Capítulo 11

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MIRELLA



Acordei cedo com o sol invadindo o quarto da Teté. Levantei bem devagar e fui fechar a fresta da cortina por onde o clarão passava. Ao voltar para a cama, pude ver seu corpo descoberto, pelas roupas e lençóis, e automaticamente sorri ao lembrar da noite passada.

Me aproximei e fiz um carinho leve em seu rosto e fui para o banheiro. Enquanto a água fria caía sobre meu corpo, meus pensamentos vagavam aos nossos corpos, colados e suados, em cima daquela cama. Ninguém nunca me tratou tão carinhosamente nessas horas, como ela havia feito.

Tinha fogo, tesão, desejo, vontade, mas apesar de tudo, tinha carinho, atenção e cuidado. Eu pude sentir isso. Não foi apenas sexo, essa é uma das certezas que a noite passada me trouxe. E é engraçado que em tão pouco tempo ela já me faz tão bem, sabe? É até difícil descrever, mas é bom sentir isso.

Foi a melhor noite da minha vida, e não é nem por que eu acordei ela de madrugada pra gente terminar o que tinha começado. Foi a melhor, por que era com ela. Era pra ela que eu estava me entregando, era pra ela que eu soltava meus gemidos, alguns altos confesso, era as mãos dela que deslizavam pelo meu corpo e me fazia arrepiar com simples toque.

Nada mais importava quando ela me fazia suspirar e implorar pelo seu corpo colado ao meu. Eu que ainda achava que lá no fundo sentia algo pelo meu ex, pude ter a certeza de que dele eu não quero mais nada. Eu tenho a pessoa perfeita, pra mim, ao meu lado. Sei que ainda carrego traumas que podem nos prejudicar, mas conhecer a Teté foi a melhor coisa da minha vida.

Eu que sempre acreditei que o Dynho era a única e melhor pessoa para mim, encontrei conforto e paz em outro braços que não são os dele. Encontrei cafuné depois de um dia cheio de trabalho e beijos apaixonados sem a intenção de me levar pra cama. Encontrei um colo, o qual sei que sempre que eu precisar, terei. Encontrei alguém que inventaria um jogo comigo, ao invés de me trocar por um.

E isso em muito pouco tempo, comparado ao que eu passei com ele. Acho que aquele ditado deve fazer sentido: Nunca foi questão de tempo, e sim da pessoa.

Voltei ao quarto e ela dormia abraçada à um travesseiro, fui ao closset dela e peguei um blusão pra vestir. Tive a idéia de preparar uma supresa pra quando ela acordasse, então fui para a cozinha e comecei a preparar um café da manhã pra gente. Levaria na cama pra ela, apesar de gostar de receber, dessa vez eu queria mima-la.

Por que? Eu não sei, só sinto necessidade de trata-la da melhor forma possível.


                                     (...)


STÉFANI

Ainda de olhos fechados, passei a mão pela cama a procura dela, mas tudo que eu pude sentir, foi um espaço vazio. Suspirei pesado e abri os olhos em seguida, ela foi embora e obviamente por que se arrependeu. Olhei ao redor e nenhuma pista se quer, o despertador marcava sete e meia da manhã, ela não tinha compromisso hoje, então não teria por que acordar cedo.

Será se eu fiz algo de errado? Ou será que EU era a pessoa errada?

Eu sei que ela gosta de mim, senti isso ontem. Mas também sei que o antigo relacionamento dela, se é que podemos chamar de relacionamento, era tóxico. E eu também sei que sair de uma relação tóxica é difícil e mais difícil ainda é deixar de gostar em tão pouco tempo do ex parceiro.

E se ela foi embora por que ainda pensa que ele é a melhor pessoa pra ela?

Ele é a melhor pessoa pra ela?

Não, eu sou mais eu, lógico. Mas e ela?

Droga, suspirei mais uma vez, e levantei da cama, fui ao banheiro, escovei os dentes e lavei o rosto. Vesti um blusão apenas, já que estava pelada e fui para a cozinha. Ainda no corredor pude ouvir alguns murmúrios, estreitei os olhos e caminhei em passos lentos e silenciosos até lá.

Meu peito se encheu de alívio ao ver ela apenas com um blusão também, tentando pegar algo na prateleira de cima. Fiquei encostada na parede apenas observando-a, até ver ela bufar e desistir de pegar a vasilha de café. Me aproximei por detrás e agarrei sua cintura, dando um beijo em seu rosto e apoiando minha cabeça em seu ombro em seguida.

- Pensei que tivesse ido embora – confessei baixinho – Que bom que está aqui.

- Por que eu iria? – perguntou virando para mim e me dando um selinho rápido.

- Tava criando paranóias quando acordei e não te vi ao meu lado – sorri sem graça enfiando meu rosto em seu pescoço. Ela passou os braços pelo meu pescoço e ficamos assim, em silêncio por um tempo.

- Eu ia fazer um café e levar pra você na cama – falou fazendo com que eu a olhasse com um sorriso no rosto.

- Mas não conseguiu pegar o café, acertei? – perguntei e ela balançou a cabeça confirmando.

- Mas tem suco – falou – Tem torradas, frutas e eu ainda vou fritar os ovos.

- Eu faço o café então – disse – Sei muito bem que seu dia não começa sem ele.

- E nem o seu – afirmou sorrindo. Ela fez menção de sair, mas a puxei de volta colando nossos corpos.

- Não ta esquecendo de nada? – perguntei

- Bom dia!?

- Só isso? – sorriu e me deu um selinho – Só um? – segurou meu rosto em suas mãos e me deu vários selinhos.

- Satisfeita princesinha de jesus? – falou com a voz de bebê e ficou a coisa mais fofa do mundo. Colei nossas bocas em um beijo calmo, mas que logo nossas línguas já se encontravam em uma dança com um ritmo perfeito.

- Agora sim, bom dia pocoyo – falei e levei um tapa em meu braço.

- Pocoyo é o seu... belo ânus Stéfani Baya – falou rindo e se afastou – Meu deus do céu, que sobrenome é esse?

- Vai a merda Mirella – falei fingindo raiva e escutei sua risada, provavelmente ela estava na sala jogada no sofá.

Em alguns minutos o café já estava pronto e eu pedi para que ela colocasse à mesa enquanto eu ia tomar banho. Não demorei muito, apenas o suficiente para que quando eu saísse ela já estivesse com a bandeja em cima da cama, sentada me esperando. Sorri pra ela e me aproximei sentando de frente uma para a outra, com a bandeja em nosso meio.

- Eu disse que traria café na cama pra você – sorri boba e me inclinei para frente dando um selinho demorado nela.

- Eu vou recompensar outro dia – falei pegando um morango e colocando em sua boca que foi mordido da forma mais sensual possível – Ou posso recompensar depois desse café aqui.

- Vamos comer Stéfani – riu e bebeu um pouco do café – Dormiu bem?

- Muito bem – falei enquanto comia um morango – E você?

- Melhor impossível – sorriu me fazendo sorrir também – Por que pensou que eu tinha ido embora?

- Por nada bebê – respondi simples sem querer prolongar esse assunto.

- Sabe que eu já sei quando ta mentindo ne?

- Então deve saber também que era só paranoia – ela fez menção de responder mas não deixei – E vamos mudar de assunto, que café da manhã é um horário sagrado.

- Ok princesinha de jesus – falou e logo ficamos em silencio aproveitando o momento, até acabarmos e voltarmos a deitar, já que ainda era antes das nove – Tem compromisso mais tarde?

- Vou buscar um amigo no aeroporto – falei. Ela estava deitada com a cabeça em meu peito e fazia um carinho em meu braço – Por que?

- Que tal a gente passar o dia assim? – perguntou se aconchegando mais em meu corpo e abraçando minha cintura.

- Abraçadinhas? – perguntei e ela levantou a cabeça para me olhar e confirmar.

- Saudade de um chamego – falou sorrindo e me dando um selinho demorado – A gente pode assistir um filme já que não vamos voltar a dormir.

- Que filme? – perguntei.

- Não sei – ficou pensativa – Que tipo de filme você gosta?

- Comédia romântica – Falei.

- Então vamos assistir esposa de mentirinha – falou – É o meu preferido.

- É o meu preferido também – sorrimos juntas e levantei depois pra colocar o filme. Sabíamos muito bem que não íamos assistir, enquanto eles, no filme, estavam à caminho do Havaí, a Mirella estava à caminho do meio das minhas pernas.

Depois de termos aproveitado a manhã toda, passamos a tarde de chamego e beijinhos apaixonados. E a cada um, as borboletas faziam a festa no meu estômago. Fazia tempo que eu não sentia isso, mas é muito bom voltar a ter essas sensações com alguém de novo.

E eu que pensei que algo planejado seria mais especial, esqueci de lembrar que tudo seria mais especial só por ser com ela.

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Roi.... 😀
Vamos voltar a ficção por que a realidade ta dura meu fi

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