Capítulo 6

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— KEREEM! — Bürsin levantou com rapidez ao escutar os gritos da irmã. — Kerem, eu consegui! — Ela se jogou em cima dele, que a agarrou com força sem ao menos saber do que se tratava tamanha felicidade.

Hande abriu os olhos lentamente e os coçou com o indicador, sem entender porque havia tanta gritaria.

— Kerem, eu consegui a casa na praia! — Ele esbugalhou os olhos. — Podemos ir pra lá.

— Não sei se é uma boa idéia, e você sabe porque.

— Ah, para, né? Faz quanto tempo que não vamos pra lá? — Ela cruzou os braços. — Pode me ajudar a convencê-lo? — Encarou Hande com seriedade.

— Não sei ao menos do que se trata.

— Essa casa na praia é muito importante pra nós. A gente sempre ia, todo ano. Só que ela foi vendida, e o atual dono é o ex sogro dele. — Hande franziu a testa. — Depois que o relacionamento dele acabou, aquele velho não nos deixou mais ir ou alugar. Só que eu fiz um amigo meu alugar, sem ele saber que na verdade somos nós.

— Inteligente de sua parte. — Hande sorriu.

Kerem coçou a nuca e suspirou — Eu não quero ir lá. Caso queira, não vou pedir para que fique.

— Você também vai! Vamos todos! — Ela olhou pra Hande e semicerrou os olhos. — Você também.

— Eu? Eu não vou. Tenho que ficar com meu avô.

— Burak permitirá. Eu falarei com ele. Vou me arrumar para irmos até ele. — Ela levantou e subiu as escadas rapidamente.

Hande olhou para Kerem com certa curiosidade. Ele não havia falado sobre o término, até então.

— Está tudo bem? Quer dizer... Parece difícil pra você.

— Nem é. — Deu de ombros. — Mas Aly sempre faz com que me arrependa de estar no mesmo ambiente que ela.

— Por que?

— Me trata como um zero a esquerda, ou algo do tipo. Além de ter dito para o pai, mentiras ao meu respeito. É algo que machuca, apesar da ferida não estar ligada diretamente a sentimento algum. — Ele a olhou com timidez. — Conseguiu entender?

— Consegui.

— Você quer ir?

— Eu? — Ela tombou a cabeça para o lado. — Eu não acho que eu deva. Não faço parte da família.

— Não me parece, pelo menos não para Maya.

— Eu não sei...

— Será bom para nós. — Ela sorriu. — Mas não vou tentar convencê-la. — Ele levantou e se aproximou dela. — Já que eu também não quero ir. — Sussurrou enquanto sorria. — Vou preparar o café.

Hande assentiu.

— Deixe que eu falo com ele. Seu avô não me nega absolutamente nada desde que cheguei aqui. — Confessou, orgulhosa de si mesma.

— Chantagem emocional é apelação, irmãzinha. E você usa e abusa disso. — Kerem tirou o óculos escuro e o pendurou na gola da camisa. Hande o olhou confusa e ele deu de ombros. — Ela se aproveita dos belos olhos para ganhar as pessoas.

— Isso não é apelação.

— Claro que você não acha que é, você também faz. — Ele riu. — Foi assim que você ficou com o sofá.

Quando duas vidas se encontram Onde histórias criam vida. Descubra agora