Élodie
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Quando acordo o quarto está escuro, mas iluminado pelas janelas. Está quase amanhecendo e o mundo lá fora está quieto e parado.
Estou sozinha.
A primeira coisa que noto é uma xícara de café branca e verde no criado mudo. Abaixo está um pedaço de papel dobrado, eu balanço minhas pernas sobre a borda do colchão e atravesso a distância até minha dose de cafeína.
Pego o café e tomo um gole, desdobro o bilhete e leio.
Tire o dia para si, precisei sair da cidade mas retornarei ainda hoje.
Eu suspiro sem perceber, como eu poderia já sentir falta dele? Uma sensação de vazio me preenche, pisco com força algumas vezes para voltar a realidade.
De repente ouço uma batida, a porta se abre e Cecília enfia a cabeça para dentro.
- Senhora, uma amiga está a sua espera.
Amiga? Só podia ser Anika, ou Bianca.
- Traga-a aqui, por favor.
Poucos minutos depois a risada de Anika preenche o ambiente assim que ela adentra o quarto.
Oh Deus, como eu sentia sua falta!
As coisas estavam tão diferentes agora, tínhamos a confiança uma da outra, mas agora... minha melhor amiga não sabia que eu me casaria em breve, e eu já estava noiva! E então seus olhos brilhantes ficam turvos quando seus olhos recaem sob o enorme anel que carrego em meu dedo.
- O que diabos isso significa?
Eu não consigo responder.
Minha mandíbula aperta com força, aqueles olhos brilhantes que a pouco estavam felizes por me ver, tem um brilho diferente agora.
Magoa...
- Anika, eu posso explicar...
Ela da de ombros como se para tentar assimilar.
- Você acha que assim será livre?.- ela me olha, seus olhos endurecidos, sua energia contagiante se esvai, ela parece abatida.
A velocidade que seu sorriso desapareceu, foi como cortar minha própria pele.
Abro minha boca, mas nada sai dos meus lábios. Ela me encara. Eu meio que espero por gritos, choro, mas ela permanece calada esperando por minha resposta.
- Eu não sei.- ela balança a cabeça como se fosse o que ela esperava que eu dissesse.
Não sei como fico quando ela finalmente se afasta e sai pela porta, fugindo de mim como se eu fosse um veneno vivo.
Eu deveria ter tentado ir até ela. Ou talvez tentado explicar. Mas eu não digo uma palavra. Não acho que poderia ter feito outra coisa, mesmo se quisesse.
Eu queria estar com Lorenzo, mesmo se ele me levasse para o inferno.
Como explicar isso?
E então para minha surpresa Anika volta e solta as mais duras palavras que eu poderia ouvir.
- Tudo é um jogo, Élodie. Você acha que pode confiar no diabo em vez de mim?
Suas palavras, seus avisos só fazem crescer minha confusão, ela observa cada movimento meu, cada lágrima caindo pelo meu rosto.
E então ela sai antes que eu pudesse absorver suas palavras.
A culpa era minha, eu a magoei e ela retribuiu.
Não faça isso, Élodie. Minha mente grita.
Não jogue este jogo. Mantenha o verdadeiro você escondido. Corra. Não! Fique. Eu não sei, porra.
Porra, porra, porra.
E então, minha respiração para e me pego correndo sem olhar para trás.
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Camorra- Lorenzo Carraro - Série os Mafiosos- Livro 03 ( CONCLUÍDO )
Romance[ PLÁGIO É CRIME! ] Aos 22 anos de idade, Élodie Clark é recém formada na faculdade, porém sua vida muda drasticamente após os vícios de seu pai a colocar em um mundo sombrio onde opções não são oferecidas. Ela sempre fora uma boa menina mas isso n...