Mirella
- Eu vou surtar sim, e vocês vão ter que me aguentar - me joguei no sofá, logo trazendo uma almofada ao meu rosto para abafar um grito que soltei - Que ódio.
- Alem dos palcos, faz shows em casa também? - Kadu perguntou e revidei jogando a almofada nele - Calma pocoyo.
- É Mi, você tá surtando a toa - Carol disse me fazendo revirar os olhos para ela - Menti?
- Estão falando isso por que não são vocês que vão casar - respondi bufando. Não que o casamento era um problema, por deus eu vou casar com a mulher da minha vida. O problema é que a sala estava cheia de papéis amassados espalhados pelo chão - Gente, eu não estou conseguindo escrever meus votos, o casamento tá bem aí e eu não consigo escrever nada.
- It's our party we can say what we want - Dudu cantou bem devagar, dando ênfase ao final. Não era assim, eu não ia dizer qualquer coisa. Ultimamente ela tem sido tão romântica comigo, tá ultrapassando os níveis de gadice e tá quase miando quando me ver.
Não que eu seja indiferente, por que é tudo recíproco.
Nunca foi tão difícil falar sobre meus sentimentos por ela, mas ao mesmo tempo é tão óbvio, como se estivesse estampado em minha cara tudo o que eu sinto por e o tanto de amor que há entre a gente. Quero escrever algo bacana, algo romântico, clichê, que faça ela chorar ao me ouvir dizer cada palavra.
- Canta pra ela - Carol falou e automaticamente fiz uma careta. Isso nem é uma possibilidade.
- Você compõe, por que não escreve algo pensando nela? - Dudu disse - Talvez seja mais fácil, não precisa ser um textao, sabe?
- Gays, eu não estou conseguindo escrever - me sentei no sofá os encarando - Nada, absolutamente nada. Nem com ou sem melodia. E tem mais, compôr funk é algo "fácil" - fiz aspas com os dedos - Falar de amor é mais difícil, saca?
- Olha, eu preciso trabalhar - Carol disse vindo até mim depositar um beijo em minha testa - Amiga, é a Stéfani, a mulher que te ama, a mulher que você ama, a sua Teté, lembra? Deixa de surto e ouve o que o seu coraçãozinho tem pra falar.
- Eu já disse isso, mas ela não me ouve - Dudu disse e eu revirei os olhos. Sorri e dei tchauzinho com a mão para Carol quando a vi se despedir de Kadu antes de ir embora.
- Bora terminar de assistir dickinson? - perguntei a ele que logo se sentou ao meu lado empolgado e com o controle na mão.
- Vamos distrair essa sua cabecinha, quem sabe Emily e suas poesias não te inspiram? - me disse sorrindo de lado. Eu nem prestei atenção na série por que logo no início meu celular notificou novas mensagens, e pelo toque diferenciado era a minha gatinha.
Sim gente, ela tem notificações personalizadas. É o som de uma gatinha miando.
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When everything started
FanfictionEra pra ser só um beijo de balada entre duas desconhecidas, mas os caminhos resolvem se cruzar novamente quando Mirella é, acidentalmente, atropelada por Stéfani. Seria ironia do destino ou o universo tentando juntar as duas?