Fitei suas íris por longos segundos, tentando não sucumbir por completo aos sentimentos borbulhantes que conduziam minha decisão até Ucker. Era tudo tão extremo com ele, tão intenso e rápido, que por um instante, a dúvida quanto a amá-lo ou não me pareceu absurdamente ridícula. Era óbvio que sim.
- Obrigada – foi tudo que consegui dizer, sorrindo fracamente, e ele aproximou o rosto do meu, beijando-me com carinho. Eu me sentia ferida por dentro, extremamente machucada, e a cada toque de Ucker, a dor abrandava-se, causando uma sensação reconfortante a cada vez que ele se aproximava de mim.
- Não vamos mais pensar nisso por hoje, pode ser? – ele sussurrou contra meus lábios, com os olhos tranquilos muito perto dos meus e um sorriso fraco no rosto – Vamos apenas aproveitar o tempo que temos juntos.
Não pude impedir que um sorriso também surgisse em minha expressão, denunciando minha simpatia com suas palavras, e eu assenti, envolvendo seu pescoço com meus braços. Meu coração batia tão forte e num ritmo tão acelerado que foi praticamente impossível conter o impulso de esticar-me na ponta dos pés e alcançar seus lábios com os meus novamente. Parecia que minha pele sentia falta da dele e pedisse desesperadamente por contato.
Ouvi um trovão alto ecoar pelo apartamento, e com medo de nossa proximidade da área externa, onde a chuva já havia atingido um nível nitidamente estrondoso, dei alguns passos vacilantes para trás, conseguindo trazer Ucker comigo sem partir o beijo. Aos poucos, parando em alguns trechos para deslizarmos nossas mãos por partes nada educadas dos corpos um do outro, caminhamos às cegas pelo pequeno corredor, vez ou outra colidindo com uma das paredes e rindo baixinho de nossos pequenos desastres.
- A gente pode fazer sexo agora? – sussurrei rente aos seus lábios, puxando de leve seus cabelos macios da nuca e sorrindo ao vê-lo franzir suavemente a testa em resposta.
- Se eu disser que não, vai ficar mais excitante? – ele sorriu, mordendo meu lábio inferior devagar logo em seguida – Mesmo isso sendo uma mentira deslavada?
Ri baixinho, sem fôlego ao senti-lo deslizar sensualmente suas mãos por minha cintura, e ciente de minhas vertigens, Ucker encostou-me contra uma parede, prensando-me entre ela e seu corpo.
- Posso te levar pra um lugar onde eu tenho muito tesão de fazer sexo com você? – ele sussurrou num tom de confissão em meu ouvido, envolvendo meu pescoço com uma de suas mãos como se quisesse me prender, porém sem parecer violento.
Subitamente, ele parecia estar adotando uma postura dominadora, muito diferente da que demonstrava há pouco, mas eu não me importava com sua mudança repentina. Nossos beijos eram capazes de causar alterações bruscas de atitude, eu sabia muito bem disso.
- Você já não precisa pedir permissão pra fazer alguma coisa comigo há algum tempo – respondi, fechando os olhos ao sentir sua respiração quente em minha pele e suas mãos me explorando.
- Eu já sabia disso... Mas prefiro ouvir você dizer – ele ofegou, convencido e cheio de perversão, descendo suas mãos deliciosamente por meu corpo até atingir a parte de trás de minhas coxas, para erguer-me do chão e me fazer envolver sua cintura com minhas pernas. Assim que o fiz, Ucker selou nossos lábios novamente, com ferocidade e luxúria, e eu apenas o correspondi, sentindo um calor que só ele me fazia sentir emanar de dentro de mim, numa intensidade extraordinária.
Cambaleando pelos cômodos, ele me carregou até a escada, interrompendo o beijo somente para chegar ao andar de baixo sem tragédias. Aproveitei-me de nossa breve pausa pelo caminho para tirar os tênis e meias, espalhando-os pelos degraus e facilitando o trabalho para ele, que eu sabia que não demoraria muito a fazê-lo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Amado Professor (VONDY)
FanfictionEla? Apenas uma aluna do ensino médio. Ele? Um professor de Biologia. Ela o odiava. Ele aparentemente também a odiava. Mas, foi comprovado, que realmente o amor e o ódio são vizinhos de porta. O livro está sendo repostado na plataforma Wattpad. ...