Capítulo 25

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Élodie

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- Nós tínhamos um acordo! Por que você ainda o mantinha em cativeiro? Você que o torturava? Gostava de fazer isso?

Os olhos de Lorenzo se estreitaram e ele parecia confuso.

- Ele nem olhou em sua direção Élodie, por quê o defende?

- PORQUE ELE É MEU PAI, PORRA!- eu gritei descontrolada.

Era difícil associar as duas versões de Augusto. Havia o pai que fazia minhas refeições quando pequena, os sorrisos que ele tirava de mim, o calor que exalava de seu corpo quando me abraçava antes de dormir, no entanto, ao longo dos anos essas lembranças murcharam. Eu já não o via mais sendo carinhoso, só irritado e fedendo a bebida barata.

Lorenzo veio a passos largos até mim, afinal ele não se intimidava tão facilmente.

- Por que você não me disse toda a verdade? Por que não me contou que eu teria que me casar com você?

- Eu estou consertando as coisas para você, talvez não da forma como gostaria Angel, mas é o que posso oferecer.

Seus braços fortes me apertaram em um abraço, eu não o retribui mas também não me afastei.

Senti seus dedos acariciando meus cabelos enquanto meus pensamentos desaceleravam.

Oh, como eu desejava que as coisas fossem diferentes, que tivéssemos nos conhecido em circunstâncias normais.

- Dizem que quando queremos algo devemos libertá-lo, certo? E se voltar é porque é onde queria estar. Mas no meu mundo não é assim que funciona, se eu quero algo eu pego, eu sempre fui egoísta.

- Você é terrível, sabe?

- Então me ensine a ser bom pra você, Angel.

Como eu poderia responder aquilo?

Deus, eu estava tão confusa...

Lorenzo acariciava minha garganta, descendo até a minha clavícula com as pontas de seus dedos ásperos e seu toque em minha pele tornou-se difícil pensar.

- Eu me pergunto quanto tempo vai levar para a sua mente me dizer sim, porque seu corpo tem gritado sim desde o primeiro momento.

Eu me afastei dele.

- Você sabe o que eu quero Angel, corpo e alma!

Dito isso ele entrelaçou nossos dedos e caminhamos até o elevador, eu não o respondi, fiquei com um redemoinho de pensamentos na minha cabeça, me sentindo completamente perdida.

Lorenzo estava fazendo exigências mas elas não seriam cumpridas. Ainda.


[...]


Lorenzo me despertou as seis da manhã, olhei-o confusa, ele nunca aparecia tão cedo.

- Acorda, Angel. Vamos correr, te fará bem.

Me virei para voltar a dormir mas ele não deixou, Lorenzo teve a ousadia de me pegar no colo.

Minutos depois eu estava de shorts, uma camiseta e um tênis.

Ele abriu a porta de seu Bugatti para que eu entrasse, fui o caminho todo sem lhe dirigir uma palavra.

Paramos em uma trilha em um desfiladeiro próximo, o segui para fora do carro olhando a paisagem ao redor.

Corremos um ao lado do outro por um tempo até que Lorenzo quebrou o silêncio.

- Sair da casa te fará bem.

Eu apenas assenti.

Depois de trinta minutos fizemos uma pausa para beber água. Ele me comia com os olhos e eu tentava em vão, pensar em qualquer outra coisa que não fosse aqueles olhos tentadores admirando cada parte do meu corpo.

Lorenzo deu dois passos em minha direção, eu endureci e quando ia me afastar sua voz saiu dura.

- Não.

Eu permaneci onde estava.

Eu estava uma bagunça, meu cabelo tinha caído do rabo de cavalo mas ainda assim ele me olhava com intensidade.

- Eu prefiro você assim.

Franzi minha testa em confusão.

- Suja?

- Indomável.

Seus olhos escuros examinaram meu rosto, mas tive dificuldade para ler a sua expressão.

Lorenzo entrelaçou nossos dedos e me levou de volta ao carro.

DEUS!! O que está acontecendo? Com ele. Comigo. Com nós dois.


 Com nós dois

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Camorra- Lorenzo Carraro - Série os Mafiosos- Livro 03 ( CONCLUÍDO )Onde histórias criam vida. Descubra agora