Capítulo 34

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A temperatura era de 10°C, o tempo nublado contribuía bastante para o frio que fazia àquela manhã. A cama da casa da Mi era enorme, assim como os cobertores e o espaço vazio ao lado de uma Stefani que dormia igual bebê.

É normal a preguiça tomar de conta nesses climas. Dar vontade de ficar deitada o dia todo, seja curtindo um filme, comendo besteiras ou agarrada com a morena de baixo de um edredom quentinho.

Stefani, ainda de olhos fechados, passou a mão no espaço vazio na cama e resmungou toda dengosa. Queria o calor do corpo de seu amor, mas quando viu que estava sozinha, levantou-se um pouco e abriu os olhos, os deixando passear o quarto todo apenas para ter certeza que Mirella não estava ali.

Voltou a se jogar na cama e se encolher em baixo das cobertas. Não era a primeira vez que acordava sozinha ali, Mirella tinha mania de sair para trabalhar e deixa-la dormindo. A namorada usava a desculpa que um bebê desses merece o soninho da beleza mais prolongado.

Sorriu e resolveu levantar para ver se encontraria uma morena baixinha usando seu moletom e suas pantufas, inclusive achava muito fofo.

Apesar de não estar forte, sentia dores de cabeça da ressaca das bebidas de ontem. Stefani respirou fundo e ao lembrar da noite passada, mas negou com a cabeça. Não queria pensar nisso agora.

Passeou a casa toda e não encontrou ninguém, então resolveu tomar banho, mas antes procurou por seu celular e quando o encontrou, desligado, colocou logo para carregar e entrou no banheiro. Encontrou a pulseira da namorada em cima do balcão da pia, era normal Mi esquecer quando tirava para tomar banho.

Também tirou a sua e a deixou ali. A pulseira, a qual Mi pediu Stefani em namoro, costumava prender os cabelos quando iam tomar banho. Então ambas tiravam e depois colocavam novamente.

Voltou a quarto enrolada em uma toalha e antes de ir ao closet pegar alguma roupa, viu que o celular possuía bateria o suficiente para o ligar, e assim fez. Vestia um short jeans clarinho quando as notificações em seu celular começaram a chegar, engoliu em seco, o celular não parava de tocar e quando isso acontece é sinal de que coisa boa não é.

Vestiu rapidamente uma blusinha branca e foi em busca de seu celular, bastou olhar uma única notificação para rapidamente discar o número da namorada. O que não bastava e estava sendo em vão já que o celular de Mirella caía direto na caixa postal.

- Droga! - Exclamou enquanto saía do quarto. Precisava conversar com sua namorada e precisava urgente.

Saiu o mais rápido possível dali, nem chamou um uber, pegou o primeiro táxi que viu na porta do prédio. Enquanto estava indo para casa pegar seu carro, Kadu ligou pela centésima vez, literalmente.

- Onde tá a Mi? - Stefani perguntou antes mesmo que ele falasse algo.

- A namorada é sua, me diga você - respondeu o homem, e pelo tom de voz, ela sabia perfeitamente que se estivesse na frente dele, ja a teria fuzilado.

- Não aconteceu nada, pelo amor de deus - tentou se explicar depois de respirar fundo.

- Não é o que as fotos dizem Stefani - Kadu respondeu - Eu só queria saber se a Mi estava com você, mas eu ja sei que não. Se te ajuda, não houve pronunciamento ainda.

(...)

STEFANI BAYS

Já passava das sete da noite e nada de Mirella aparecer. Eu não sabia o que fazer, e desconhecia lugares por onde eu poderia procura-la. Ninguém sabia, ninguém tinha notícias, e o celular continuava desligado. Eu ja estava enlouquecendo com esse sumiço dela.

Por deus, eu estava preocupada ao extremo.

Silenciei todos os aplicativos de rede sociais, não aguentava mais as notificações chegando uma atrás da outra. Kadu me ligou, queria entender o que tinha acontecido, como assessor, mas principalmente como amigo. Sua cara de poucos amigos dizia o quão bravo e irritado ele estava.

Ficou acordado que ninguém ia se pronunciar, eu queria conversar com ela primeiro. Eu precisava. Conheço a namorada que tenho... Por deus não tem nem como pensar ao contrário vendo as fotos que sairam nos sites de fofoca.

Era cada comentário desnecessário e pesado, alguns até me compararam com ex dela e isso só serviu para aumentar minha raiva.

"Quem diz que relacionamento com mulher é diferente, eu digo: são tudo farinha do mesmo saco, tanto a atual como o ex. Eu só tenho pena da Mi, uma vez corna, pra sempre corna"

Fui numa pracinha que fomos algumas vezes, na mãe dela, liguei para alguns amigos e nada. Eu já chorava por que eu sabia que ela estaria assim e eu me odeio por isso. Odeio por fazê-la chorar, odeio por ter, com toda certeza do mundo, a machucado.

Ja passava das meia noite e nem sinal, só queria saber onde ela estar, mesmo que estivesse com raiva e me odiando, queria saber se ela está em um lugar seguro.

Rayssa e Jornada vieram ver como eu estava e ainda quiseram ficar, mas eu não quis. Preferi ficar sozinha, não queria a companhia de ninguém.

- Droga, Mirella. Você se quer me deu o benefício da dúvida - falei baixinho para mim mesma enquanto rolava a tela do celular.

As pessoas são terríveis nas redes sociais né? Julgam sem se quer saber da verdade.

As fotos saíram tanto em sites, como em perfis de fofoca do Instagram, twitter, Facebook... Kerline comentava as vezes com a intenção de botar lenha na fogueira e eu queria matar àquela mulher. Aquela desgraçada que, provavelmente, vai me fazer ficar solteira.

As fotos eram bem explícitas, e eu não julgo a Mi, era visível eu e Kerline aos beijos no cantinho da balada. O ângulo estava perfeito...

...perfeito para acabar com meu namoro.





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Hello. Estou ótima e vocês?🙃

When everything startedOnde histórias criam vida. Descubra agora