57 - "...eu odeio você...

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  - Tudo bem, você já pode falar, Cole. - Digo após minutos vendo ele abrir e fechar a boca e não falar nada.

Não queria em hipótese alguma falar com ele sobre Tom, por mim, evitaria esse assunto ao máximo. Todas as vezes que falamos sobre ele, só me fez perceber o quanto deixar esse assunto morto e enterrado é a melhor opção sempre.

Cole não fala, continua me olhando se arrumar.

  - Cole...

  - Porque não disse que ele mora aqui na frente?

  - Ele não mora exatamente aqui na frente. E eu não falei porque achei que não fosse preciso. - Respondo enquanto tranço meu cabelo de lado.

  - Você vai nesse jantar?

  - Claro que não. - Me viro para encará-lo. - Porque acha que eu iria?

  - Não sei.

  - Cole, você não tem que se preocupar em nada em relação ao Tom. Ele é meu passado, um passado ruim e que eu adoraria não ter que lembrar dele. - Me aproximo. - Ele não significa nada, não me importo com ele.

  - Mas parece que ele se importa com você.

  - Meu Deus, você está com ciúmes? - Pergunto e Cole desvia o olhar do meu. - Amor, não precisa sentir ciúmes dele. - Seguro seu rosto. - Por acaso não confia em mim?

  - Claro que confio em você, eu não confio é nele. - Cole cruza os braços.

  - Já falei que só quero distância dele, e se ele nos convidou para esse jantar, foi só para ser educado, e acredito que realmente tenha sido vontade da mãe dele. - Cole me olha. - Mas isso não significa que eu irei. Até porque... - Lhe dou um selinho. - Eu tenho coisas melhores para fazer com o meu namorado ciumento e lindo.

  - Não estou o ciúmes, Lili.

  - Ah não? - rio me afastando, mas Cole me trás para perto novamente.

  - Não, não estou. Não o conheço, mas sei que sou melhor que ele, em todos os aspectos.

  - Pode ter certeza que sim. - Lhe dou um beijo demorado antes de voltar a me arrumar.

*

No hospital sentada ao lado de Cole em um das cadeiras desocupadas, observo o movimento do ambiente da sala de espera. Muitas pessoas andam de um lado para o outro preocupadas, outras esperam pacientemente por notícias de seus parentes, e infelizmente, outras estão assimilando notícias que, digo eu por experiência própria, não ser a melhor a ser recebida.

Cole percebe a minha quietude, e segura minha mão firmemente.

  - Tudo bem?

  - Sim. - Respondo. - Só não gosto muito de hospitais. Mesmo que eu não tenha vindo até aqui com o meu pai, ainda me faz lembrar dele. - Cole aperta mais minha mão. - As vezes eu me pergunto se ele tivesse sido socorrido... se ele ainda poderia está vivo.

  - Sinto muito.

  - Todo dia eu lembro dele, ao acordar. Me lembro de como fiquei por meses sabendo que ele não estaria mais enchendo o saco da minha mãe quando eu descesse para tomar café. - Rio da lembrança. - Lembro de como a casa ficou vazia, estranha.

𝐒𝐇𝐔𝐓 𝐔𝐏, 𝐅𝐔𝐂𝐊 𝐌𝐄.Onde histórias criam vida. Descubra agora