Filme e um violão

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Por Emily

Essas semanas estão se passando até que bem rápido. A rotina tomou conta da vida de todos, mas de certa forma eu gosto disso. Sinto uma tranquilidade, parece que as coisas estão em seu lugar, o que é muito bom. Sabe aquele friozinho bom? Pelo menos eu acho, amo esses dias mais frios de final de novembro e começo de dezembro. O final e início do ano é a época mais fria daqui, então a tendência é aumentar.

Elena cada vez fica com a barriga maior, mas é incrível como não perde o estilo de jeito nenhum. Ela veste aquelas roupas perfeitas, mas apenas nela, se qualquer outra pessoa vestir fica parecendo um dinossauro, tenho certeza.

Na escola, estou bem atarefada, até porque temos férias no meio de dezembro até o início de janeiro, então meio que ficamos bem cheios nessa época. Normalmente vou com o meu carro, mas as vezes o Caleb passa por aqui pra não perdermos o costume.

Vejo o Harry sempre, no fim de semana e alguma vez na semana também. Inclusive, estou indo pra lá agora, meu treino das líderes acabou mais cedo e hoje é a folga dele, então vamos passar a tarde e o começo da noite juntos.

- Oi - falo quando ele abre a porta e me abraça. Está só com uma calça de moletom, pois o aquecedor está ligado deixando o ambiente bem quentinho. Aproveito pra tirar meu casaco também.

- Oi, tudo bem?

- Sim - entramos. - E com você? - Me jogo no sofá e ele ao meu lado.

- Tudo bem, também - me observa e chego mais perto. - Como foi o seu dia?

- Normal, nada de novo - sou sincera. - Você conseguiu descobrir aquele caso? - Fiz referência a nossa conversa na noite passada.

- Não, mas crimes perfeitos não existem, então vamos descobrir - sorrio com sua empolgação.

Um silêncio se forma e lembro que ainda não falei pra ele sobre eu ter mandado carta para faculdade lá em Nova Iorque. Penso em entrar nesse assunto, mas parece tão complicado. Eu ainda nem sei se vou mesmo. Vejo o violão dele no canto da sala, vou até lá e pego, outro dia nós tocamos e foi tão lindo.

- Toma - entrego a ele que se posiciona e começa a dedilhar uma melodia que logo conheço. "Total Eclipse of the Heart" - Jill Andrewa.

Começo a cantar e logo depois ele entra junto comigo, o que me surpreende, pois sempre apenas eu canto, ele só toca. Sua voz é tão diferente de quando está falando, o que é lógico, a voz quando cantamos é diferente, mas é como se ele fizesse isso sempre. Talvez eu devesse conhecer melhor meu namorado. Em certo momento eu paro e deixo-o cantar sozinho, achei até que iria parar, mas ele continuou, fechou os olhos e pareceu está dentro de um clipe musical.

- Harry, você não sabe o que a Belinha aprontou no pet shop - Peter entra com tudo fazendo o Harry parar e eu querer enfiar uma corda de violão pela garganta dele. - Eita... - ele olha pra gente segurando a Belinha e uma sacola de ração.

- Boa tarde, Peter - Harry fuzila ele com os olhos.

- Quem é a gata mais linda desse mundo? - Vou ver a Belinha que me ignora, acho que ela não gosta de mim.

- Foi mal, pessoas, não sabia disso não, mas sintam como se eu não estivesse aqui, bye bye - ele vai saindo. - Belinha, vem comigo pra não segurar vela, minha filha - ele pega a gata e entra no quarto fazendo símbolos obscenos com as mãos e nós dois começamos a ri.

- Vem pra cá, idiota, eu estou fazendo café - Harry bate na porta do Peter um tempo depois quando decidimos comer.

Começamos a conversar igual pessoas normais por um tempo, até lembrarmos que não somos tão normais assim.

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