Capítulo 45

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Dois anos depois

— Ele já está preso desde então, isso é um alívio — Dylan suspirou ao lembrar-se de tudo que aconteceu — Mesmo que a justiça seja falha, não há nada melhor do que estar nos bastidores quando ela, de fato, acerta em cheio.

— A minha revolta é que a pena de Daniel não foi a mesma. Ele sairá em breve — Kerem soca a parede, inconformado.

— Lembrem-se, a justiça foi feita, de qualquer forma — Léo tenta acalmá-los.

— Cala a boca, Léo — Dylan aumenta p tom de voz — Nem nessas horas você consegue ser humano?

— Sei que não é o que agrada o ego de vocês, mas é um fato. Após cumprir a pena, eles não possuem mais dívidas para com a sociedade — Kerem revirou os olhos. Anil permaneceu em silêncio — O que você acha?

— Ainda não disse nada — Dylan cruzou os braços ao encará-lo. Anil apertou os lábios, e tombou a cabeça para o lado, pensando no que diria.

— Por mais que eu deteste concordar, Léo está certo — Ele balança a cabeça, concordando — Engin e Daniel pararão por seus crimes, e depois serão soltos.

— O melhor que fizemos foi partir. Sair da cidade, esquecer o que aconteceu — Léo acrescenta — Todos nós topamos mudar com vocês, para deixar esse assunto no passado.

— Não esqueça que agora, você tem um assunto muito mais importante para tratar — Anil olhou para o cunhado.

— Eu só estou com raiva. Eles deveriam apodrecer na cadeia. Meu filho estaria andando, se ele não o tivesse matado! — Gritou.

— Kerem... — A voz de Hande soou de forma assustada. Os quatro olharam para ela.

— Quando chegou?

— Acabei de chegar — Os olhou de forma curiosa — Sobre o que estão falando?

— Sobre nada, amor — Ele se aproxima, agarrando-a pela cintura — Onde estão as meninas?

— Estão lá fora. Elas estão esperando vocês — Olha para os meninos.

Eles levantam, recolhem seus pertences, se despedem e saem.

Kerem a abraçou com força, ajudando-a a tirar o casado após.

— Tem algo que preciso conversar com você.

— Sobre o que? — Ele tomou as sacolas que ela estava segurando, colocando-as no chão — O que é isso que você comprou?

— Podemos sentar? Tenho andado um pouco cansada.

— Você tem saído bastante — Arqueou a sobrancelha — Você está bem? Está doente? — Ela segurou as mãos dele, que estavam frias. Kerem sentiu um frio na espinha — Por qual motivo você está fazendo esse suspense? — Buscou desesperadamente pelo olhar de Hande, que evitava olhá-lo.

— Tenho algo pra te dar — Ela inclinou o corpo para alcançar uma sacola branca — Espero que goste — Kerem a olhou desconfiado.

— É aquele Ps5?

— Abra.

Ele respirou fundo e começou a rir. Kerem havia comentado o quanto precisava de algo para distrair a mente, e comentou com ela que queria um vídeo game. Mas aquele presente seria infinitamente maior e melhor.

— O que é isso? — Arqueou a sobrancelha ao agarrar um pequeno casaco. Ele olhou para ela, que estava sorrindo, um pouco acanhada — Está brincando comigo?

— Agora você poderá ocupar sua cabeça com isso — Ela riu descontroladamente quando sentiu o corpo de Kerem cair sobre o seu. Ele a beijou desesperadamente. E no meio do beijo, ambos sentiram o gosto salgado das lágrimas — Eu estava saindo por conta das consulta, da terapia... — Sussurrou.

— Não precisava passar por isso sozinha.

— Você fez mais por mim, me senti no dever de fazer o mesmo — Ela acariciou o rosto dele — Eu estou com tanto medo... — Desviou o olhar.

— Nada de medo! — Falou com rispidez. Ela o olhou, assustada — Eu vou proteger vocês, de tudo. Absolutamente tudo.

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Meses depois

— Está pronta? — O médico se aproxima, sorridente. Kerem esfregou as mãos, nervoso.

— Estou um pouco impaciente, doutor.

— É normal, são os hormônios.

— E põe hormônios, viu doutor? Eu estou considerando mudar de país, porque ela só falta me matar.

— Do jeito bom ou ruim? — Ele levantou as sobrancelhas duas vezes seguidas. Kerem caiu na gargalhada, enquanto Hande escondeu o rosto — Preparados pra saber se é menina ou menina? — Eles assentiram.

Hande segurou forte na mão de Kerem, enquanto sentia um frio na barriga incomum. Ela olhou para a tela, e apesar de não entender nada, tentava buscar alguma evidência que determinaria o sexo da criança.

— Vocês serão pais de um menininho! — O médico gritou, animado.

Kerem pulou de alegria, enquanto dava socos no ar. Ele se inclinou para beijar Hande, que tentava conter as lágrimas. Ela chorou feito criança ao lembrar que seu primeiro bebê também era um menino (sexagem fetal).

— Mas, parece que a família vai aumentar de uma vez só, hein? — Ele olhou para o casal, que pareciam confusos. Kerem deixou de comemorar e arqueou a sobrancelha, enquanto encarava o médico — Vocês serão papais de gêmeos — Hande coloca a mão sobre boca — É outro menino!

Kerem esbugalhou os olhos.

— Acredita nisso, senhor Kerem?

— Kerem! — Hande gritou quando o viu desmaiar — Doutor, ele está bem? — O médico se levantou tentando conter o riso.

— Sim, chamarei Léo — Ela assentiu.

Léo entrou desesperado, enquanto tentava assimilar que haveriam duas crianças gritando seu nome.

— São gêmeos? Eu não acredito! — Abraçou Hande com força — Agora, deixe-me ajudar seu marido.

Kerem levantou após alguns minutos, e começou a chorar.

— Eu te disse, Hande — Ela o olhou, confuso — Eu disse que as vezes, algo grande se perde, para que algo ainda maior aconteça! — Ela sentiu as lágrimas inundarem seus olhos.

Algo muito maior estava a caminho.

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⏰ Última atualização: Sep 14 ⏰

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