"Me diga como ficar neste mundo
Me diga como respirar e não sentir dor
Me diga como, porque eu acredito em algo
Acredito em nós"
Us - James Bay
Por Emily
Como explicar meus últimos dois dias? Eles se resumiram em pensar no Harry, em o que vai acontecer e torcer para esse pesadelo acabar logo. Estou deitada depois de um dia longo que eu não fiz nada de muito útil, além de visitar ele no hospital. Me sinto cansada, meu corpo pesado, um vazio dentro de mim, mas não consigo comer nem dormir direito. Faltei aula esses dias e todos os meus compromissos, inclusive uma prova da escola.
Tudo isso aconteceu há três dias, mas parece três meses. Fecho os olhos deixando as lágrimas rolarem até eu adormecer. A noite passa lenta, acordo algumas vezes e consigo notar os pingos de chuva em minha varanda já que deixei a cortina aberta.
Acordo com um passarinho cantando em minha varanda, pela pouca iluminação percebo que não passa das sete da manhã. A chuva passou, mas o tempo continua bem cinzento. Não enrolo muito, levanto e vou me arrumar para ir visitar ele novamente. Vamos o Peter e eu pela manhã e a família dele à tarde.
Visto uma calça e um moletom, faço um rabo de cavalo no meu cabelo e saio indo em direção a cozinha.
- Bom dia - Elle fala com um cara tentando me animar como sempre.
- Bom dia - respondo com um sorriso fraco e me sento.
- Fiz cappuccino pra você - ela me entrega uma xícara e agradeço dando um gole.
- O Peter falou que passa aqui hoje para eu ir com ele ao hospital, então você não precisa ir - falo.
- Se você quiser eu vou, não tem problema.
- Não, você tá grávida Elena, não deve ficar indo pra hospitais, nem passando por essas coisas, tem que cuidar apena do seu bebê - alerto ela.
- Ah, não aguento você, o Thomas, o Eric e a Sara cuidando de mim como se eu fosse uma criança - Elle reclama cruzando os braços e rio.
- Vocês vivem fazendo isso comigo - termino meu café. - Bom, vou ali esperar o Peter, se cuida e da um beijo no Thomas por mim - abraço ela e saio pela porta da frente.
O Peter já tinha me mandado uma mensagem dizendo que estava perto, então não demorou nem três minutos pra ele chegar. Entro no carro dele já colocando o cinto.
- Bom dia - digo.
- Bom dia - ele responde sem tirar os olhos da estrada.
- Tem novidades? Nunca vou me acostumar com aquela atendente chata que insiste em não me dar informações por eu ter dezessete anos - cruzo os braços chateada fazendo o Peter ri.
- Nenhuma novidade, Barbie - fala desanimado. - Me diz uma coisa, a senhorita não vai mais pra escola não? - Ele me olha e arregalo o olho.
- Por que se importa com minha escola?
- Porque o Harry me bate se ele acordar e você não estiver bem, não levando uma vida normal, sem ir à escola, e com essa cara de quem não dorme - ele me analisa. - A quanto tempo não lava seu cabelo? - Reviro os olhos e bato de leve no braço dele.
- Para, basta meus irmãos e cunhados querendo me manter numa vida normal sendo que não tem nada de normal - digo mexendo no porta luvas do carro dele. - E meus amigos também, ontem estavam me chamando pra cantar, olha pra minha cara e ver se tenho coragem pra pegar num microfone - tiro um rolo de papel higiênico do porta luvas dele e mostro pra ele rindo, ele toma da minha mão, coloca no canto de novo e fecha.
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Um sonho PopStar
RomanceEmily Marin é uma jovem apontada por todos, até por si mesma, como rebelde. Rebela-se contra tudo que não lhe agrada, como forma de impor-se e não permitir que nada a impeça de realizar seus sonhos. A vida a fez assim, após a morte de sua mãe quando...