Seis meses depois
Quem acredita, tem certeza de que o universo sempre trás o que é melhor para a gente no tempo certo. E quando isso acontece, só nos resta cuidar para o mantermos sempre ao nosso lado, bem pertinho, independente dos obstáculos, problemas e circunstâncias.
A vida de Stéfani e Mirella nesse semestre não poderia ser melhor. Progrediram bastante no quesito diálogo. Sentiam ciúmes, mas evitavam ficar demonstrando para não virar uma situação chata, porém já se conheciam e por isso sabiam quando a outra se sentia ameaçada ou insegura em relação a outra pessoa.
Sabiam, mas esqueciam que, literalmente, não havia outra pessoa.
Stéfani não largou a vida de balada, a única diferença é que agora ela passa a noite inteira beijando uma boca apenas, no entanto muito satisfeita com isso.
Mirella encontrou a paz que é viver em um relacionamento leve. No início a insegurança falou muito alto, mas aos poucos foi esvaindo. Fizeram um trato de que nunca apressariam, qualquer que seja, o processo uma da outra. Se precisassem apenas de uma companhia, estariam lado a lado e enfrentariam o que for, juntas.
Mas tem algo que mudou no último mês. O sexo.
Quer dizer, não o sexo em si, mas a frequência com a qual Stéfani a procurava. O carinho, o cuidado era o mesmo, mas para a de olhos verdes, ultimamente o sexo tem sido a resolução pra tudo.
Ou apenas uma válvula de escape para fugir da realidade dura que a vida impõe.
Conheceram varios outros amigos uma da outra. Saíram juntas mais vezes, fizeram post's românticos, mais jantares românticos, Mirella apresentou sua família para sua namorada, mas a questão do sexo é o que vem a preocupando.
Não que ela não goste, ela gosta. Ama na verdade. É o momento em que ela se entrega tanto quanto sua Teté. É quando as palavras não servem por que os corpos respondem por si e coração bate forte só em saber que não é apenas algo passageiro.
Vai além, vai muito além.
- Você vai voltar? - Mirella perguntou quando Stéfani enrolava na cama. Tinha fotos para fazer, mas queria continuar dormindo.
- Eu nem queria ir amor - respondeu a mais alta com a voz rouca.
- Teté, ultimamente cê não quer fazer nada - Mirella disse - Ta chegando atrasada nos seus compromissos, ta esquecendo de postar suas publis, não quer fazer suas fotos, nem gravar para o canal...
- Preguiça - disse Stéfani ao sentar na cama com os pés para fora - Vou banhar ok?
- Quer que eu vá te deixar? - Perguntou Mi. Stéfani apenas confirmou com a cabeça e entrou no banheiro.
Freud, na psicanálise, estudou e descreveu varias formas de motivações, tais quais nos levam ao êxito. Motivações essas que não nos deixam desistir, seja do trabalho, dos estudos, de um relacionamento ou do amor em si.
Sempre somos motivados por algo. Sempre. Seja para o próprio bem ou para o bem de outro.
Faltava motivação em Stéfani, sabe-se que ainda existe, mas não ao ponto de ser maior que o seu medo de desistir... fracassar ou errar. Ainda assim existe, meio confuso e dividida, ainda existe.
- Você vai me esperar? - Stéfani perguntou enquanto se vestia - Nao vou demorar muito.
- Posso esperar amor - respondeu Mirella, e não, ela não podia. Tinha compromisso, mas cancelaria sem que a mais alta soubesse. Stéfani estava diferente, e a mais baixa estava preocupada.
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When everything started
FanfictionEra pra ser só um beijo de balada entre duas desconhecidas, mas os caminhos resolvem se cruzar novamente quando Mirella é, acidentalmente, atropelada por Stéfani. Seria ironia do destino ou o universo tentando juntar as duas?