36 - "...o problema de ser romântico..."

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Eu achei que estava acostumado a acordar sentindo o peso do corpo de Lili sobre o meu, mas estava completamente enganado, acho que nunca irei me acostumar com isso.

Olhando ela tão serenamente deitada em meu peito, penso em como nossa relação mudou de forma inesperada. Eu e ela mal conseguíamos nos olhar sem querer trocar farpas um contra o outro ou sem ter um momento de raiva e desentendimento.

Será que é isso encontrar a pessoa certa?

Passar pelo pior para depois perceber que na verdade não tinha nada de raiva e sim... amor?

Lili se remexe, mas não acorda. Pelo menos é o que eu penso, até ela rir abertamente e levar seu olhar de encontro ao meu.

  - Bom dia. - Ela diz ainda rindo. - Admirando a coisa mais linda que verá hoje?

  - Sim, não tenha dúvidas. - Rio como ela. - Bom dia, amor.

  - "Amor", acho que nunca vou me acostumar a te ouvir me chamar assim. - Ela diz tentando sair do meu peito, mas eu não deixo - O que? - Pergunta quando sente meu olhar sobre ela.

  - Por que diz isso? Porque eu era um amorzinho com você quando nos conhecemos? - Rio.

  - Você era um puta de um babaca, Cole. Me poupe.

  - Isso não impediu de você se apaixonar por mim.

  - É, não impediu. - Ela ri revirando os olhos. - Idiota.

Faço menção de beijá-la, mas ela se afasta antes que eu faça. Ela fica de pé completamente nua me fazendo lembrar da noite passada, e que noite. Ela vai em direção ao banheiro e antes que ela adentre no cômodo, batidas na porta a impede e a faz voltar até o meio do cômodo.

  - Ué, quem será? - Ela pergunta.

  - Eu sei lá. - dou de ombros. - Ei, ei. Onde pensa que vai? - Pergunto analisando seu corpo. - Você está nua, tá maluca? Pode ser um dos caras.

Ela ri e continua andando, quando pulo da cama em sua direção, ela para e pega uma toalha sobre a cadeira da escrivaninha e a ergue.

  - Posso? - Ela balança a cabeça negativamente. - Idiota

Lili abre a porta e eu continuo na cama coberto com o lençol. Camila parece desanimada e abatida, sinto uma leve pontada de culpa por não está dando devida atenção a ela. Camila está passando por um péssimo momento com o divórcio dos pais e eu estou sendo um péssimo amigo por não está ao seu lado da forma mais adequada.

  - Vocês não vão almoçar? - Ela diz encostada no batente da porta.

  - Almoçar? - Lili pergunta e eu me ergo para o lado pegando o celular para conferir a hora. - Que horas são?

  - Quase uma da tarde. - Digo.

  - Porra...

  - É Lili, vocês aproveitaram bem a noite, eu já sei. - Ela força um sorriso.

  - Cami, está tudo bem? Seus pais deram mais alguma notícia? - pergunto.

  - Não. - Ela diz seca. - E sobre isso, será que rola uma conversa com meu melhor amigo qualquer hora?

Lili me olha sem graça cruzando os braços.

  - Claro que sim. - Digo e ela me fita da porta.

  - Ok. Desçam antes que a comida esfrie. Tchau. - Ela diz saindo.

Lili fecha a porta e segue em direção ao banheiro sem me olhar ou falar qualquer coisa. Corro até ela sem me importar de não ter nada me cobrindo. Ela para com o meu toque.

𝐒𝐇𝐔𝐓 𝐔𝐏, 𝐅𝐔𝐂𝐊 𝐌𝐄.Onde histórias criam vida. Descubra agora