Capítulo 33

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MIRELLA



Estava em casa de pernas para o ar, literalmente. Deitada em minha cama com as pernas para cima enquanto meus dedos rolavam a tela do celular. Minhas redes sociais estavam um tédio, na verdade está tudo um tédio por aqui.

É um saco ficar sozinha em casa sem companhia alguma. Ja tinha assaltado a geladeira e até assistido filmes, mas por deus, nada segurava minha atenção. E minha namorada, bom... Stefani saiu com os amigos.

Me convidou, mas eu não quis ir junto para não atrapalhar.

Estou sentindo a gente tão... sei lá, parece que estamos frágeis e que a qualquer momento tudo vai se espatifar ao chão. Pode ser minhas paranóias trabalhando, mas acho que estamos passando por uma crise.

E eu tô me sentindo tão frágil com isso.

Mas enfim, ela ta se divertindo, e eu espero que esteja mesmo. Meu amor tem trabalhado tanto ultimamente, e apesar de não entender a agenda lotada, sempre, mesmo, tem tempo pra gente. E isso me faz realmente pensar que seja minhas paranóias querendo me sabotar.

E se eu mandar uma mensagem pra saber como ela tá?

Esses dias me peguei ajeitando meu closet e arrumando as roupas dela que estão aqui. Muitas inclusive, ocupou um bom espaço, bem do ladinho das minhas. Ela viu, estava comigo separando algumas roupas para doação, mas nada disse.

Se é que tinha alguma coisa pra dizer.

Aproveitou pra levar algumas de volta pra casa dela. Eu quase infarto, pareceu que estava levando uma parte minha, mas também nao disse nada. As roupas são delas, sim?

Exato, mas são minhas também já que durmo com algumas.

Mas devo dizer que tudo ficou em segundo plano quando aquela noite chegou. Por deus, é até pecado dizer o nome dele nessas horas. Eu não me canso de dizer o quão gostoso é e o quão bem eu me sinto com ela. É um sentimento gigante, enorme, capaz de me fazer flutuar de tão leve que eu me sinto.

Uma paz sabe? Um sentimento de moradia.

É o carinho de todo dia, a atenção direcionada aos meus detalhes, a encarada aleatória no meio do povo que me faz sorrir boba. Ela sabe que me tem, sabe perfeitamente disso. E o que me deixa mais boba ainda, é que eu também a tenho.

Estamos juntas nessa, certo?

Estava quase pegando no sono, quase mesmo, se não estivesse com o celular debaixo do meu travesseiro eu nem o sentiria vibrar. Era mensagem dela, abri a notificação e consequentemente sorri boba ao ver o que estava escrito.

Af, é muito ela mandar mensagens dizendo que tá tudo um saco, e que poderia estar melhor se eu estivesse lá. Poderia estar lá ne? Mas eu nem conheço os amigos dela, sei que um se chama Bill e o outro Gabriel.

Me assustei ao ouvir baixinho um "amor" vindo de fora do quarto, mas sorri depois. Me levantei, calcei minhas pantufas e dei um n naó no robby vermelho que usava. Abri a porta do quarto só pra me deparar com ela encostada na parede bem ao lado da porta. Ela estava bêbada, e sorrindo a toa pra mim.

- Foi eu que dei - apontou para o hobby que eu usava. Assenti com a cabeça sentindo suas mãos me puxando pela cintura - Estava um saco sem você.

- Eu queria que você se divertisse - respondi sentindo nossos corpos se chocar. Ela riu e negou com a cabeça. Desfez o nó em meu robby e segurou em minha cintura com uma mão e a outra ficou deslizando suas unhas por minhas costas - Por que voltou cedo?

Me olhou por alguns instantes e me abraçou logo depois. Ok, temos uma bêbada carinhosa, que obviamente tá querendo chamego. Ela sabe que beijar meu pescoço é golpe baixo, talvez seja por isso que faz e ainda solta uma risadinha.

- Da próxima vez vai comigo, tinha gente dando em cima de mim e eu não gosto de gente fazendo isso por que eu tenho uma namorada muito ciumenta - falou tudo muito rápido, tanto que minha reação foi rir.

- Eu não sou ciumenta Stefani - respondi e vi sua sombrancelha se erguer em minha direção.

- E eu não estou bêbada - disse ela e logo depois riu - Não vai me convidar pra entrar em seu quarto? Deitar em sua cama, tomar banho em seu chuveiro...

- Quer vestir minhas roupas também? - perguntei brincalhona.

- Não. Eu prefiro tirar as suas - respondeu.

- Sabe que não precisa de convite - respondi lhe dando um selinho rápido e segurando suas mãos depois - Vem.

Ela caminhou comigo até a cama e se jogou nela. Não estava tão bêbada assim, estava consciente, apesar de seu corpo cambalear um pouco. Amanhã preciso lembrar como ela chegou aqui, não acredito que tenha vindo dirigindo.

Digo amanhã por que enquanto eu estava pegando roupas limpas e confortáveis pra ela dormir, a bonita realmente dormiu. Tão linda meu amor, nem parece que dar patadas nos outros quando acordada. Estava tirando a calça que ela vestia, quando ela se virou de lado resmungando.

- Não vou tomar banho - disse agarrando meu travesseiro - Não estou suja, nem rolei no chão.

- Ta bom - disse e sorri - Vamos pelo menos trocar de roupa.

- Ta - respondeu e virou-se com a barriga pra cima. Terminei de tirar sua calça, e sua blusa. Ela poderia fazer isso sozinha, mas gosta de ser mimada - A calcinha também amor.

- Calça moleton ou um shortinho soltinho? - perguntei olhando para a bonita completamente nua em minha cama.

- Me leva pra tomar banho - pediu fazendo-me encara-la. Não disse nada, apenas peguei suas mãos estendidas para mim e a levei ao banheiro.

Me fez tomar banho com ela, mas tudo bem.

Se jogou sem roupas na cama e me fez ir á cozinha pegar água. Depois me abraçou, e apesar de estar com os olhos fechados, ela não estava dormindo. Seus dedos subiam e desciam em meu abdômen enquanto eu lhe fazia um cafuné.

- Você nunca atrapalha. Quando eu chamo você pra sair não é por obrigação, é por que eu quero que você vá. E não tem diversão melhor quando você está comigo. - disse ela, com a voz calma e baixa. Apenas depositei um beijo na lateral de sua cabeça e senti seu corpo se aconchegando mais ao meu - Me deixar sozinha em um balada é perigoso Mirella.

- Falou a que veio embora por que eu não estava lá - disse brincalhona. Ela riu só pra deixar uma mordida em meu pescoço.

- Ai, ai. Convencida - respondeu depois - Estou cansada.

- Pode dormir amor - disse continuando com o cafuné em seus cabelos - Eu amo você, Teté.

- Eu te amo baby - respondeu - Acredite em mim, eu te amo.

Ela não demorou a dormir. Ainda continuei acariciando seus cabelos enquanto ela dormia abraçada ao meu corpo. Estava quase dormindo quando meu celular tocou, pra nao acordar ela, eu logo atendi. Era Kadu me perguntando se eu ja tinha visto as redes sociais e os sites de fofoca.

E sinceramente, o que eu vi ali foi de estragar com a minha noite. Eu nem pensaria muito, minhas paranóias ja estavam fazendo isso por mim.





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Voltei (adiantei um pouco das atividades, sou péssima em economia, por deus) mas cá estou eu.

Mas agora eu vou demorar mesmo, real. Voltei por que ontem aticei a curiosidade de algumas pessoas ao publicar um capitulo e apagar logo depois kkkkkkkk eu recebi uma mensagem que me fez derrubar o cllr em minha cara e consequentemente publicar algo incompleto.

Mas fiquem aí com as curiosidade de vocês, eu volto. 😎

When everything startedOnde histórias criam vida. Descubra agora