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 Como assim estou apaixonada pela Miranda?

E por que isso me assusta mais que Nate me vigiando?

Eu só acho que a qualquer momento eu posso surtar, se é que eu já não esteja surtada.

Eu nem faço ideia do quanto que estou tão magoada com ela, afinal foi só sexo e eu nem conheço nada sobre esse mundo sáfico.

Eu sempre fui ciente que Miranda não se importa com ninguém, o que me fez achar no direito de cobrar ela?

EU SOU UMA RIDÍCULA e estraguei tudo, agora ela está pensando que eu não sou capaz de agir normal depois do sexo, que possa ter cobrado algo que não deveria.

Ai Nate, que ódio de você.

...

— Boa noite mocinha. – Nigel profere assim que abre a porta de seu apartamento, e só aí que me dou conta que adormeci no sofá. — O que foi que aconteceu, Six?

— Qual parte você quer saber, Nigel?

— Talvez a parte em que Emily disse que você entrou na sala de Miranda aparentemente transtornada, ou a parte em que Miranda deixou um segurança no rall desse prédio?

— Então... – Tento procurar as palavras para contar de maneira menos comprometedora. —Eu perdi a cabeça. Miranda pediu café, e quando eu fui buscar, encontrei Nate me vigiando, voltei para revista sem o café dela e ela foi sarcástica e eu estava nervosa, assustada e com medo e fui mal criada com ela.

— E você está inteira... Miranda é mesmo imprevisível. – Ele passa a mão na cabeça dele.

— Eu não sei o que vou fazer da minha vida, Nigel. – Começo a chorar como uma criança amedrontada.

— E quando você pensa em me contar o que realmente acontece entre vocês?

— Como assim, Nigel? – Meu coração bateu na boca, e a dor de cabeça que estava sentindo até passou.

—Vamos, Six, eu e você sabemos que por muito menos, Miranda já demitiu um dos melhores designs, não seria pela sua excepcional assistência que ela iria tolerar um namorado psicopata te viajando, impedindo você de fazer seu trabalho, ou até pedir diretamente para mim, cuidar de você. – Ele coloca a mão no queixo como se tivesse pensando. — O que mais? Aparecer aqui preocupadíssima com você, depois de ter ido até ao hospital e não ter te encontrado lá, tolerar um pitir seu na sala dela. Sabemos quem é Miranda, vamos, abra o jogo. – Ele senta-se ao meu lado.

Eu nem estava mais respirando de tanto nervoso, e provavelmente a minha cara está entregando tudo, pois, Nigel dá um sorriso vitorioso mesmo eu não tendo falado nada.

—Eu... Eu... Hum... – Fecho os olhos com força. — Eu e ela, a gente transou.

— O QUE? – Ele tampa a boca com os olhos arregalados.

—Eu acho que estou apaixonada Nigel, eu não sei, mas Miranda é irritantemente atraente, eu sei... Você disse para que eu não misturasse as concessões que ela me dava.

— Mas vocês transaram, isso é diferente.

— O que?

—Se vocês transaram, você pode sim misturar tudo. Agora me conta como foi isso.

Ele parece eufórico, quase nem pisca enquanto eu conto superficialmente a maneira torta que rolou a nossa transa.

— Miranda jamais transaria apenas pelo calor do momento, Andy, não seja idiota.

—Mas foi o que ela falou.

—E você queria que ela falasse o que? Miranda é casada, até onde eu e todo mundo sabia, hétero, duas filhas, e uma imagem a zelar. Você sabe como a mídia é cruel com ela.

— Pior que eu sei que não poderíamos ter nada, e eu disse para ela com todas as letras que estou apaixonada por ela.

—Mas você pode atentar o diabo, querida, Six. – Ele sorrir se levantando e indo em direção à cozinha. —Venha, vou preparar petiscos e bebida para nós.

Nigel me convenceu de tirar o restante da semana, e convenhamos que ficar em seu apartamento sem gastar nada foi mais fácil, afinal, meus planos é sair daquele apartamento o quanto antes. O lado negativo de ter tirado a semana para me recuperar é a saudade de Miranda, saudade da voz, saudade do rastro de seu perfume, saudade do cheiro de café quente, saudade de tudo que engloba ela.

Então me questiono como eu conseguiria ficar sem tudo isso caso tivesse seguido em diante quando a abandonei em Paris. Definitivamente eu não iria aguentar. Eu também encontrei a certeza de que realmente o que sinto por Miranda além de admiração é paixão.

Nigel agora só me chama de clichê ambulante, revira os olhos sempre que tocamos no assunto, dizendo que eu poderia ser mais original, essa historia de chefe e assistente é tão filme sessão da tarde. Entretanto, o que me faz sentir frio no estômago é quando ele conta que ela tá odiando a assistente temporária, e o ânimo dela são dos piores, e que muitas vezes a pega distraída dentro da sua sala, e todos os dias ela pergunta por mim.

— Você não acha isso muito chamativo, Nigel? Só estou indo trabalhar.

—Não! Miranda ama botas Chanel, rani. – Ele segura minha mão e faz com que eu gire o meu próprio eixo. — E com essa meia, fio 20 vai deixa-la louca. – Ele morde a ponta do dedo polegar todo entusiasmado. — Eu sempre desconfiei que Miranda tem um pé no vale. –Ele bate palminhas ainda sorrindo com os olhos travessos.

—E eu?

—Você tem cara de boba que se apaixona sem olhar o gênero, Six.

—Ei! – Dou um tapa em seu ombro.

—É tão engraçado a maneira como ela tenta ser natural ao perguntar de você... – Ele revira os olhos rindo.

Não sei se estou agindo corretamente indo pela cabeça de Nigel, e acreditando que Miranda realmente sente algo por mim. Mas a ideia de provocar Miranda foi como uma porta para um novo caminho que devo seguir, já que eu me sentia tão perdida. Quer dizer, ainda estou, mas pelo menos tenho uma porta aberta.

Não é como se as coisas tenha se resolvido, eu ainda sequer consegui ir ao apartamento onde dividia com Nate para pegar minhas coisas. Ainda estou de favor no apartamento de Nigel, mas, pelo menos Nate não sabe o endereço daqui e aparentemente até onde sei, ele nunca mais apareceu pelas redondezas do prédio da Elias Clarck.

Louca para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora