Capítulo 11

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Kerem apoiou o braço na janela enquanto dirigia. Haviam dois caminhões na sua frente.

— Você sabe que consegue ultrapassar, não é? — Maya suspirou, já mostrando estar estressada.

— Estou esperando o momento certo — Respondeu, sem ânimo.

Apesar de estar concentrado na estrada, ele simplesmente não conseguia tirar Hande da cabeça, que estava no banco de trás, com o irmão. As vezes ele conseguia olhar para ela pelo retrovisor, sendo pego na maioria delas.

— Que tal uma parada? Para estirarmos as pernas — Anil propôs — O pessoal já deve ter chegado em casa, e nós estamos na estrada faz horas. Eu preciso ir no banheiro.

— Já estamos chegando, Nil. Espere um pouco — Hande colocou a mão sobre o ombro do irmão.

Kerem bufou e ultrapassou um dos caminhões. Maya o olhou de soslaio, notando que ele também estava estressado. Depois de ultrapassar o outro caminhão, ele parou num posto de gasolina próximo e foi ao banheiro, enquanto Anil abastecia o carro.
Maya e Hande entraram no mercadinho para comprar alguma coisa para comerem.

A ruiva ajeitou o óculos escuro e se aproximou dela.

— Hande? — Ela a olhou — O que há entre você e meu irmão? Vocês parecem... tensos.

— Acho que só é a vergonha do que aconteceu — Deu de ombros. Seu desconforto evidente mostrava que ela não estava disposta a continuar a conversa — Estou com uma sensação ruim.

— Que sensação?

— Eu não sei explicar, é ruim — Suspirou.

— Está tonta? — Hande negou.

— Meninas, vamos — A voz de Kerem soou.

Elas foram até o caixa, pagaram pela compra e voltaram para o carro. Dessa vez, Anil foi dirigindo e Kerem do seu lado. Ambos estavam calados. Maya olhou para Hande com a sobrancelha arqueada.

— Tudo bem? — Questionou.

— Está sim — Responderam em uníssono.

Ao chegar na fazenda de Burak, notam um acúmulo de pessoas na entrada. Alguns carros também estão parados por lá. Hande estranha a multidão e é a primeira a descer do carro. Anil gritou por ela, mas de nada adiantou.
Quando ela conseguiu entrar, viu seu avó sendo colocado sobre uma maca, e a ambulância, simples, esperando-o. Ela se desesperou e correu para se debruçar sobre o avô, que estava desacordado.

— Vovô, Vovô! — Dizia, em meio às lágrimas — Vovô, acorde! VOVÔ! — Anil correu para alcançá-la.

Ele foi colocado dentro do automóvel e Maya se ofereceu para ir com ele. Anil abraçou Hande com força, beijando sua testa.

— Fique calma, por favor. Se acalme — Segurou as lágrimas — Vou te deixar com Kerem, tudo bem? Me diga que está bem, diga — Ela assentiu.

Anil pediu para que todos saíssem da propriedade, pegou as chaves do carro de Kerem, e seguiu a ambulância. Hande abraçou o próprio corpo e voltou a chorar compulsivamente, até sentir braços fortes rodeando-a. Kerem estava lá, outra vez, para salvá-la.

— Vai ficar tudo bem, eu prometo — Depositou um beijo cálido sobre sua testa, apertando-a mais — Que tal entrarmos?

— Não quero ficar aqui. Não quero ver as fotos da minha mãe, eu não quero — Disse, com a voz embargada.

Quando duas vidas se encontram Onde histórias criam vida. Descubra agora