Capítulo 04

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Élodie

- Sinto muito. - papai estava sentado sob sua barriga de cerveja no sofá velho, suas bochechas carnudas estavam machucadas e seus olhos mal se mantinham abertos.

Eu me sentia confusa e intimidada com a presença daqueles homens, como ele esperava que eu respondesse a isso? Porque papai sentia muito ?

Demorou até que eu entendesse, o silêncio tomou conta do pequeno apartamento, eu mal olhava os intrusos enquanto andava a passos lentos em direção a papai.

- O que está acontecendo aqui?

Um dos desconhecidos entrou no campo de visão impedindo que eu me aproximasse ainda mais de papai, ele era o mais temível, seus olhos eram como a morte não esboçava qualquer sentimento.

- Entenda uma coisa, Élodie, Carraro já deu lhes tempo demais para acertar suas dívidas. Agora como a boa menina que é, faça exatamente o que eu digo ou darei a seu pai e a você maiores razões para sentir medo.

Com um único olhar ele reprimiu qualquer argumento que eu pudesse ter.

O que estava acontecendo?

- Me dê tempo, por favor! Pagarei a dívida!- era evidente meu desespero.

- Seu pai já pagou a dívida.

Não pude evitar a supresa, enquanto meu cérebro tentava assimilar o que estava acontecendo. Se papai pagou o que eles ainda faziam ali? Percebendo minha confusão o moreno que aparentava ser o líder disse as palavras que me fariam perder o rumo da minha própria vida.

- A dívida foi paga, agora você pertence a Camorra.

Eu congelei de horror, mesmo quando tudo ao meu redor pareceu acelerar. Os dois homens vieram até mim suas armas eram um lembrete de que eu não poderia fugir. Um par de braços poderosos me levantaram do chão me puxando contra um peito firme e então tomei fôlego suficiente para gritar, uma mão apertou sob minha boca, abafando o som.

- Não torne isso difícil, minha intenção não é te machucar.

Chutei e lutei com todas as minhas forças, até que o homem me deixou cair como um monte no chão.

- Você tem duas horas, não adianta fugir, te encontraremos.

Os dois homens se afastaram fechando a porta, esperei até que suas sombras desaparecessem debaixo da fresta da porta.

Eu não me movi, nem disse uma única palavra. Papai não me olhava e minha mágoa era tamanha que não conseguia nem perguntar o porque.

Não sei por quanto tempo fiquei estática no chão, mas quando finalmente levantei, não vi ninguém. Respirei fundo, fui até meu quarto e peguei o celular que estava largado na cama, disquei o número de Gael e esperei até ele atender, no terceiro toque sua voz preencheu o auto falante, cortei sua animação indo direto ao ponto, afinal eu não tinha tempo.

- Gael, eu preciso da sua ajuda.

Camorra- Lorenzo Carraro - Série os Mafiosos- Livro 03 ( CONCLUÍDO )Onde histórias criam vida. Descubra agora