- Dulce?
Senti uma mão acariciar desde meu ombro até meu pulso devagar, e abri os olhos com a mesma velocidade, acostumando minhas pupilas à pouca claridade do ambiente.
- Hm? – respondi, espreguiçando-me um pouco e abrindo os olhos de vez. A pele de Christopher, que havia servido de travesseiro para mim durante as últimas horas de sono, ocupavam metade de minha visão, enquanto a outra metade era preenchida pelo interior do carro e pelos trechos do céu que os vidros me permitiam ver. Já estava começando a amanhecer.
- Acho melhor você voltar pra sua cama – a mesma voz suave e rouca voltou a falar, enquanto seu dono me fazia um leve cafuné – E eu, pra minha.
Suspirei preguiçosamente, sentindo seu perfume invadir meus pulmões, e por um segundo, o impulso de continuar ali com ele quase foi mais forte que a vontade de voltar para a cama com Poncho.
- Não conseguiu mesmo dormir? – sussurrei, com a voz falha pelo sono, e ergui meu rosto para poder ver o dele. Fortes olheiras marcavam a região abaixo de seus olhos, respondendo à minha pergunta sem que ele precisasse dizer uma palavra.
- Digamos que você dormiu por nós dois – ele sorriu fraco, e eu fiz o mesmo, um pouco envergonhada.
- Desculpe – eu disse, sem jeito, e ele respondeu com um risinho.
- Se você tivesse roncado ou babado em mim, eu não desculparia – ele retrucou, com a expressão levemente autoritária, e logo depois voltou a sorrir – Mas você se comportou bem, então está tudo certo.
- Idiota – resmunguei, sorrindo junto, e um silêncio incômodo se instalou entre nós. Desviei meu olhar do dele, sem mover mais nenhum outro músculo, mas pude sentir que seus olhos se mantiveram fixos em mim.
Respirei fundo, sentindo meu coração acelerar por alguma razão desconhecida, e me esgueirei para o banco do carona para vestir minha calcinha. Christopher fez o mesmo, mas só colocou a calça, mantendo-se sem camisa. Homens e sua injusta falta de necessidade de roupas.
- Bom... Vou entrar – murmurei, encarando minhas mãos inquietas, que brincavam com a barra de minha camisola. Christopher virou o rosto para me olhar, e eu resolvi fazer o mesmo, trêmula. Me afastar dele estava ficando cada vez mais difícil, mas eu não queria nem iria me dar por vencida.
- Tudo bem – ele respondeu, e aproximou seu rosto do meu, o suficiente para nossos lábios se encontrarem. Correspondi ao seu beijo calmo e inesperado, sentindo meu corpo arder para ir mais além, mas logo me afastei, ao contrário dele.
- Tchau, Christopher – falei perturbada, deixando-o no vácuo e abrindo a porta do carro, mas ele segurou meu braço.
- Espera – ele pediu, e eu soltei um suspiro contido, com o corpo tenso pelo nervosismo – Só me responda uma coisa... Quando posso te procurar de novo?
Fechei os olhos por alguns segundos, buscando forças para dar uma resposta repreensiva, mas enganar a mim mesma não era meu forte. Muito menos enganar Christopher.
- Você sabe onde me achar – foi tudo o que consegui dizer, abrindo pesarosamente meus olhos e encarando os dele, com esforço para não me perder ali.
Um sorriso discreto apareceu nos lábios dele, que desviou seus olhos dos meus por alguns segundos, como se imaginasse o momento em que me procuraria novamente, e depois voltou a me encarar, agora com um brilho que eu conhecia bem ardendo em suas íris.
- Você também – Christopher murmurou, finalmente soltando meu braço e me permitindo sair do carro. Fechei a porta da Ferrari com cuidado para não fazer muito barulho, e caminhei lentamente até a soleira da casa, toda encolhida devido ao vento levemente frio que soprava.
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Meu Amado Professor (VONDY)
FanfictionEla? Apenas uma aluna do ensino médio. Ele? Um professor de Biologia. Ela o odiava. Ele aparentemente também a odiava. Mas, foi comprovado, que realmente o amor e o ódio são vizinhos de porta. O livro está sendo repostado na plataforma Wattpad. ...