Capítulo 1

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A luz do sol invadiu o quarto do hospital ocupado por Hande, acordando-a. Ela tentou abrir os olhos devagar, mas os fechou rapidamente, por conta do incômodo que a luz solar causara. Quando finalmente conseguiu se adaptar, percebeu que seu ato impensado havia desencadeado consequências: Estadia num hospital, vários sermões e a volta ao trabalho. Ela suspirou, chamando a atenção de Anil, que se levantou enquanto esfregava o rosto.

— Meu amor! — Segurou o rosto dela com ambas as mãos. — Finalmente, finalmente! — Ele enxugou algumas lágrimas que caíram por conta própria. — Eu achei que tivesse te perdido.

— O que aconteceu? — Ela quase não pôde falar. Não sabia se pelo arrependimento, pelo tempo que ficou desacordada ou pelo nó que se formara na garganta.

— Você... — Engoliu em seco. — Por que? — Anil desviou o olhar, não por medo de julgá-la, mas para que permanecesse forte. Por ela. — Você podia ter pedido ajuda, Hande.

— O que eu diria? — Seus olhos estavam marejados. — Vocês sentem tanto orgulho de mim, das minhas conquistas. Eu não queria decepcioná-los... — Fungou. Ela tentou levantar o braço para enxugar as lágrimas com o dorso da mão, mas o acesso venoso a impedia de movimentar o membro superior.

— Você é mais importante que tudo. Que sua carreira, troféus, dinheiro... — Ele enxugou suas lágrimas delicadamente.

— Eu estou tão sufocada Nil, estou tão cansada das cobranças do papai, da gravadora... — Sua voz estava embargada. Era tão difícil falar, mas Hande se sentiu bem ao fazer. — Eu não aguento, não aguento! — Anil assente enquanto aperta a mão dela. — Eu sinto falta da mamãe, constantemente. E ainda tenho que aguentar as acusações de Daniel, do meu pai. Eu não aguento mais. Sinto que vou desmoronar a qualquer momento.

— Eu estou aqui! — Inclinou o corpo para abraçá-la. — E ninguém mais vai te machucar. Ninguém. — Sussurrou. Ele se ergueu e enxugou as lágrimas dela outra vez. — Você vai passar o verão na casa do vovô.

— Do vovô? — Ergueu as sobrancelhas. — Mas não nos vemos há anos. Acho que ele não quer nenhum tipo de contato conosco...

— Isso é o papai quem diz. Porque ele não nos quer próximos da família da nossa mãe. Mas você vai, mesmo que seja sem a permissão dele.

— Ele vai atrás de mim, eu tenho certeza.

— Não vai, porque essa é a nossa missão secreta.

— Missão secreta? — Dilara e Ayla entraram no quarto. Elas sorriem e correm para perto de Hande.

— Eu sinto muito.

— Não se desculpe tia, sou eu quem deve pedir perdão.

— Não se desculpe. Nós te achamos tão forte que esquecemos que você é só uma menina. — Dilara beija a testa dela com carinho. — Está tudo pronto. Basta dizer que vai.

— Vocês... Estão sugerindo que eu fuja?

— Exatamente. — Anil coloca as mãos na cintura. — Kerem fez o mesmo, então você também pode.

— A minha carreira...

— Não precisa ser encerrada. Mas você precisa de descanso. E eu não estou disposto a negociar.

— Sem o papai saber?

— Sem o pai saber.

— Tem certeza que você quer eu vá?

— Pela milésima vez, sim! — Anil revirou os olhos antes de se virar para abraçá-la. — Eu também vou pra lá. Mas preciso ficar para resolver as coisas. Afinal, é só uma pausa. Voltarei depois do resultado da premiação.

Quando duas vidas se encontram Onde histórias criam vida. Descubra agora