Capítulo 22

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Já era noite, precisamente 20:24, e ainda não havia nenhuma informação a respeito do sequestro de Hande e Maya. Kerem e Anil fizeram a queixa, contrataram uma equipe de busca mais capacitada, mas não haviam vestígios. Elas simplesmente sumiram, e ninguém conseguia encontrar um culpado.

Kerem volto para casa, irado, e se trancou no quarto de sua irmã. Ele não pôde esconder dos pais, pois Burak já tinha ligado para eles.

— Mãe! — Atendeu a ligação. Sua voz denunciara o quanto o mesmo estava cansado — Mãe, me desculpe, eu falhei em cuidar dela, me desculpe!

Meu amor, a culpa não é sua. Pare de se culpar, por favor — Disse, com a voz carregada de tristeza. Ela soluçou por alguns minutos, então só restou o silêncio. Até que a voz do pai de Kerem bradou do outro lado da linha — Filho, estamos indo até você. Não fique se culpando, me ouviu?

— Pai, é muito longe...

Vocês são tudo pra mim, não me importo com a distância.

Ok.

— Vou desligar. Até mais, meu menino.

A ligação foi encerrada abruptamente e não se importou com isso. A situação era desesperadora. E ele tinha ciência de que seus pais estavam com medo. Medo de não chegar a tempo. Medo do terror que a impotência causara. Medo do pior.

Kerem abraçou os joelhos e fitou um porta retrato com uma foto de Maya. Ela estava tão contente. Tinha ganhado seu primeiro prêmio de melhor aluna da turma de arquitetura. Ele fechou os olhos e deixou uma lágrima escapar.

Como se não fosse o suficiente, lembrou-se de Hande. Da mensagem que ele não leu e que poderia mudar o rumo das coisas.

O quão negligente eu fui com elas?

— Kerem? — A voz de Anil o tirou de seus maus pensamentos. Ele se levantou e abriu a porta — Eu estava te procurando.

— Alguma notícia? — Enxugou as lágrimas.

— Nenhuma — Suspirou. Ele se jogou na cama e deixou que o peso da culpa o esmagasse — Eu não devia ter deixado ela ir só.

— São adultas, não podemos prendê-las — Tentou consolá-lo e convencer a si mesmo — Não temos culpa.

— Eu tenho — Fechou os olhos — Eu não estava lá para ela, eu não a protegi. Não a protegi do Daniel, do papai...

— Você é o melhor irmão que alguém poderia ter. Você não teve culpa de nada, ok? — Colocou a mão sobre o ombro dele, apertando-o — Nós vamos encontrá-las.

— Eu tenho um suspeito.

— Quem?

— O meu pai.

— Fala sério, Anil. Não acredito que ele seja tão ruim a esse ponto.

— Você não o conhece. Talvez seja vingança por Hande ter deixado ele e vindo pra cá.

— Ainda prefiro acreditar que seu pai não faria isso.

— Então não temos suspeitos.

— E o tal do Engin? Vi ele encurralando ela.

— Não acredito que seja ele. Aquele cara é só um conquistador barato — Kerem assentiu.

Não havia nada que pudesse ser feito, apenas aguardar as investigações. O celular de Anil tocou, fazendo ambos levantarem de repente.

Quando duas vidas se encontram Onde histórias criam vida. Descubra agora