55 - " O que houve? "

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- Lili, acorda filha. Seu celular está tocando tem meia hora. - Minha mãe diz me sacudindo.

  - Desde quando uma chamada dura tanto? - Resmungo me virando na cama.

  - Estou dizendo que te ligaram várias vezes. O Cole te ligou varais vezes. - Ela insiste. - Levanta garota.

  - Ai, tá bom. - Me sento na cama. - Você é chata em? - Minha mãe me encara com o cenho franzido. - O que foi, mãe? Sei que não está aqui por ligação nenhuma.

  - Não vai me contar mais sobre o Tom?

  - O que eu poderia falar sobre ter encontrado ele ontem? Que eu deveria ter ido ao banheiro com a faca do jantar na mão?

  - Para de falar besteira, Lili. - Ela diz enquanto junta alguma peças de roupas espalhadas no quarto. - Eu só achei que confiasse em mim ainda.

  - Eu confio em você, Amy. Só me chateia quando se intromete onde não deve. - Ela me ancara. - É, tipo agora.

  - Sabe que eu só estou perguntando isso porque quero ouvi-la dizer que só quer distância dele, né?

  - Então se te acalma... - Fico de pé indo até ela. - ...tudo que eu quero é distância dele. Se ele morrer, eu jogo a primeira pá de terra.

  - Misericórdia garota. Onde você aprendeu falar tanta besteira?

  - Mãe, relaxa aí, tá bom? Eu só falei o essencial com ele. Tá, eu quase surtei. Ficar perto dele foi como se eu tivesse voltado anos atrás, voltado para aquele inferno de relacionamento. - Vou até o banheiro. - Aliás, ele estava com a namorada, não tem motivo nenhum para falar mais que o essencial comigo também.

  - Tá. Isso é ótimo. - Ela vem até a porta do banheiro que deixei aberta. - Como reagiria se eu disser que ele está do outro lado da rua?

  - O que? - Pergunto com a escova de dentes na boca. - Que maldição. Por um instante eu esqueci que a mãe dele mora tão perto.

  - É aniversário da mãe dele, certamente deve está comemorando com ela, ja que mal ver ela por morar longe.

  - Foi extremamente o que ele disse. - minha mãe continua na porta me olhando. - O que foi? Mais alguma pergunta?

  - Não. Eu só... Tenho medo que você passe por aquilo tudo de novo. - Ela baixa o olhar. - Me dói lembrar daquelas marcas em seus braços, de como precisava usar por dias aquelas blusas de manga.

  - Ei... - Me aproximo dela. - Aquilo nunca mais irá se repetir, entendeu? Eu não aceitaria isso calada outra vez, e se... e se pensa isso do Cole... não pense isso dele. Da última vez ele teve motivos para agir como ágil. Ele nunca faria isso comigo.

  - Eu sei que ele não faria. Mas prometa que se...

  - Ok, vamos parar com essa conversa, tá bem? - Ela assente. - Confia em mim, está tudo bem. O fato do Tom tem voltado não significa nada para mim, sabe disso. Eu amo o Cole, e sei que ele me ama também e assim como eu, não vai se importar com aquele aprendiz de homem do outro lado da rua.

  - Você cresceu tanto. - ela me abraça. - Seu pai teria tanto orgulho da mulher que está se tornando.

  - É, eu acho que sim. Ele faz muita falta.

  - Ele faz.

No fim da tarde, Cole veio até minha casa. Ele insistiu em vir ficar comigo porque disse que eu não estava bem por não ter atendido a ligação dele pela manhã quando ligou a primeira vez, e ficou com esse papo o dia todo. Eu mandei ele vir ficar comigo para que pudesse provar o contrário.

𝐒𝐇𝐔𝐓 𝐔𝐏, 𝐅𝐔𝐂𝐊 𝐌𝐄.Onde histórias criam vida. Descubra agora