Capítulo 45

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Élodie

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Eu sou acordada e assustada com um som inquietante de algo sendo empurrado.

Abro meus olhos, o ambiente está escuro e minha visão está embaçada. Pisco algumas vezes e então começo a me lembrar do que tinha acontecido.

Eu tinha sido sequestrada.

Só pode ser brincadeira...

A porta é escancarada e bate contra a parede, enchendo o ambiente com um baque alto. A luz se estende, pisco meus olhos os abrindo e então consigo observar onde eu estava, era um quarto velho e meu corpo estava sob um colchão mofado e sujo, para minha surpresa e felicidade eu não estava presa.

Um homem estava apoiado na porta velha de aço.

Eu tinha muitas perguntas, mas estava com medo das respostas. Ele fica lá me encarando, eu sei que deveria dizer algo, mas não consigo formar as palavras. A situação desesperadora me levava a ver que eu realmente estava ferrada, ninguém sentiria minha falta, Lorenzo já não se importava mais, minha estadia na sua casa foi por pura teimosia da minha parte, afinal para onde eu iria?

Não é como se eu tivesse vida social, um emprego ou uma família que me acolhesse. Então, claro, ninguém sentiria minha falta.

Eu morreria naquele lugar...

O homem assustador se afasta e então um velho grande e robusto entra em meu campo de visão, minha cabeça estava completamente confusa e fica ainda pior quando reconheço aqueles olhos mel, da mesma cor dos meus.

Eu não podia acreditar no que estava vendo...Fecho meus olhos para evitar olhar para ele.

- Uh, oi, filha. Me perdoe por essa bagunça.- abro meus olhos e vejo uma arma em sua mão, seu corpo estava tenso, trêmulo e curvado.

Ele estava bebado como sempre. E armado.

- Você se importa em me dizer que porra é essa que está acontecendo?

Seus olhos se arregalam com o meu linguajar.

- Vejo que andar com os garotos grandes te deixou desbocada. Não era para estar mais fina já que agora é rica?

Ele queria dinheiro.

Ele me usaria como moeda de troca.

- Onde eu estou?- eu resmungo.

Mordo o lábio para não gritar. Ou suplicar.

Ele não me responde, sai do quarto sem dizer uma palavra.

Sou levada para uma cadeira de metal em um porão. Ninguém amarra minha mãos a qualquer coisa. Não há razão. Porque não há escapatória.

Tenho a sensação de que hoje será um dia ruim e talvez os próximos dias também.

- Vamos fazer o vídeo.- um dos capangas fala.

E então o inferno começa.

Um dos homens liga uma fodida câmera e sou jogada no chão.

Houve socos e pontapés até minhas vistas escurecerem e eu perder os sentidos.

Camorra- Lorenzo Carraro - Série os Mafiosos- Livro 03 ( CONCLUÍDO )Onde histórias criam vida. Descubra agora