Capítulo 29

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Hande abriu os olhos devagar, como se não quisesse acordar daquele sonho. Ela sorriu ao lembrar-se se tudo que acontecera na noite anterior. Dos beijos, suspiros, declarações. Uma noite memorável.

Mas mesmo satisfeita, mesmo feliz por finalmente ter se entregado, havia resquícios de medo dentro de si. Seu coração, apesar de acelerado, ainda se sentia ameaçado.

Ela virou para falar com Kerem e deparou-se com o vazio. Ele não estava lá. Seu olhar percorreu pelo cômodo, em busca de algum aviso de que ele tinha saído, ou algum bilhete romântico, mas nada encontrou a não ser o silêncio e suas roupas espalhadas pelo chão. Sua mente começara a lhe acusar, até a porta ser aberta lentamente. Ela deitou e fingiu estar dormindo.

Demorou alguns minutos até Hande sentir o toque dos dedos de Kerem sobre seu rosto. Um toque suave, singelo.

— Bom dia — Ele disse, encarando-a intensamente. A cor de seus olhos estava mais vívida que o normal — Achei que você acordaria mais cedo.

— Eu dormir muito? — Sentou-se na cama, com as costas apoiada na cabeceira da cama.

— Eu achei que depois de tudo que aconteceu, você ao menos fosse conseguir dormir... — Prerscrutou seu rosto com receio estampado no olhar. Ele não queria deixá-la, não queria ouvir que tudo que aconteceu foi um erro — Você está bem?

— Estou — Sorriu. Ela tocou seu rosto com carinho — Eu estou muito bem. E você?

— Estou com medo de você ter se arrependido — Suspirou.

— Você se arrependeu?

— Não! — Disse, convicto — Ele se aproximou de modo que seus lábios podiam facilmente tocar os dela — Foi a melhor coisa que me aconteceu.

— Pra mim também.

— Hande, eu quero você! — Sussurrou. Seu olhar desceu até os lábios carnudos e convidativos — Tanto que o meu peito chega a doer.

— Eu também quero você, Kerem — O olhar dele se suavizou — Eu quero você!

— Então eu espero que a resposta seja sim — Se afastou.

Ele foi até o closet e trouxe consigo uma bandeja com café da manhã. Havia frutas, suco, pães, geléia e ovos com bacon. Mas algo lhe chamara atenção. Um cartão, junto a uma rosa vermelha. Hande sentiu o coração acelerar.

— Eu espero que tenha acertado na escolha — Coçou a nuca aparentando estar envergonhado — Eu saí cedo para ir ao mercado, já que aqui não tinha quase nada.

— Está tudo perfeito, Kerem — Ela sorriu. Seus dedos tocaram a rosa com cuidado — O que é isso?

— Antes que você leia, preciso te fazer um pedido... — Segurou as mãos dela, com força — Eu estou completamente apaixonado por você, e eu não quero perder a oportunidade de um recomeço — A olhou com amor — Você quer namorar comigo? — Hande sentiu o coração derreter com o pedido.

Havia tanta simplicidade naquele gesto. Foi algo tão bonito, espontâneo. Ela não precisou induzi-lo, não houve cobrança. Havia uma base. Havia amizade, carinho, respeito.

— Você não vai aceitar? — A cor vívida que seu olhar ganhara desde que a viu acordada, parecia ter se apagado. O medo que ele exteriorizou foi quase palpável — Eu acho que eu fui muito apressado, não é?

— Eu aceito Kerem! — Ela agarrou suas mãos com toda força, pegando-o de surpresa — Eu quero ser a sua namorada!

Com todo cuidado do mundo, ele tirou a bandeja de perto dela, colocando-a sobre o sofá, para deitar-se de novo. Kerem se jogou sobre Hande, e a beijou com urgência, se afastando apenas para olhá-la com a devoção costumeira.

Quando duas vidas se encontram Onde histórias criam vida. Descubra agora