Capítulo 42

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— Como você está? — Anil olhou para Kerem. Já fazia horas que ele não dizia uma palavra.

— Aflito. Eu sempre soube que se voltassemos a nos expor, seríamos alvo de assédio. Mas não pensei que isso aconteceria num grau tão grave — Pensou no primeiro sequestro, e no segundo.

— Eu nunca considerei aquele cara como um perigo. Eu não fazia idéia.

— Ele já teve alguns problemas com mulheres. Desrespeito, agressões verbais e etc.

— E meu avô não demitiu ele?

— Burak pensou que, demitindo ele, talvez as coisas ficassem mais sérias. Escolheu dar uma mão, tirando algumas regalias.

— Eu estou arrependido de tê-la enviado para lá — Suspira.

— Não se sinta assim. Todos nós nos conhecemos por conta disso — Agarrou a mão dele com força — Vamos achá-la bem, os dois.

— Estamos chegando — O motorista notifica.

Kerem olha para trás, para os carros dos policiais que vieram dar suporte.

— Ele exigiu que viessemos sozinhos.

— Ele não vai saber que estamos com eles.


Hande acordou após ter tido um pesadelo, no qual perdia seu bebê. Ela olhou para o teto, vendo-o girar. Por conta da restrição alimentar, sua pressão estava baixa. De repente, um par de botas parou em sua frente. Engin ajoelhou-se e a olhou, enquanto mascava um chiclet.

— Se continuar sem comer, não vai estar viva para a troca. Será hoje, daqui a pouco. 

— Quem me garante que você não envenenou a comida? — Sua voz sai rouca e baixa.

— Eu não quero matá-la — Ele pareceu pensar — A melhor vingança é te entregar viva com traumas. Levante-se — Ele a puxa pelo braço.

Hande esbugalha os olhos mas não consegue se esquivar do toque de Engin. Ele aperta seus braços, ao ponto de deixá-los pálidos, por conta da má circulação do sangue naquela região.

— Hoje, quero que pense que sou seu ruivo.

— Não, por favor... — Suplicou em sussurro.

— Cale a boca! — A jogou no chão. Hande fechou os olhos com o impacto e gemeu de dor.

Ela fechou as mãos, sentindo a raiva correr por suas veias, gemendo outra vez, num tom mais alto.

— Vamos, estou com pressa!

Ela se levantou, olhando para ele com nojo.

— Não me olhe desse jeito. Olhe para mim como se eu fosse o Bürsin.

— Nem se você quisesse, você seria ele! — Ela sorriu com escárnio.

Engin arqueou a sobrancelha, aproximando-se rapidamente. Como um raio.

Bastou somente vinte segundos. Vinte segundos mudou tudo.

Hande sentiu a cabeça latejar ao bater o corpo no chão. Ela cuspiu sangue, e pôs a mão sobre a barriga.

Ele me bateu. Justo no único lugar que era seguro para ele, ou ela...

Eu tinha feito uma lista dos nomes, como vou poder consultá-la ao voltar pra casa, se ele continuar me batendo?

Quando duas vidas se encontram Onde histórias criam vida. Descubra agora