Capítulo 62

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- Ah, sim, eu também já ia me esquecer de dizer que te amo – Ucker concordou, balançando negativamente a cabeça – Eu te amo, viu? Mas é só um pouquinho, besteirinha mesmo.

- É, nada de mais – dei de ombros, vendo-o prender o riso, e dois segundos depois, me puxar pela cintura para mais um beijo.

- Eu te amo demais, garota – ele resmungou, afastando nossos lábios após apenas alguns calorosos e intensos segundos - Só pra esclarecer qualquer dúvida.

- Isso vai soar prepotente, mas eu não tenho nenhuma – sorri, olhando-o com determinação, e ele sorriu de volta – Espero que você não tenha dúvidas de que é recíproco.

- Bom, eu não sei como isso vai soar, mas você tem se saído bem em sanar todas elas – Ucker murmurou, piscando e me dando um selinho rápido antes de nos afastarmos – Vou deixar pra dar boa noite por telefone, quando você me ligar contando que sua mãe mal espera para conhecer seu genro querido e másculo.

- Seu otimismo e humildade me deslumbram – dei risada, abrindo a porta para que ele passasse e dando-lhe um tapinha na bunda ao vê-lo sair – Até mais.

Fiquei observando-o entrar no carro e rapidamente ir embora, e fechei a porta. Um sorrisinho idiota estava estampado em meu rosto, mas bastaram alguns segundos para que ele se esvaísse e a preocupação tomasse seu lugar. Me sentei no sofá, fitando minhas próprias mãos, e comecei a formular meu discurso. A dor de cabeça ainda se fazia presente, mas nem se comparava ao tamanho de minha preocupação e medo diante de meu próximo desafio.

Nenhuma das dificuldades e obstáculos pelos quais eu havia passado e ainda teria de passar me pareciam piores que a reação de minha mãe.

Estava em alguma outra dimensão, alienada demais com os milhares de pensamentos em minha mente para ter noção do tempo, quando ouvi a maçaneta da porta girar. Meu coração pareceu parar por um momento, congelado de nervoso.

- Boa sorte – sussurrei para mim mesma, respirando fundo e ficando de pé a tempo de ver mamãe entrar. Era agora ou nunca.

- Oi, filha! – ela sorriu, trancando a porta por dentro – Você parece melhor... Como foi a sua tarde?

Sinceramente?

- Já tive melhores – respondi, sendo honesta de certa forma, sem conseguir retribuir o sorriso. Notando meu jeito estranho, mamãe parou a alguns passos de mim, me olhando com um pouco de receio.

- O que houve? – ela perguntou, colocando sua bolsa no sofá – Que carinha é essa?

Respirei fundo mais uma vez, necessitada de oxigênio para me acalmar, e dei o primeiro passo rumo ao meu desastre.

- Mãe... Eu tenho uma coisa pra te falar – comecei, sentindo meu coração disparar e meu corpo esquentar de tão nervosa que estava.

- Ah, não... – mamãe suspirou, levando as mãos ao peito com a expressão um tanto horrorizada – Você está grávida!

Franzi a testa, sem compreender seu pavor antecipado, e tratei de desfazer o mal entendido.

- Não, mãe, não é isso...

- Está usando drogas? – ela chutou novamente, mantendo o olhar aterrorizado, e se não estivesse tão nervosa, teria rido horrores.

- Claro que não! – falei, revirando os olhos.

- Não me diga que está pensando em abandonar os estudos e ir morar com um namoradinho do colégio num trailer no Texas! – ela disse, ainda mais chocada, e eu me irritei.

Meu Amado Professor (VONDY)Onde histórias criam vida. Descubra agora