— Como você está? — Anil olhou para Kerem. Já fazia horas que ele não dizia uma palavra.
— Aflito. Eu sempre soube que se voltassemos a nos expor, seríamos alvo de assédio. Mas não pensei que isso aconteceria num grau tão grave — Pensou no primeiro sequestro, e no segundo.
— Eu nunca considerei aquele cara como um perigo. Eu não fazia idéia.
— Ele já teve alguns problemas com mulheres. Desrespeito, agressões verbais e etc.
— E meu avô não demitiu ele?
— Burak pensou que, demitindo ele, talvez as coisas ficassem mais sérias. Escolheu dar uma mão, tirando algumas regalias.
— Eu estou arrependido de tê-la enviado para lá — Suspira.
— Não se sinta assim. Todos nós nos conhecemos por conta disso — Agarrou a mão dele com força — Vamos achá-la bem, os dois.
— Estamos chegando — O motorista notifica.
Kerem olha para trás, para os carros dos policiais que vieram dar suporte.
— Ele exigiu que viessemos sozinhos.
— Ele não vai saber que estamos com eles.
⛈
Hande acordou após ter tido um pesadelo, no qual perdia seu bebê. Ela olhou para o teto, vendo-o girar. Por conta da restrição alimentar, sua pressão estava baixa. De repente, um par de botas parou em sua frente. Engin ajoelhou-se e a olhou, enquanto mascava um chiclet.
— Se continuar sem comer, não vai estar viva para a troca. Será hoje, daqui a pouco.
— Quem me garante que você não envenenou a comida? — Sua voz sai rouca e baixa.
— Eu não quero matá-la — Ele pareceu pensar — A melhor vingança é te entregar viva com traumas. Levante-se — Ele a puxa pelo braço.
Hande esbugalha os olhos mas não consegue se esquivar do toque de Engin. Ele aperta seus braços, ao ponto de deixá-los pálidos, por conta da má circulação do sangue naquela região.
— Hoje, quero que pense que sou seu ruivo.
— Não, por favor... — Suplicou em sussurro.
— Cale a boca! — A jogou no chão. Hande fechou os olhos com o impacto e gemeu de dor.
Ela fechou as mãos, sentindo a raiva correr por suas veias, gemendo outra vez, num tom mais alto.
— Vamos, estou com pressa!
Ela se levantou, olhando para ele com nojo.
— Não me olhe desse jeito. Olhe para mim como se eu fosse o Bürsin.
— Nem se você quisesse, você seria ele! — Ela sorriu com escárnio.
Engin arqueou a sobrancelha, aproximando-se rapidamente. Como um raio.
Bastou somente vinte segundos. Vinte segundos mudou tudo.
Hande sentiu a cabeça latejar ao bater o corpo no chão. Ela cuspiu sangue, e pôs a mão sobre a barriga.
Ele me bateu. Justo no único lugar que era seguro para ele, ou ela...
Eu tinha feito uma lista dos nomes, como vou poder consultá-la ao voltar pra casa, se ele continuar me batendo?
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Quando duas vidas se encontram
Roman d'amourO desaparecimento de Kerem Bürsin chocou seus fãs e familiares. Cansado dos holofotes, ele simplesmente fugiu deixando para trás uma carreira promissora. Quando Hande Erçel soube da notícia não conseguiu não sentir um pouco de inveja. Havia momentos...