Capítulo 16

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- Pois é – suspirei, sentindo minhas entranhas se revirarem de ansiedade dentro de mim ao ouvir seu tom de voz reconfortante. Se eu dissesse que estava lacrimejando, seria muito ridículo?

- Talvez se eu tivesse ido com a sua turma, nós não estivéssemos agindo como dois estranhos nesse exato momento – Poncho murmurou, com os olhos cravados nos meus de um jeito tristonho – Tudo isso por uma discussão que já não tem a mínima importância pra mim... Porque o que eu sinto por você é muito maior e mais especial do que isso.

Um sorriso tímido surgiu no meu rosto, derrubando duas lágrimas fujonas dos meus olhos. Alívio era pouco perto do que eu estava sentindo. Ele sorriu fraco pra mim, e toda aquela seriedade que existia antes sumiu de seus olhos instantaneamente, voltando a mostrar o Poncho maravilhoso que eu conhecia. O meu Poncho.

- Me desculpa – eu falei, com a voz embargada, e cobri meu rosto com as mãos, sentindo vergonha de mim mesma por estar chorando.

- Esquece isso, já passou - ouvi sua voz preocupada murmurar, bem perto do meu ouvido, me abraçando carinhosamente e me obrigando a inalar seu perfume viciante – Eu senti tanta saudade de você... Não conseguia te tirar da cabeça por um minuto sequer, me odiando por não ter simplesmente corrido atrás de você sem nem ligar pro que os outros iam pensar.

Àquela altura, eu já estava totalmente mole, ainda de pé somente porque ele me segurava. Era como se aquilo fosse um sonho. Poncho afundou seu rosto em meu pescoço, respirando profundamente meu perfume, e me deu um beijo atrás da orelha, provocando arrepios por todo o meu corpo. Logo depois, suas mãos envolveram meu rosto e o ergueram até nossos olhares se encontrarem. Encostando a ponta de seu nariz no meu, ele sussurrou, olhando fundo nos meus olhos com um sorrisinho lindo:

- Eu te amo, minha pequena.

Sorri novamente, fazendo com que duas últimas lágrimas teimosas, que ele logo enxugou com os polegares, rolassem pelo meu rosto. Passei minhas mãos ao redor de seu pescoço, com o sangue formigando dentro das veias, e venci a pouca distância que separava nossos lábios. Senti Poncho sorrir assim que nossas línguas se encontraram, sem a menor pressa de se afastarem, e ele envolveu minha cintura com seus braços. Deus, como era bom me sentir inteira novamente. Envolvi seu rosto com minhas mãos, matando a saudade de cada centímetro daquela região, e embrenhei meus dedos em seus cabelos, que estavam arrumados demais pro meu gosto. Senti meus pés saírem do chão quando Poncho me levantou, e dobrei minhas pernas pra trás, partindo o beijo e afundando meu rosto em seu pescoço. Sorrindo feito uma idiota, aproveitei a proximidade entre minha boca e seu ouvido para sussurrar:

- Você sabe que eu também te amo... Não sabe?

Poncho me colocou no chão novamente, e quando voltamos a nos encarar, vi que ele fingia pensar numa resposta, fazendo um biquinho fofo e olhando pra cima.

- Hm, não sei... Que tal refrescar a minha memória?

Um sorrisinho danado surgiu em seu rosto, o que só me fez sorrir mais ainda. Quase tinha me esquecido de como era bom estar com ele e de como ele me fazia rir com uma facilidade impressionante.

- Pode deixar que eu te faço lembrar direitinho, Herrera – sussurrei, com meus lábios rentes aos dele num sorrisinho esperto e um olhar intenso em seus olhos pretos radiantes. Poncho colocou suas mãos em minha cintura e me puxou pra mais perto bruscamente, me beijando na mesma hora com uma vontade assustadora. Parecia que ele se lembrava muito bem, e estava mais do que disposto a me dar um flashback.

Suas mãos logo desceram mais um pouco, parando espalmadas em minha bunda, e as minhas deslizaram lentamente pelo seu tórax e abdômen, saboreando cada milímetro do trajeto. Poncho continuou descendo uma de suas mãos até a minha coxa, e a puxou pra cima, fazendo meu joelho ficar na altura de seu quadril. Entendendo o que ele queria (me carregar pra algum lugar, como sempre), eu subi novamente minhas mãos até seus ombros e me impulsionei pra cima, envolvendo sua cintura com minhas pernas.

Meu Amado Professor (VONDY)Onde histórias criam vida. Descubra agora