Capítulo 18

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O festival se estendeu até a noite. Burak ganhou a competição de porcos robustos, e Anil, que nunca tinha tinha participado, não pôde conter a felicidade ao segurar o prêmio: Um troféu no formato de cenoura dourada. Ele o segurou, sem deixar que ninguém tocasse. Seu orgulho estava estampado no rosto em forma de sorriso. Já era a quinta vez que seu avô ganhara, e ele estava feliz por finalmente participar.

Hande ficou feliz pelo momento, pela alegria de seu irmão, pela vitória de seu avô, mas não conseguia se sentir satisfeita.

Ja tinha escurecido e Kerem seguia evitando-a, sem razão. Ela pensou em todas as possibilidades que podiam causar aquele abismo entre ambos, mas uma mais improvável que a outra.

Cansada de toda aquela agitação, das abordagens de fãs e das perguntas invasivas, ela se afastou. Não havia nada que a fizesse se sentir melhor no momento. E para piorar, a foto de sua mãe estava espalhada por toda cidade — Na juventude, antes de casar, ficou famosa por ganhar o concurso de Miss Fazenda, e para homenageá-la, decidiram que o primeiro lugar naquele ano seria dela — o que só a fazia lembrar da saudade.

Hande sentou num banco de madeira, molhado pelo sereno, e suspirou.

Você não pode se divertir quando ele está por perto, você precisa fazer isso por si mesma, ou ninguém fará.

Ela fechou os olhos ao tentar convencer seu cérebro de que Kerem não era tão importante.

Quem quero enganar? Ele é.

— Como prometido — Ela abriu os olhos rapidamente, saindo de seus devaneios.

Kerem estava ali, em pé.

— Algodão doce — Ele deu um sorriso amarelo.

— Eu agradeço, mas não quero — Levantou-se — Sugiro que entregue para Dafne. A conhece há mais tempo do que a mim, certo? — Suas palavras estavam carregadas de rancor.

Kerem suspirou e assentiu. Ele deu as costas, deixando-a sozinha.

Por mais inacreditável que fosse, ele a deixou. Por mais dolorido que fosse, ele tinha ido embora.

— O que está havendo com vocês? — Anil se aproximou.

— O troféu do nosso avô vai acabar derretendo, caso continue segurando por mais tempo.

— Eu mesmo quero entregar para ele.

— Entendi.

— O que há com vocês? Por que estão tão distantes? Ontem vocês estavam bem, se encarando feito dois idiotas — Hande ergueu as sobrancelhas — Não negue, sabe que é verdade.

— Eu não sei o que há com ele, e não sei se quero saber — Deu de ombros — Talvez seja o efeito Dafne — Disse, com escárnio na voz.

Anil reprimiu a gargalhada e se aproximou para abraçá-la.

— Kerem está com ciúme.

— Ciúme?

— Do Théo.

— Mas foi ele quem me apresentou, e quem me pediu para recebê-lo!

— Acho que apesar das boas intenções, os planos dele não seguiram como ele queria. Théo gostou de você.

— Você acha que... que ele mentiu pra mim quando falamos sobre o beijo?

— Acho que é cedo demais para conclusões. Serão sempre precipitadas. Mas vocês deviam conversar.

Quando duas vidas se encontram Onde histórias criam vida. Descubra agora