Quero agradecer os 10,7k de wiews, que equivale mais ou menos 500 wiews por capítulo e isso me deixa com os olhos brilhante. Obrigada, Mirandys love.
Enquanto aguardamos o tempo da Miranda sair, aproveito para terminar de conferir sua agenda do dia seguinte. Só me dou conta que os minutos já haviam passado quando ouço sua voz pedindo bolsa e casaco. Olho para Emily, que com o olhar ela afirma que essa é minha função. Fecho a agenda me levando rápido, e lhe ajudo a vestir o casaco. Sem querer meus dedos tocam sua pele. Miranda me olha em clarão e eu peço desculpa sentindo minha face ruborizada. Entrego-lhe a bolsa, ela positiva com a cabeça e sai em direção ao elevador. Consigo então voltar a respirar.
— Minutos suficientes para ela estar longe, e já podemos ir. – Emily afirma organizando sua mesa. Apenas sorrio.
Emily acaba de ir embora, deixo meu corpo relaxar na cadeira e logo em seguida meu celular toca. Quando ele me dá a noticia de que o síndico do prédio disse que Nate viajou a trabalho, levando várias malas. Sinto meu corpo alivia-se. Saber que Nate não tá mais tão perto é lenitivo para mim.
Assim que encerro a ligação, percebo a presença de Nigel ao meu lado. Ele me olha com os olhos semicerrados, e a ponta do dedo polegar a boca.
— Nate foi para Boston. – Afirmo para ele.
— Que morra por lá. – Ele revira os olhos.
— Isso significa que hoje vou para minha casa, minhas coisas. Nigel! – Levanto-me esticando minhas mãos, em um pedido silencioso para ele me dar as suas mãos. — Eu não sei como agradecer tudo o que você fez por mim, a atenção e cuidado que você teve com tudo em relação a mim. – Meus olhos já estão banhados em lágrimas. — Bem, eu só queria dizer obrigada, obrigada por tudo de coração.
— Não fiz nada de coração, Miranda me obrigou. – Ele profere irônico, me fazendo rir entre lágrimas.
— Seu bobo. – Dou-lhe um tapinha em seu ombro e ele me puxa para um abraço.
— Você tem certeza que quer ir? Sabe que minha casa tá aberta para você ficar o tempo que precisar!
— Agora eu sei, e agradeço demais por isso. Mas, eu preciso seguir em frente.
Ele balança a cabeça em concordância, segura minhas mãos apertando-as com firmeza me desejando sorte no meu novo trajeto.
É estranho retomar o caminho do meu "lar", os prédios, as calçadas, as árvores são todas iguais, mas a sensação de que são diferentes agora é grande. É como se aquele caminho já não fosse o mesmo para mim. E não é.
Eu já não volto mais para casa e ao chegar lá terá um misto-quente esperando por mim, já não tinha há tempo, já estava ficando desconhecido há tanto tempo. Como eu pude não perceber que aquele caminho já não era o mesmo?
Olho para o prédio que um dia eu estive tão ansiosa para morar e agora me causa apenas arrepios amedrontados. Engulo em seco, uma sensação de que estou sendo observada invade meu ser. Olho para os lados e não vejo nada de estranho. Subo as escadas entrando no prédio.
Procuro as chaves em minha bolsa tentando ignorar minhas mãos trêmulas. Assim que as encontro, meu celular toca me assustando. Porventura estou nervosa, não sei... mas, meus lábios estão ficando gradativamente secos. Pego o celular e atendo sem olhar para tela.
— Está tudo bem? – Reconheço a voz do Nigel, me causando alivio.
— Estou, estou tentando encontrar as chaves. – Sorrio.
— Você tá nervosa. – Ele afirma e eu sinto meus olhos encherem de lágrimas novamente.
— Achei. Depois conversamos Nigel. – Destranco a porta ao mesmo tempo em que desligo o celular.
Meus olhos não acreditam no que está vendo. A sala estava completamente suja e destruída. Não havia nenhum objeto de decoração intacto, não tinha um porta-retratos com foto. Adentro ainda incrédula olhando minhas coisas quebradas. Minha foto com meus pais rasgadas, o sofá destruído.
Corro para o quarto que fora nosso, as portas do guarda-roupa todas abertas, completamente vazias e todas as minhas roupas ao chão. Ajoelho-me em cima das roupas ainda incrédula ao perceber que estão todas cortadas.
Abro desesperadamente a gaveta onde guardava lembranças da minha infância e adolescência e estava vazia. Olho para o colchão e também tá sem condições de uso. Uma amálgama de sentimentos toma conta de mim, raiva, incredulidade, tristeza, decepção. Ás lágrimas cai copiosamente dos meus olhos. Na pia da cozinha encontro o que eram minhas lembranças queimadas.
Eu não sei o que fazer, eu pareço perdida naqueles poucos metros quadrado, eu pareço perdida nos meus pensamentos, eu pareço perdida em todos os âmbitos da minha vida. Deixo meu corpo deslizar na parede daquela sala suja e virada do avesso chorando perdida não só dentro de mim.
Depois de muito chorar. Avisto a única coisa intacta da casa. Uma folha da minha agenda pessoal onde usava para fazer observações minhas. Sigo em direção a ela.
Você foi uma garota má, Andy.
Poderíamos ter sido felizes,
poderia ter sido diferente,
mas você estragou tudo.
Com carinho, Nate!
Rasguei a folha com toda força do meu ódio. Pergunto-me em que momento ele se transformou em uma pessoa tão imatura e mesquinha assim, ou sempre fora e eu iludida que nunca percebi.
Levanto sentindo-me mais pesada que nunca. Procuro onde deixei minha bolsa a pego e saio do apartamento. Tento enxugar ás lágrimas, arrumar minha cara de derrota e saio para rua.
Enquanto sigo para estação, a sensação de que estou sendo seguida volta a se apossar de mim. Entro no trem a sensação continua igual.
Talvez esteja ficando louca, pois procuro por algum rosto conhecido, ou que me olha estranho e não avisto ninguém.
Aperto a campainha do apartamento de Nigel, e assim que ela é aberta, me jogo em seus braços chorando incessantemente. Ele me aperta acariciando meus cabelos.
— Ele destruiu tudo o que eu tinha Nigel. – Falo entre soluços.
Assim que eu me recobro, e ele me puxa realmente para dentro de sua casa, ela tá ali, nos assistindo como se fosse um robô, sem esboçar qualquer reação. Engulo em seco, eu não esperava por ela ali.
— Desculpe, eu não sabia que você estava ocupado. – Profiro para Nigel que balança a cabeça em negação e me puxa novamente para seus braços.
— O que aconteceu, Six? – Ele ignora meu pedido de desculpas.
— Eu posso ficar por mais essa noite? – Meus olhos não me obedecem e segue derramando lágrimas.
— Mas é claro. Miranda ficará com você enquanto eu resolvo um problema importante. Não demorarei muito. Você pode ficar aqui com ela não é, Miranda?
— Não precisa se preocupar comigo, Nigel, eu posso ficar aqui sozinha.
— Nesse estado que você chegou, não mesmo.
Eu olho para Miranda me sentindo péssima, e ela parece talvez tá em choque, pois olha para Nigel com os olhos visivelmente surpresos e mais abertos.
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Louca para Amar
RomanceAndréa tenta abandonar Miranda em Paris, mas minutos depois se arrepende, ainda confusa do porquê do arrependimento, tenta voltar, tenta continuar sendo assistente de Miranda e em busca de descobrir o que a prende naquela mulher fria e sem coração.