Oi, batemos 1,12k e eu estou muito feliz. Obrigada por seguirem me acompanhando.
— O quê? – Saiu mais rápido do que meu cérebro pudesse pelo menos pensar em amenizar a entonação que saiu a pergunta.
— Me acompanhe! – Ela saiu do banheiro ignorando minha fala.
Eu a segui, e confesso que a primeira coisa que faço ao sair do banheiro é olhar a procura do Nate na mesa que iríamos jantar, ele já não se encontra mais ali. Sinto um frio no estômago.
Miranda segue até a mesa que estava jantando, fica alguns longos minutos conversando com o homem que lhe acompanhava e enquanto isso, eu sigo esperando-a, em pé e todo a tempo olhando para os lados. Estou ainda com medo que Nate apareça.
Miranda pega sua bolsa que estava pousada em outra cadeira, e segue em direção à saída sem falar nada para mim, e eu deduzo que devo segui-la, e assim o faço.
Ao sairmos do restaurante, para meu medo, ouvi Nate gritar do outro lado da rua e vir em nossa direção apontando o dedo para mim.
Os seguranças do restaurante o impede de ele aproximar ainda mais.
— Você vai me pagar, Andy! – Ele esbraveja com ódio nos olhos.
Entro no carro o mais rápido que pude, Miranda demora um pouco mais, mas eu estou tão nervosa que não presto atenção do porque, e quando ela entra; Roy parte rumo à toca do dragão.
Balanço a cabeça em negação me repreendendo mentalmente por pensar desta maneira, diante da situação que acabei de passar, não é de bom tom fazer essa analogia idiota ao me referir à casa de Miranda.
Eu sinto vergonha dela, vergonha por toda situação, é complicado para mim, admitir que esteja em um relacionamento abusivo, que o Nate que eu já fui apaixonada se transformou nisso, e eu só tento buscar na mente quando ele fez essa transação: Do Nate calmo, carinhoso, interessante, para esse Nate crítico, exigente, rancoroso e egoísta.
Eu posso tê-lo transformado nisso? Porque eu sei que eu mudei, não sou a mesma, olhando para dentro de mim, me agrada a minha mudança, ele também poderia gostar, não?
Se eu não mudasse, ele despertaria esse lado dele?
Acho que tenho tendência ao enlouquecimento...
Quase salto para fora carro quando vejo um clarão no meio da noite fria de New York. Não está chovendo, mas os sinais que vem uma grande tempestade se formando é iminente.
Roy estaciona em frente à casa dela, e no momento que saio e olho para grande e silenciosa casa, um raio se forma bem atrás. Sinto que meus olhos estão esbugalhados.
"Eu sou uma mulher independente, eu não tenho medo de raios e trovões."
— Miranda, seu marido não irá se incomodar? Eu posso ir para um hotel, sei lá. – Crio coragem e questiono assim que subimos os degraus da entrada.
— Stephen viajou, e você como minha assistente deveria saber. – Ela revira os olhos.
Eu me questiono mentalmente se deveria pegar chave que tenho da sua casa e abrir a porta para ela entrar, ou espero que ela abra com sua própria chave.
Mas, no momento estou mais desesperada em saber que irei passar a noite chuvosa a sós nessa casa enorme com minha chefe que muitos também a conhecem como El dragon, diabo em Prada, pois realmente seu marido viajou e esse final de semana as filhas estão com o pai.
"Respira Andy, não surta."
Ela por fim abre a portar, me dar passagem para entrar naquela escuridão, e toda trabalhada na coragem que eu não tenho, entro.
Quando a luz se acende, eu giro para ela imediatamente, e tenho quase certeza que ela sabe que estou com medo.
— Terceiro anda, segunda porta a direita.
— O quê?
— Você por um acaso tem alguma deficiência auditiva? Se tiver, informe suas limitações no RH.
— Desculpe Miranda. – Estou me sentindo uma idiota.
— O quarto que você ficará. – Ela diz depois de um ofego.
Foi inevitável não me lembrar do dia que vim trazer o livro na primeira vez e as meninas me fizeram subir as escadas, e como consequência, Miranda me fez comer o pão que ela amassou correndo atrás de um manuscrito e que graças a isso peguei ranço e não suporto nada que remete Harry Potter.
Chego ao terceiro andar e olho para o final do corredor, um clarão surgindo pela janela de vidro, tentou ignorar, mas sinto medo. Procuro a porta que ela indiciou e a abro. E decididamente esse quarto é do tamanho do meu apartamento. A cama centralizada parece tão confortante. Namoro cada detalhe do quarto com muita curiosidade, encontro uma porta e deduzo que ali é o banheiro. Então resolvo abri-la. Não entro, apenas coloco a cabeça para dentro e analiso com ansiedade.
Sigo para perto da cama, sento-me experimentado se realmente é como parece ser. Mesmo com vontade de me jogar nela, não faço isso. Preciso de um banho primeiro.
Levanto-me novamente, e sem muita pressa começo a tirar minhas roupas enquanto com os olhos procuro um cabideiro vertical, e encontro um.
O alivio de tirar o sutiã é prazeroso demais. De calcinha, pego as roupas do chão e levo para o cabideiro e sigo em direção ao banheiro, porém, estanco no meio do caminho ao ouvir a porta sendo aberta.
Miranda ainda com a mão na maçaneta no meio da porta, não diz uma palavra, e eu começo a me sentir extremamente constrangida e vulnerável. O pensamento de que ela me acha gorda, e que eu não tenho os seios pequenos como as modelos, e tampouco a cintura das modelos que ela está acostumada a trabalhar, não ajuda muito com o fato de que eu estou praticamente pelada em sua frente. A calcinha é a única peça que ainda resta em meu corpo.
Eu não sei se cubro meus seios grandes demais para o meu gosto e um pouco caído por causa do tamanho, ou se devo agir normalmente. Eu deveria agir normal se a mulher que está paralisada a minha frente não a Miranda Priestly, a rainha mais temida da moda.
— Andréa. – Ele emite depois de pigarreio. — Se você quiser descer para comer alguma coisa, a cozinha é lá em baixo à direita. – Ela fecha a porta e eu fico exatamente como quando ela abriu a porta.
Ainda tentando digerir o acontecimento, sigo para o banheiro. A vontade de encher essa banheira enorme é grande, mas não quero abusar. E enquanto entro na ducha, ainda passo a cena de alguns minutos atrás na minha mente.
Meu rosto queima. A vergonha de ela ter me visto pelada é grande demais. Eu não sou padrão da Runway, mesmo que dentro de mim, sinto uma vontade que ela tenha aprovado o que viu, a certeza de que ela me acha gorda fala mais alto.
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Louca para Amar
RomanceAndréa tenta abandonar Miranda em Paris, mas minutos depois se arrepende, ainda confusa do porquê do arrependimento, tenta voltar, tenta continuar sendo assistente de Miranda e em busca de descobrir o que a prende naquela mulher fria e sem coração.