Capítulo 35

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Expectativas!

Imagine o quão frustrante é quando não são supridas.

Se carregassem consigo apenas o não suprimento das mesmas seria bom. Seria ótimo na verdade.

Mas não.

Nos sentimos inferior, enganados e o quão decepcionados ficamos por algo que esperamos de outro alguém, é surreal.

Mas o problema está aí, é errado esperar algo de outras pessoas. Muitas das vezes a gente se ferra psicologicamente por causa disso, por esperar por algo que fulano não vai ser capaz de suprir.

Nossas expectativas jamais devem ser maiores que o nosso bem estar. Primeiro nós mesmo, depois o resto, não importa a ordem desde que a nossa prioridade seja nós mesmos.

É se ausentar quando sentir que não vai aguentar  o desmoronamento de algo, ou simplesmente por que sentiu medo. E tá tudo bem em fugir do caos, ta tudo bem procurar um local onde possa se sentir livre. Um ar fresco, silêncio você e seus pensamentos, apenas.

Um encontro inadiável se você com você.

Se quiser deixe as lágrimas caírem, deixe o mal por si só sair de dentro para fora. Se deixe esvaziar e se energize novamente de coisas boas. Se permita ser você.

Apenas você e para você.

Outras pessoas não importam agora, talvez depois, mas por enquanto se cuide primeiro. O depois vem com o tempo e por mais que possamos adiar, é impossível fugir dele.

Mas pra quê pensar no futuro agora, não é?

(...)


- Ô mãe, olha a Mirella aqui - Enzo gritou de dentro da piscina. Mirella segurava o rosto de seu cunhado e o enchia de beijos. Ele morria de vergonha e ela ria da cara vermelha com a qual ele ficava.

- Assume que eu sou sua cunhada favorita - disse Mirella abraçando a criança.

- Só tenho você né? - brincou Enzo - Quer dizer...

- Ja falamos sobre isso - Mirella o interrompeu enquanto caminhavam para dentro da casa.

- Nós vamos jogar hoje? - Enzo pra mudar de assunto quis garantir a aposta no video game.

- Você vai me levar a falência garoto - Mirella riu.

- Sonsa ne? - disse Enzo já que a Mc ganhou as duas últimas.

- Voltaram? - Viviane perguntou ao avistar os dois na entrada da cozinha -  Vamos ja jantar.

- Quer ajuda? - Mirella perguntou.

- Não precisa, estar quase pronto - respondeu a mãe de Stefani. Antes que Mirella pudesse sair, a mulher apontou para o celular da cantora - Não parou de tocar.

- Vou deixar no silencioso - Mirella disse se afastando de Enzo para pegar o aparelho em cima da bancada. Viu várias mensagens e ligações de seus amigos e principalmente de Stefani.

Já fazia mais de duas semanas que não dava sinal se vida para ninguém, com excessão de sua mãe. A ligação e o convite de Enzo para vim á chácara da família de Stefani era tudo o que ela precisava. Fugir da bomba que deixou para trás era o certo a se fazer, para ela.

Não tirou conclusões precipitadas, apesar de ter doido ver aquilo, queria entender o contexto da história antes de julgar. Ninguém mais sabia que ela estava ali, apenas Enzo, Viviane e Carla, uma irmã de Stefani que se quer ela tinha conhecimento.

Enzo fez de seus dias os melhores possíveis, como toda criança curiosa quis saber sobre o que viu na internet. E apesar de sua idade, Mirella o achou bem inteligente e esperto, mas do que aparentava ser.

Conversaram um pouco, o suficiente para ela esquecer o mundo lá fora e se concentrar na beleza que o local proporcionava.

- Você ainda não me disse como minha irmã é com você - Carla apareceu segurando suas taças de vinho, uma ofereceu á Mirella e  a outra bebeu.

Ja tinham jantado, jogado video game com Enzo, e agora tanto ele como a mãe estavam dormindo. Estava sentada na varanda da casa, sentindo o vento bater em seu rosto enquanto se perdia em pensamentos.

- Ela é incrível - a resposta de Mirella se limitou a isso. Pegou a taça de vinho e observou Carla sentar ao seu lado.

- Não brigamos, nem nada do tipo - Disse a mulher que agora encarava o céu igual Mirella. A mc não disse nada, sabia que era a resposta da pergunta que ela havia feito dias depois de se conhecerem - Quer dizer... Ela é muito orgulhosa, ranzinza, grossa e tem a língua solta. Ela tinha um namorado, e na época nós já não nos dávamos bem, eu batia muito de frente com ela. Teve um dia que ele me agarrou e ela viu, me chamou de tudo menos de santa e desde então nunca mais trocamos uma única palavra se quer.

- Mas ela estava certa? - Mi perguntou enquanto Carla bebia o vinho de sua taça.

- Não. Eu jurei pra ela que a culpa não era minha mas ela não me ouviu. E tem uma coisa que eu aprendi, com ela mesma, que eu uso constantemente - Carla respondeu - Você pode estar certa o quanto for, porém quanto mais tenta se justificar, mais cansativo se tornam seus argumentos. A verdade por si só se torna explícita, cedo ou tarde ela vem a tona.

Ficaram em silêncio, ambas fitavam o céu e as estrelas nele presente. Mirella mais uma vez se perdeu em pensamentos e no que tinha acabado se ouvir. Olhou para Carla com os olhos semicerrados e a encarou.

- Por que eu acho que tem alguma coisa detrás dessas palavras? - Mi perguntou e observou um sorrisinho crescer no canto da boca da mulher ao seu lado.

- Isso diz muito sobre a Sté - disse. Era assim que chamava a irmã quando mais novas - E eu acho que se encaixa no que vocês estão passando. As circunstâncias são parecidas até.

- Está defendendo sua irmã na cara dura? - Mirella perguntou pasma.

- Ela é incrível, você mesma disse - responde Carla se levantando - Na época eu quis o benefício da dúvida, até um certo momento. Depois eu deixei para lá, eu estava certa queira ela ou não.

E saiu deixando Mirella para trás com uma taça de vinho seca, um céu, que agora, ameaça chover e mil pensamentos na cabeça.

Era quase três da manhã quando respondeu as centenas mensagens de Stefani, não esperou uma resposta, conhecia e sabia muito bem que a mulher uma hora dessas estava dormindo.

Uma única mensagem que na verdade não respondia nenhuma das perguntas que Stefani havia feito. Só constava um endereço e a pergunta se poderiam se encontrar para conversarem.




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When everything startedOnde histórias criam vida. Descubra agora