Capítulo 24

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Lorenzo

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A visão de sua fúria mal contida apenas fez minha culpa aumentar. Mais do que tudo, eu queria me desculpar.

Élodie estava distante em pensamentos, eu pensei tê-la visto irritada nos primeiros dias que ficou aprisionada, mas não era nada comparado a isso.

Ela estava por um fio.

- Élodie, a ideia é assim tão ruim?

Nada...

Somente silêncio...

Mudei a rota e voltei por uma estrada deserta. Pouco depois estacionei ao lado de uma longa fila de carros, que iam desde luxuosos a um velho Honda.

Sai do carro e dei a volta para abrir a porta, Élodie permaneceu sentada.

- Se preferir posso te pegar no colo.

Ela não permitiria que isso acontecesse, e como previsto saiu pisando duro do carro.

Peguei em sua mão, mesmo com sua relutância e a segurei firme para que ela não soltasse.

Entramos pelos portões enormes e antes de irmos a fundo, dispensei os homens que estavam patrulhando o local.

Caminhamos lado a lado pelo prédio, até o elevador que nos levaria a cobertura.

Pouco depois as portas se abriram e lá estava o filho da puta do Augusto.

Um saco preto estava sob sua cabeça, suas mãos amarradas na cadeira velha de madeira. Élodie gritou quando o viu e correu em sua direção.

- P... Papai.- seus dedos foram até seu rosto o livrando do saco.

Fiquei a distância observando a cena.

Ele não estava tão ruim quando eu gostaria, fazia dias que eu não o visitava, por isso suas feridas estavam quase cicatrizadas e os estragos que eu tinha feito em seu rosto amenizaram.

O velho mal olhou a filha, seus olhos estavam presos aos meus.

- O... O que você está fazendo aqui? Saia.- ele disse a Élodie, porém seus olhos ainda me fitavam.

- Papai, eu sinto muito. Eu não sabia.

- Sua burra, saia daqui.

Saquei minha Beretta e mirei em sua cabeça como um aviso.

Seus olhos se arregalaram.

- Élodie, ele está onde merece.

- Lorenzo, dê um número e é seu.- sua voz saiu rouca.

- Infelizmente para você, eu não quero seu dinheiro. E se houvesse um número alto o suficiente para me apaziguar, você não seria capaz de pagá-lo.

- Lorenzo, não...

- Não o mate? Aí que está, Élodie. Há um preço a ser pago, ele só está vivo porque eu sou o capô e dei minha palavra que a dívida seria paga da forma tradicional.

E então eu caminhei até o filho da puta asqueroso e fiz o que nunca me imaginei fazendo.

- Eu colocaria seu mundo em chamas por ela. Não se aproxime de Élodie, ou te mato.

E então eu soltei suas mãos das amarras e libertei o nojento que correu em direção a porta como o covarde que era, sem nem olhar para trás.

Camorra- Lorenzo Carraro - Série os Mafiosos- Livro 03 ( CONCLUÍDO )Onde histórias criam vida. Descubra agora