  - Cole veio até aqui de cabeça quente, e nosso pai não perdeu e pegou uma arma. Estávamos todos alterados, Cole tentou tomar a arma dele, mas...

  - Ela disparou. - Cole o interrompe. - Foi ele, ele disparou a arma. Eu não tive culpa.

  - Tudo bem, garoto. Eu acredito em você. Esse homem fez coisas horríveis, não sei o que pode ter feito mundo a fora, mas aqui nesse prédio, ele era um homem ruim. - O homem encara o corpo no chão. - Ele não ganhou menos do que merecia. Espero que o seu próximo castigo seja uma prisão.

  - O que acontece agora? - Casey pergunta para o namorado.

  - Esperamos a ambulância, depois a polícia e contaremos tudo que aconteceu e vamos lidar com o resto.

  - Porra... - Cole esbraveja ficando de pé. - Esse filho da mãe não pode morrer, ele deve muito ainda.

  - Ele não vai morrer, não antes de todo o meu trabalho valer a pena.

Jordan diz apoiando uma das mãos no ombro do irmão.

*

Ao chegar em casa, eu e Cole quase matamos minha mãe se susto ao aparecer com as roupas ensanguentadas. Eu não desgrudei de Cole nenhum instante, o que fez o sangue em sua roupa sujar a minha também.

Nós explicamos tudo que aconteceu a ela, desde de a nossa saída de casa às pressas, o que Jordan nos disse, e até a nossa ida a delegacia prestar depoimentos sobre o que aconteceu.

Não tivemos problemas com isso, na verdade, só antecipou Jordan a expor todas as provas a respeito de todos os crimes cometidos por Matthew, e segundo o delgado, ele só teria tempo livre para a recuperação, e logo depois de as acusações serem analisadas, ele poderia sair do hospital direto para a cadeia.

𝐒𝐇𝐔𝐓 𝐔𝐏, 𝐅𝐔𝐂𝐊 𝐌𝐄.Onde histórias criam vida. Descubra agora